A VOZ DA SERRA: Dado o volume de recursos envolvidos, é importante falar sobre a compra dos novos semáforos. Por que os aparelhos são tão caros, e em que estágio está o processo de compra?
Haroldo César Pereira: Atualmente os semáforos estão todos sucateados. Eu tenho que aplaudir a minha equipe... O que eles fazem para manter esses semáforos funcionando, utilizando lâmpada incandescente, é coisa de Professor Pardal, de pessoas que estão empenhadas em fazer algo de bom pela cidade. O mais novo que temos aqui foi um doado pela Prefeitura de Itaboraí. Por isso, estamos com uma licitação para trocar 13 sinais, com entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões. Por ser um alto valor, esse processo cai no TCE, que pede revisão, volta, as outras empresas impugnam, temos que responder as impugnações... Isso atrasa, mas acho que, ainda este mês teremos nova licitação.
Por que o preço é tão elevado? O equipamento precisa ser de uma marca específica?
Não, mas tem que ter os padrões que se conectam com o Cidade Inteligente. Porque colocar o que já tem aí não vai trazer benefício algum...
Onde vão ser instalados esses semáforos?
De Duas Pedras até a Ponte da Saudade.
Já é possível fazer um balanço do Cidade Inteligente? Como essa ferramenta está sendo aproveitada pela Secretaria?
O programa está sendo de suma importância na segurança. Já no trânsito ainda deixa a desejar, porque as câmeras não rebocam carros, mas elas são utilizadas para a aplicação de multas. As pessoas Infelizmente não acreditam que podem ser multadas através das câmeras, e continuam a cometer as mesmas infrações. Isso nos causa tristeza, porque não é nosso desejo multar.
O senhor confirma então que as multas estão sendo aplicadas?
Sim, temos hoje uma faixa de 40 a 50 multas por dia através do Cidade Inteligente. Infelizmente. Os principais pontos de fiscalização são o Paissandu, Rua Monte Líbano, praças Dermeval Barbosa Moreira e Getúlio Vargas, ruas Dante Laginestra, Moisés Amélio e General Osório.
E a prometida fase 2 do Cidade Inteligente, como está o processo de implantação?
A fase 2 depende da compra dos novos semáforos para que possa começar a ser implantada.
Esses semáforos vão poder ser sincronizados a partir da sala de controle do Cidade inteligente?
Sim. Inclusive poderemos ter o sistema Onda Verde. Em determinados horários, o fluxo de veículos será escoado com mais facilidade. O próprio semáforo vai fazer essa contagem, para que tenhamos um critério técnico para usar esse tipo de recurso. Não será escolhido o semáforo de uma empresa específica, mas sim um que seja adequado ao Cidade Inteligente e que possa ser usado por um bom tempo.
O senhor já era secretário antes do Cidade Inteligente estar em atuação. Apesar da descrença quanto à aplicação de multas, é possível sentir algum efeito, alguma melhora?
Eu sou suspeito para falar. Muitas ações que tomamos são criticadas, como a questão dos ônibus intermunicipais, por exemplo. Iniciativas como essa não vão resolver o problema do trânsito de maneira definitiva. Elas ajudam apenas numa parcela pequena, mas se pudermos resolver cinco, seis, 10% dessa questão, aos pouquinhos vamos encaixando mais ações para minimizar o problema. Em Nova Iorque não se consegue andar, em Londres, também. Mobilidade, hoje, é um problema mundial.
As carretas que eventualmente circulem fora do horário permitido estão sendo multadas?
Sim. Temos feito barreiras em Duas Pedras, em dias alternados. Quando não se consegue pará-las, elas passam e os nossos agentes são avisados em qualquer lugar que estejam para que possam abordá-las.
Existe algum local de recuo para essas carretas que precisam esperar?
Os profissionais do setor de transporte de carga colaboraram muito. Como eles já sabem que esse horário é proibido, são poucas as carretas que ficam aguardando. Só mesmo aquele motorista desavisado, que está passando pela primeira vez ou passa esporadicamente, é pego de surpresa. Quando há alguma carreta que precisa passar por algum momento, eles fazem uma solicitação, e são atendidos.
