Histórias Verídicas - 14 de fevereiro

Por Mário de Moraes
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Pérolas da jovem burrice nacional

É lógico que no meu tempo de estudante também havia os menos aplicados, que não estavam nem aí para os ensinamentos dos mestres. Mas, como não existia tanta forma de se entreter, como hoje em dia – principalmente assistindo a televisão e jogando no micro –, a maior parte estudava. E muito. E lia – que havia tempo para isso –, acumulando conhecimentos. É triste verificar os resultados do recente Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Algumas respostas às questões apresentadas parecem gozação ou mentira. Infelizmente, é a sério e são verdadeiras!

Atenção! Antes que me chamem de analfabeto, informo que deixei as frases das provas exatamente como foram escritas.

Na redação de português os estudantes tinham que dissertar sobre Ecologia e alguns escreveram verdadeiras barbaridades, demonstrando não só que não conhecem a nossa língua, como não raciocinam. Algumas das frases não fazem o menor sentido, são palavras agrupadas, que ouviram nas ruas ou nos telejornais, ou até mesmo nas aulas, mas, naturalmente, aplicadas de forma correta.

Recebemos uma relação de “pérolas do Enem”, que nos foi enviada por um dos examinadores, que não quer se identificar. Houve, inclusive, uma recomendação expressa da Cesgranrio para não revelar os autores das tolices.

Para um dos estudantes “os desmatamentos de animais precisam acabar”. Outro afirma que “precizamos de menos desmatamentos e mais florestas arborizadas”, o que, para um terceiro, “é um problema de muita gravidez”, possivelmente “devido aos raios ultra-violentos”.

Outro jovem examinado no Enem criticou os países desenvolvidos, pois “eles querem que nós se matem por eles e a única solução é alugar o Brasil para os outros”, enquanto “na televisão o governo vem com aquela prosopopéia flácida”. Outro mais acredita que os problemas ambientais ocorrem porque “todos os fiscais são subordinados; é a propina”. “Os lagos são formados pelas bacias esferográficas”, garante outra cavalgadura.

Sobre a destruição da camada de ozônio, escreveu um deles: “Na época de Cristo não haviam hindústrias para poluir e assim mesmo haviam problemas sociais entre os povos”.

Mais algumas pérolas: “No paizem que vivemos, os problemas cerrevelam”; “O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ninguém”; “A natureza foi discuberta pelos homens a 500 anos atrás”; “Não preserve apenas o meio ambiente, mas sim todo ele”; “O maior problema da floresta Amazonas é o desmatamento dos peixes”; “Nos dias de hoje a educação está muito precoce”; “Hoje endia a natureza não é mais aquela”; “Vamos mostrar que somos semelhantemente iguais”; “Precisamos agir de maneira inesperável”; “Na Amazonas está cendo a maior derrubagem e extração de madeira do Brasil”; “Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nós”; “Por isso eu luto para atingir os meus obstáculos”; “O fenômeno Euninho”; “A concentização é um fato esperançoso para o território mundial”; “O serumano no mesmo tempo que constrói também destrói, pois nois temos que nos unir para realizar parcerias”.

Dá vontade de chorar!

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