Hepatites virais: Nova Friburgo está abaixo da meta de vacinação

Município tem hoje 10 pacientes aguardando medicamentos do governo federal
sexta-feira, 26 de julho de 2019
por Jornal A Voz da Serra
Hepatites virais: Nova Friburgo está abaixo da meta de vacinação

Às vésperas do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (neste domingo, 28), o Ministério da Saúde alerta para a importância do diagnóstico e tratamento da doença. Atualmente, mais de 500 mil brasileiros convivem com o vírus C da Hepatite e não sabem, já que a doença é silenciosa e geralmente não apresenta sintomas. O novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais foi divulgado esta semana como parte da estratégia de prevenção das atividades da campanha Julho Amarelo, que visa prevenir as hepatites A, B, C e D.

"Queremos aumentar o número de testagem e já estamos ampliando a expectativa de tratamento para 50 mil tratamentos por ano no Brasil. Até 2030, com vacina e tratamento, pretendemos zerar os casos de hepatite no país, evitando casos de câncer de fígado, insuficiências hepáticas, transplantes e outras complicações. Precisamos, portanto, aumentar a testagem”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Tratamento

Desde janeiro deste ano, foram enviados para todos os estados 24 mil kits para tratamento da hepatite C. A expectativa é que cerca de 50 mil infectados pelo vírus C sejam tratadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ainda este ano em todo o país. De janeiro a junho, o Ministério da Saúde já adquiriu 42.947 kits com as medicações sofosbuvir/ledipasvir e sofosbuvir/velpatasvir. Outros sete mil kits estão em processo de aquisição. 

Ainda segundo o Ministério da Saúde, desta forma, “todas os pacientes diagnosticados com hepatite C no Brasil têm a garantia de acesso ao tratamento, ação que coloca o Brasil como protagonista mundial no combate a hepatite C”.

Os números da doença no Brasil

Na última década, houve redução de 7% no número de casos notificados da doença no país. Em 2018, foram registrados 42.383 casos de hepatites virais no Brasil. Em 2008, o número foi de 45.410 casos. Os dados são do novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019. O levantamento também apontou queda de 9% no número de óbitos: de 2.362 em 2007 para 2.156 em 2017.  Entre as hepatites, o tipo C da doença é a mais prevalente e também a mais letal, com 26.167 casos notificados em 2018.

Os casos de hepatite A, B, C e D

Em 2018, foram notificados 2.149 casos de hepatite A no Brasil, o que equivale a uma taxa de detecção de um caso por 100 mil habitantes. A transmissão mais comum da doença é pela água e alimentos contaminados. O tratamento é sintomático e geralmente evolui para cura. Além disso, o SUS oferta a vacina contra a hepatite A para menores de 5 anos e grupos de risco.

Já com relação à hepatite B, foram registrados no ano passado, 13.992 casos, o que representa sete casos por 100 mil habitantes. A hepatite B pode ser transmitida pelo contato com sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos cortantes e de uso pessoal e de mãe para filho (transmissão vertical). O Ministério da Saúde oferta a vacina contra a hepatite B para todas as faixas etárias. O tratamento da doença evita complicações, como cirrose e câncer.

Em 2018, foram notificados 26.167 casos de hepatite C no Brasil, com taxa de detecção de 13 casos por 100 mil habitantes. O maior número de pessoas com hepatite C se concentra na faixa etária de 40 anos. A hepatite C nem sempre apresenta sintomas. O tratamento da doença é ofertado no SUS e cura mais de 95% dos casos.

No Brasil, em 2018 foram registrados 145 casos da hepatite D no país. A infecção ocorre quando o paciente já contraiu o vírus tipo B. Os sintomas da hepatite D são silenciosos e a doença é combatida por meio da vacina contra a hepatite B que também protege contra a D.

O impacto das hepatites virais

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as hepatites virais causam anualmente 1,7 milhão de mortes, no mundo. Em 2017, foram registrados no Brasil 2.184 óbitos provocados por hepatites virais, sendo 1.720 mortes relacionadas à hepatite C. Em decorrência da hepatite A foram notificados 22 óbitos, por hepatite B foram 414 mortes e 28 óbitos em decorrência da hepatite D.

Os números das hepatites virais em Nova Friburgo

A Secretaria Municipal de Saúde informou que de janeiro a dezembro de 2018 foram realizados 888 testes de hepatites B e C na policlínica Sylvio Henrique Braune, no Suspiro. Desses, apenas 0,6% testaram positivos para as doenças. De janeiro a junho de 2019 foram realizados 342 testes de hepatites B e C, sendo que 0,2% deram positivo. No mesmo período do ano passado, haviam sido realizados 337 testes de hepatites B e C, com nenhum caso positivo.

A pasta informou também que depois de diagnosticado o tipo de hepatite, o paciente é cadastrado na farmácia especializada do município para receber o medicamento pelo governo federal. Atualmente, cerca de dez pacientes aguardam medicamentos em Nova Friburgo. 

Testes gratuitos 

A nota enviada pela prefeitura reforça ainda que qualquer pessoa pode fazer o teste rápido de hepatites B e C as terças e quintas-feiras, às 8h e às 13h, na policlínica Sylvio Henrique Braune, na sala 5. Na próxima semana, os testes serão realizados todos os dias na parte da manhã. Os testes também estão disponíveis na Estratégia de Saúde da Família de Riograndina.

A Secretaria Municipal de Saúde reforça que as vacinas que previnem contra as hepatites A e B estão disponíveis nos estoques do município, porém, as vacinações estão abaixo da meta de imunização recomendada pelo Ministério da Saúde. No entanto, a prefeitura não divulgou o percentual de cada vacina.

Quando tomar as vacinas?

De acordo com recomendação do Ministério da Saúde, a vacina contra hepatite A é ministrada em crianças com 1 ano e três meses de idade. Já a que previne contra a hepatite B deve ser aplicada logo após o nascimento junto com a vacina pentavalente com dois, quatro e seis meses de idade, além da fase adulta quando necessário.

 

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