O projeto da antiga rodoviária urbana está sendo executado como havia sido previsto? Ele vai resolver o gargalo que existe na Rua Sete de Setembro?
Está sim. Mas resolver o problema que existe ali é difícil. Vamos amenizar. Cabem quatro ônibus em cada lado, no local que está sendo construído. E, ao contrário do que acontecia com o formado antigo, de “espinha de peixe”, agora será feito o embarque e o desembarque mais rapidamente. Isso vai agilizar o rolamento dos ônibus.
Algumas linhas já fazem isso na Rua Sete...
Agora sim, mas depois vão fazer isso na antiga rodoviária. Esperamos agilizar. Para cada projeto que pusermos para acontecer, vamos encontrar percalços. Temos que avançar, ter coragem de fazer e botar para andar. Vamos lapidando até a coisa funcionar totalmente.
Existe alguma previsão de quando esse novo pontão vai ser inaugurado?
A gente pretende inaugurar até 16 de maio. E já com os ônibus novos, os 20 que foram encomendados, exigidos pela Prefeitura. São 10 novos ônibus este mês, com ar-condicionado, maior espaço interno... A verdade é que nossa vontade de fazer é maior do que nossa disponibilidade financeira. Então, acredito que estamos conseguindo avançar bem, dentro das condições que estamos vivendo hoje.
O projeto da rodoviária estava inserido em um plano maior, que era o serviço rápido, o BRS, que tinha uma previsão anterior e acabou enfrentando problemas de implantação. O BRS continua nos planos da Prefeitura?
Continua. O projeto da antiga rodoviária é o primeiro passo para que o BRS funcione. Ele não pode funcionar sem estrutura. Esse é o primeiro passo: os pontos de ônibus novos, a rodoviária nova... Os pontos nos distritos que vamos fazer também, como em Lumiar. Depois que tiver essa estrutura, aí começaremos a fazer os testes do BRS em determinados locais.
E dá tempo de fazer tudo isso ainda neste mandato?
Se Deus quiser. Trabalho dia e noite para que possamos adequar tudo que é preciso, mas muita coisa não depende da gente, depende da burocracia. A própria Faol já deixou claro que nosso projeto se encaixa nos interesses deles, porque o BRS vai ser bom para a concessionária também. Implantar esse planejamento será bom para todos, e temos que aproveitar essa oportunidade.
Quanto a eventuais mudanças na mão de direção, existe algo sendo planejado?
A principal mudança, que já foi anunciada, será na Rua General Osório. O serviço já foi licitado, mas a empresa que ganhou desistiu da obra. Já chamamos a segunda colocada para fazer uma visita técnica, e no mais tardar em junho espero começar a obra para deixar a General Osório inteira em mão dupla, da Casa dos Pobres até a Praça do Suspiro.
Essa mudança vai afetar o número de vagas para estacionamento?
No primeiro estágio não. Nós vamos fazer o teste com o estacionamento em um dos lados, porque essa obra prevê um alargamento da via. No entanto, caso o estacionamento venha a atrapalhar o fluxo de veículos, aí nós vamos ter que retirá-lo, porque a intenção ali é justamente a de facilitar o fluxo.
Existe algum leilão previsto para dar destino aos veículos apreendidos pela secretaria?
Sim, o próximo leilão também já foi licitado, e vamos publicar o resultado em breve. É possível que o leilão aconteça ainda este mês, para que se possa dar uma limpeza em nosso pátio. Continuamos fazendo as apreensões, e recebemos entre 20 e 30 trinta veículos todos os dias.
A secretaria continua recolhendo carcaças também?
Neste momento só não estamos recolhendo carcaças porque não temos onde colocar. Continuamos recebendo pedidos da população para fazer o recolhimento, e peço paciência, porque assim que houver espaço vamos voltar a recolher.
Deixe o seu comentário