Esta história, por mais inacreditável que pareça, aconteceu em 1929, na cidade do Rio de Janeiro. Chegou até a ser assunto de uma crônica de um jornal daquela época. Foi num domingo de sol. O cenário do inusitado acontecimento, o antigo Jardim Zoológico carioca, localizado na Rua Visconde de Santa Isabel, no bairro de Vila Isabel, hoje transformado num belo e florido parque.
Os visitantes haviam passado a tarde apreciando os animais, vendo as macaquices da Sofia – uma enorme chimpanzé –, ouvindo os urros das feras, deliciando-se com o canto dos pássaros. O estômago da maioria estava cheio de pipoca e algodão queimado.
Dentro do Zoológico havia um bar, onde alguns estavam sentados às mesas, bebendo guaraná e cerveja. Foi quando ouviram alguém gritar através de um porta-voz manual:
– Atenção! Atenção! Prestem muita atenção, por favor! Tenham cuidado, pois há um leão à solta! Nós já estamos preparados para prendê-lo novamente! Se puderem, subam nas árvores e procurem manter-se quietos! Não façam nada que possa enraivecer a fera! Ele não é bravo e dificilmente atacará alguém! Permaneçam calmos, por favor, pois nós sabemos o que fazer! Calma, muita calma, minha gente!
Pedir calma era fácil, difícil era aceitar o conselho. Muita gente entrou em pânico e saiu correndo, à procura do portão de entrada. Homens e mulheres mais jovens subiram nas árvores, procurando ficar o mais alto possível. Ninguém queria virar tira-gosto de leão...
Havia, porém, um paralítico. O pobre homem encontrava-se, no exato momento do aviso, em frente à jaula dos macacos. Ao lado, o pretinho que empurrava a sua cadeira de rodas. Ao ouvir os berros do funcionário do Zoo, o rapazinho tratou de se mandar, deixando o patrão entregue ao próprio destino.
Quando o infeliz deu acordo de si, estava sozinho, sem viva alma por perto. Gritou, pediu socorro, mas não apareceu nenhum valente para ajudá-lo. Foi quando o inválido viu o leão. O animal, velho e cansado, vinha a passos lentos em sua direção.
A princípio, o paralítico sentiu o sangue gelar-lhe nas veias, certo de que seu fim estava próximo. Depois, sabe Deus como, levantou-se – sim, minha gente, ele levantou-se – e começou a andar com alguma dificuldade. Logo a seguir, como num passe de mágica, deu de correr como qualquer pessoa normal. E terminou a corrida em cima de um caixote, de onde viu os empregados do Zoo cercarem o leão, prendê-lo e levá-lo de volta à jaula.
Logo depois reaparecia o rapazinho e ajudava o inválido a voltar a sua cadeira de rodas. Alguns começaram a gritar: “Milagre! Milagre!”. Colocaram o paralítico num táxi aberto – havia muitos naqueles ontens –, com cadeira, acompanhante e tudo, e foram atrás em outros carros, numa romaria das mais curiosas.
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Uma piadinha de salão:
– Juquinha – pede a mãe do menino – pega este dinheiro e coloque esta carta no Correio.
Juquinha vai e volta, 15 minutos depois, saboreando um sorvete.
– Onde você arranjou dinheiro para o sorvete, se eu lhe dei a quantia certa para o Correio? – indaga a mãe, curiosa.
– Quando eu cheguei no Correio, mamãe, o pessoal estava distraído, conversando. Enfiei a carta no buraco e saí correndo...
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