Hoje é o Dia da Pizza!

Aliás, todo dia é dia de pizza — mas hoje é mais!
sexta-feira, 08 de julho de 2016
por Ana Blue
Hoje é o Dia da Pizza!

Fazer, comprar, cheirar, comer, falar de. Tudo que envolve comida é divino, é maravilhoso. Quem tem perfil em rede social sabe: religiosa e periodicamente pratos incríveis e mirabolantes saltam como mágica aos nossos olhos pra nos perturbar. No Top 5 da salivação virtual, particularmente considero o queijo quente, derretido, e os pratos cheios de chocolate verdadeiros campeões do endeusamento. Eu odeio o Tasty, por exemplo, aquele site lindo.

E já que falar de comida é bom e a gente gosta, o cardápio do dia é pizza. A massa redonda de amor e divindade tem data comemorativa própria desde 1985, quando o então secretário de Turismo de São Paulo, Caio Luís de Carvalho, ficou tão empolgado com o sucesso de um concurso que elegeria as dez melhores receitas de mussarela e margherita do estado que resolveu escolher uma data oficial para celebrar a pizza: 10 de julho — dia em que o concurso apresentou as campeãs. 

Já que falamos em São Paulo, vale lembrar que a pizza chegou ao Brasil por meio dos imigrantes italianos, e embora hoje seja encontrada facilmente em qualquer cidade brasileira, até os anos 1950, o prato era muito mais comum à colônia italiana. Foi no Brás, bairro paulistano que mais recebeu esses imigrantes, que as primeiras pizzas começaram a ser comercializadas no país, se tornando rapidamente parte de nossa cultura gastronômica. Segundo o livro Retalhos da Velha São Paulo, escrito por Geraldo Sesso Jr., o napolitano Carmino Corvino, dono da já extinta Cantina Santa Genoveva, inaugurada em 1910, foi o primeiro a vendê-las.

Talvez por esse motivo São Paulo seja a cidade que mais consome pizza no Brasil, seguida pelo Rio de Janeiro, mas embora comumente se associe o prato à gastronomia italiana — mestres na arte pizzaiola, a história da pizza é bem mais antiga, tendo começado com babilônios, hebreus e egípcios há mais de cinco mil anos. Acredita-se que eles foram os primeiros a misturar farinha com água para preparar a piscea — massa depois conhecida como de “pão de Abraão”, muito parecida com os pães árabes atuais. Há quem acredite ainda que os primeiros foram os gregos, que faziam massas à base de farinha de trigo, arroz ou grão-de-bico e as assavam em tijolos quentes. Os fenícios, três séculos antes de Cristo, costumavam acrescentar coberturas de carne e cebola ao pão — “Massa lisa, rodada, temperada com azeite, ervas e mel e cozida na pedra”, esse é esse o relato escrito pelo historiador romano Marcus Porcius Cato no século 3 a.C.; a menção pode ser uma breve descrição de como era a pizza naquela época. Os turcos muçulmanos também adotavam esse costume durante a Idade Média e, por causa das cruzadas, a prática chegou à Itália pelo porto de Nápoles, sendo incrementada, idolatrada, salve, salve até os dias de hoje, de todas as formas possíveis. De lá vem a tão amada napolitana...

A pizza era um alimento de pessoas pobres do sul da Itália. Servida pelos vendedores ambulantes, tinha ingredientes baratos como toucinho, peixes fritos e queijo, até que foi inaugurada a Port’Alba, ponto de encontro de artistas famosos da época, tais como Alexandre Dumas, que inclusive citou variações de pizzas em suas obras. Segundo os especialistas na arte da boa pizza, ela deve ser confeccionada com farinha, fermento natural ou levedura de cerveja, água e sal. Deve ser, ainda, trabalhada somente com as mãos, e mesmo depois de descansar a massa deve ser esticada com as mãos, sem o uso de rolo ou equipamento mecânico. 

Quando degustada, a pizza deve apresentar-se macia, bem assada, suave, elástica, fácil de ser dobrada pela metade. As bordas elevadas devem ser douradas. O gosto da massa deve ser de pão bem fermentado, misturado ao sabor ácido do tomate, aroma de alho, orégano, manjericão.

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