No último fim de semana, a Cruz Vermelha de Nova Friburgo realizou um ato em homenagem à memória das vítimas da tragédia climática de 2011. O local escolhido foi o Memorial 12 de Janeiro, na Praça do Suspiro, monumento inaugurado em fevereiro de 2012 pelo Gama (Grupo de Arte, Movimento e Ação) em reverência aos que tiveram a vida ceifada pela catástrofe da forte tempestade.
O momento foi marcado pela emoção das famílias e de quem passou pelo local. Uma coroa de flores foi levada até o monumento pelo casal de voluntários da Cruz Vermelha, Lúcia Freiman e Fernando Marins. Em seguida, dezenas de velas foram acesas por outros voluntários, no final todos os presentes fizeram uma oração.
O diretor da Cruz Vermelha de Nova Friburgo, Luiz Cláudio Rosa, refletiu sobre a importância da realização do ato: “O que aconteceu não pode ser esquecido. Além de nos mostrar o quanto a vida é fugaz, esse ato nos leva a refletir sobre a necessidade de prevenção. A tragédia nos tornou mais preparados para situações adversas, mas é importante que as pessoas fiquem atentas aos órgãos oficiais, para que uma nova catástrofe não aconteça. As mudanças climáticas têm sido cada vez maiores no mundo e a prevenção pode salvar vidas”, observou.
Segundo Luiz Cláudio, a Cruz Vermelha oferece treinamento em primeiros socorros para comunidades carentes ou em áreas de risco. Já foram beneficiados moradores de Córrego Dantas, Campo do Coelho, Mury, Conselheiro Paulino, Centro, Olaria, entre outros. Após o curso são criados grupos de voluntários que irão atuar na própria comunidade, auxiliando os demais moradores em casos de emergência.
A tragédia
A tragédia de 2011 foi causada por um fenômeno raro que combina fortes chuvas com condições geológicas específicas da região. Porém, ela foi agravada pela ocupação irregular do solo e a falta de infraestrutura adequada para enfrentar o problema. Na madrugada do dia 12 de janeiro, toneladas de lama, pedras, árvores e detritos deslizaram das encostas. Os rios transbordaram rapidamente, ruas foram cobertas por um mar de lama, casas foram destruídas e carros empilhados. A queda de pontes em rodovias deixou cidades isoladas, e os moradores ficaram sem luz, água e telefone. Em Nova Friburgo, foram 429 mortos.
Cruz Vermelha
A Cruz Vermelha é um movimento internacional humanitário, criado em 1863 em Genebra e premiado três vezes com o Prêmio Nobel da Paz, por aliviar o sofrimento humano em guerras e conflitos. Por isso a bandeira é igual à da Suíça, mas com as cores invertidas. A filial friburguense surgiu de forma espontânea, logo após a tragédia de 2011, quando cerca de 150 voluntários treinados vieram de todo o Brasil e até mesmo do exterior para atuar no socorro às vítimas. Na época, arregimentaram os braços disponíveis: nas igrejas, associações de moradores, jipeiros, motociclistas. Hoje a Cruz Vermelha friburguense conta com 140 voluntários treinados, capacitados e uniformizados.
Os voluntários nada recebem além da gratidão dos socorridos. Equipamentos como picape, ambulância, barcos infláveis, cordas, capacetes, capas de chuva e galochas são todos doados pela Cruz Vermelha do Rio ou comprados com recursos próprios, obtidos através de cursos e treinamentos prestados, como o de primeiros socorros.
Quem quiser ser voluntário deve se encaminhar à sede da organização, na Praça Getúlio Vargas, 92, ou entrar em contato pelo telefone (22) 99878-9898. Os candidatos podem ser de todas as profissões e idades. É preciso fazer o curso de primeiros socorros, com carga horária de 30 horas.
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