A historiadora e professora universitária Maria Janaína Botelho Corrêa lança seu terceiro livro “Histórias da História de Nova Friburgo”, cujo objetivo é mostrar a um público cada vez maior em relação às obras anteriores os pormenores que ficaram perdidos no tempo de uma cidade tão importante para a Região Serrana. Os textos que compõem o livro foram originalmente publicados no jornal A Voz da Serra, na coluna semanal “História e Memória”, mantida pela autora do livro, que fez uma compilação, dessa vez restringindo mais o seu recorte temporal nas primeiras décadas da formação de Nova Friburgo.
Contar a história de uma cidade com tantos atrativos é mais complexo do que criar situações ficcionais, baseadas na imaginação. Certa vez, Albert Einstein falou uma de suas célebres frases: “A realidade é muito mais fantástica do que qualquer obra de ficção é capaz de imaginar”. Assim como o físico alemão, Nova Friburgo ou Fribourg possui muitos casos dignos de serem mostrados ao mundo, para atestar sua tese. E assim, Janaína o aceitou o desafio, que vem rendendo frutos.
Janaína foi capaz de encontrar respostas a muitas perguntas relacionadas ao cotidiano da sociedade friburguense do século XIX, como as passagens sobre escravidão. Em seu livro, a historiadora conta que, na primeira metade do século XIX, havia uma população de escravos que se equiparava a dos homens livres. Além disso, fala sobre pessoas importantes, como na série de capítulos “Viajantes: Cotidiano e História”, em que conta várias passagens de forma detalhada, relacionadas ao embaixador Johan Jakob Von Tschudi, encarregado de relatar ao governo suíço as condições de vida dos colonos.
Janaína acredita que contar a história de um lugar é uma das ações mais célebres que alguém pode desempenhar. Para ela, não é novidade exaltar a valorização de cidadãos comuns como atores históricos, pois essa conduta foi iniciada pelos franceses a partir do século XX.
“Mas no que tange à história local, mais precipuamente a História de Nova Friburgo, acredito que eu seja uma das poucas historiadoras que entram nesse território. Adoro esse exemplo de um dos historiadores que segue essa corrente. Ele diz mais ou menos isso: ‘Não estou interessado apenas sobre a vida de Júlio César. Mas me interesso, também, pelo que pensa e como age um soldado da legião de Júlio César”, relata a autora do livro.
A historiadora se considera mais uma ensaísta da história local e igualmente procura privilegiar a história regional, já que esta está intrinsecamente relacionada com a de municípios do Centro-Norte fluminense, principalmente, o de Cantagalo.
Este é o segundo livro da pesquisadora a partir de textos compilados do material produzido para a coluna semanal História e Memória, em A Voz da Serra. O primeiro foi “História e Memória de Nova Friburgo” (2011). Em 2009, Janaína publicou “O Cotidiano de Nova Friburgo no final do Século XIX: Práticas e representação social”, que lhe rendeu o prêmio de menção honrosa na categoria ensaio da Academia Brasileira de Letras.
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