História e humor

terça-feira, 28 de julho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

(secom) - Antecedendo ao ‘Concerto dos Diplomatas’ em que se apresentaram ao piano, no final do dia no Teatro Municipal de Nova Friburgo, como parte da programação do 8° Festival Internacional de Inverno, o núncio apostólico dom Lorenzo Baldisseri; o conselheiro cultural de Portugal, Adriano Jordão e o ministro conselheiro da Embaixada da Alemanha, Hermann Sausen foram recebidos pelo prefeito Heródoto Bento de Mello, acompanhado da mulher Betty Rodrigues de Mello, de secretários municipais e de representantes do Legislativo municipal, no início da tarde de sábado, 25, no Palácio Barão de Nova Friburgo.

Após cerimônia em que foram hasteadas as bandeiras de Nova Friburgo, do Brasil e do Vaticano - içadas por atiradores do Tiro de Guerra 01010, em função da chuva - com acompanhamentos dos hinos do município, Nacional e do Vaticano, o chefe do executivo recepcionou as autoridades diplomáticas em seu gabinete, onde conversaram animadamente sobre diversos assuntos, tendo o prefeito logo iniciado destacando a história da fundação do município.

Heródoto citou a Suíça e a Alemanha como países precursores da colonização friburguense. “Foram aqui que chegaram os primeiros suíços e alemães ao Brasil; os alemães chegaram aqui primeiro e não no Sul do país”, disse insistindo: “Aqui foi em maio de 1824, lá em julho. A diferença é de dois meses, mas aqui foi primeiro”, repetiu, diante de sorrisos, sobretudo do diplomata alemão. Era apenas o início da conversa animada e cheia de detalhes históricos, que marcou o encontro, contando ainda com a participação do Monsenhor Stael, pároco da Catedral de São João Batista, a igreja matriz da Diocese de Nova Friburgo. O bispo dom Raphael Cifuentes não pôde estar presente, por motivo de viagem.

Citando a histórica do município como “muito bonita e interessante, com diversas passagens e acontecimentos que marcaram diversas épocas”, o prefeito e engenheiro Heródoto destacou, por exemplo, que por volta de 1870, a iniciativa do Barão de Nova Friburgo, que era português, “em construir a primeira estrada de ferro da região e a segunda do Brasil, com recursos próprios e há quase 150 anos, sem quaisquer recursos tecnológicos, a não ser o braço do trabalhador e a enxada para abrir os trilhos em boa parte serra acima, num total de 200 quilômetros de Porto das Caixas a Cantagalo”.

Suíça Brasileira: Saúde e Cultura

Depois, o prefeito ainda lembrou o aspecto da saúde, mencionando que por volta dos anos 1890, o Rio de Janeiro era uma cidade infecta, na qual os dejetos eram descartados em vias públicas, enquanto Nova Friburgo, que até hoje tem o melhor clima do estado, foi descoberta por ser exatamente uma cidade salubre, para onde as pessoas vinham se tratar de problemas da saúde, sendo exatamente essa a razão pela qual passou a ser conhecida como a Suíça Brasileira, a alternativa para aqueles que não podiam ir para a Europa.

A questão da cultura também foi citada pelo chefe do executivo que, entusiasmado, fez questão ainda de contar aos diplomatas: “nessa mesma ocasião, chegamos a ter apresentações de óperas três vezes por semana. E em francês. Em francês!!!”, comemorou o prefeito, acrescentando que exatamente por isso estava muito satisfeito com o festival de inverno, sobre o qual falou estar retornando às suas raízes e lembrou ainda que a cidade possui duas bandas, cada uma com quase 150 anos. “Nosso povo tem tradição musical e exatamente por isso estamos ansiosos para ouvi-los ao piano”, afirmou Heródoto, acrescentando: “O povo gosta de música erudita. Não é verdade que não goste. Fizemos espetáculos populares também, de bom nível, mas observamos um comportamento exemplar das pessoas nos concertos clássicos, com absoluto silêncio na plateia, sinal de que as pessoas sabem se portar nesses momentos”.

O prefeito ainda destacou, principalmente para o núncio apostólico e para o monsenhor Stael que “a Paróquia de São João Batista, que ganhou esse nome por causa do Rei Dom João, que fundou a cidade, foi criada na Suíça, onde também foi realizado o primeiro casamento de um casal de colonos da primeira leva de imigrantes. Heródoto fez questão de lembrar ainda que o município foi o primeiro do país - num de seus três mandatos anteriores – a hastear o pavilhão dos povos pan-africanos, criado pelo ativista jamaicano Marcus Garvey.

Num dos momentos de maior descontração do encontro, o engenheiro Heródoto disse que este é o seu quarto mandato como prefeito, já tendo sido vereador, deputado e mencionou ainda a sua idade, 83 anos, para completar sob gargalhadas gerais: “Meu pai, viveu somente 102 anos e eu já disse a eles todos aí, que vão ter que me aturar ainda por muito tempo”.

Depois de presentear cada um dos três diplomatas com exemplares do livro de fotos, editado na Suíça, da fotógrafa friburguense Regina Lo Bianco, o prefeito recebeu de presente o CD ‘Florigélio Musical ao piano’, gravado há dois anos por dom Lorenzo, que é o representante diplomático do Papa Bento VXI no Brasil, uma vez que ele é o embaixador do Vaticano no país. Logo em seguida, o prefeito, os diplomatas e demais autoridades foram almoçar.

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