PERMANECE indefinida pelo Executivo municipal proposta apresentada pela Secretaria Municipal de Cultura há mais de cinco anos, contendo cerca de 150 imóveis, públicos e privados de Nova Friburgo que poderiam ser tombados considerando o interesse histórico cultural para o município. A proposição tentava assim preservar a memória arquitetônica da cidade.
SOB TODOS os aspectos, a proposta ainda é bem-vinda, quer para a memória friburguense, quer para se tornar um redutor ao avanço imobiliário, principalmente no centro da cidade. Se todos os imóveis sugeridos serão tombados, não se sabe ainda, porém, a proposta sinaliza com o disciplinamento de um tema do qual governante nenhum poderá se esquivar.
A DECISÃO do Executivo, se tomada, não significará a perda do imóvel, podendo o proprietário transacioná-lo como quiser. Porém, como o tombamento está sendo proposto para dignificar o elemento arquitetônico, garantindo a sua manutenção e preservação, este não poderá ser destruído ou descaracterizado. E qualquer obra de restauração do imóvel tombado deverá ser previamente aprovada.
A PREOCUPAÇÃO com o patrimônio não é apenas dos friburguenses. Por diversos municípios da região espalham-se monumentos, igrejas, fazendas e prédios históricos que ainda não foram catalogados e que podem se perder pela insensibilidade dos homens e dos governantes. São incontáveis os casos de demolição e de abandono de prédios de notável valor arquitetônico, histórico e cultural.
TAMBÉM é elogiável a preocupação do poder público com os prédios particulares de valor histórico. Tais imóveis devem merecer a atenção, quando se fala na preservação, em cultura e história de Nova Friburgo—como o prédio que hoje abriga a Fundação D. João VI—e muitos deles estão à mercê do tempo e do dinheiro. Uma política de incentivos para a manutenção dos imóveis pode ajudar a manter o patrimônio que, infelizmente, em alguns casos, denigre a imagem turística do município e agride a autoestima friburguense.
NOVA FRIBURGO vem assistindo ao crescimento urbano, à expansão imobiliária e à ocupação de suas áreas de risco, tornando o planejamento urbano um desafio que não pode aguardar soluções futuras. Medidas preventivas devem ser tomadas, organizando o crescimento de acordo com as aspirações da população em torno da qualidade de vida. E guardando através do tombamento um patrimônio enquanto ainda está de pé.
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