Gripe suína: médicos alertam que corrida aos hospitais deve ser evitada

segunda-feira, 10 de agosto de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Desde a propagação do vírus Influenza A (H1N1), causador da popular gripe suína, nos últimos três meses os setores de urgência dos hospitais de Nova Friburgo têm permanecido lotados de pacientes, que recorrem às unidades com qualquer sintoma de gripe. Mas a permanência nesses locais, onde podem estar presentes pessoas contaminadas com o vírus H1N1, facilita o contágio. O alerta é dos médicos, que orientam à população a procurar, inicialmente, em caso de sintomas de gripe, orientações através do Disque Gripe do Ministério da Saúde (0800 61 1997) ou ainda da Fundação Municipal de Saúde (2523-1614 e 2523-1889), já que os consultórios médicos e postos de saúde também estão superlotados e não há como esperar pela marcação de consultas.

Só no Hospital Unimed, onde cinco adultos - duas mulheres e três homens - permanecem internados em isolamento com suspeita da gripe suína, a procura por atendimento no setor de urgência de pacientes com sintomas gerais de gripe aumentou quase 25% de maio até hoje, em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos três meses já estiveram internados no hospital, com suspeita da doença, 27 pacientes, um deles morreu e, até hoje, 15 dias após o óbito, o resultado do exame laboratorial ainda não foi divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz.

Dos cinco casos confirmados de gripe suína em Nova Friburgo, dois foram de pacientes internados no Hospital Unimed, entre eles, uma criança que contraiu o vírus dos pais, que viajaram ao exterior. As constatações se deram através dos exames laboratoriais swab, feitos a partir de amostras de secreções dos pacientes. A demora na divulgação dos resultados dos exames tem preocupado os médicos. Em casos de suspeita da doença, muitos médicos já têm indicado aos pacientes o medicamento Osel Tamivir, o Tamiflu, que está sendo distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde, mediante preenchimento de formulário específico das autoridades de saúde.

Muita gente está com medo de ir aos hospitais e se contaminar

O diretor médico do Hospital Unimed Nova Friburgo, o pediatra Paulo Peçanha, observa que nos últimos dias o número de pessoas que procuram o setor de urgência do hospital com medo da gripe suína, inclusive crianças, tem diminuído. “Infelizmente há um pavor geral na população e as pessoas já começam a ficar temerosas de ir ao hospital com sintomas e sair de lá com o vírus da gripe suína”, destaca ele, lembrando que é indicado o uso de máscaras cirúrgicas por pacientes com fortes sintomas da gripe.

Peçanha, o diretor administrativo do hospital, Rogério Serôdio, e a enfermeira chefe da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares da Unimed, Izabella Santiago, destacam ainda que os sintomas indicativos de suspeita da gripe suína são dificuldade respiratória, forte cansaço físico e dores musculares e febre constante e superior a 39 graus, além dos demais sintomas gripais, como tosse, espirros, coriza e dor de garganta. O procedimento médico indicado é a verificação imediata da saturação de oxigênio do paciente. Se for inferior a 94%, a recomendação é pela internação imediata e acionamento da Divisão de Vigilância Epidemiológica da FMS para coleta de amostra de secreção, realização do exame swab no Rio de Janeiro e utilização do medicamento Tamiflu.

Os médicos alertam ainda que o novo remédio, que não está à venda nas farmácias, só é indicado se começar a ser ingerido pelo paciente até 48 horas após o aparecimento dos fortes sintomas da gripe. “O Ministério da Saúde já estuda a fabricação de uma vacina pela Fundação Oswaldo Cruz e quem sabe poderá haver até o fim do ano uma imunização em massa dos brasileiros”, torce o médico Paulo Peçanha, lembrando que o Influenza A H1N1 é um vírus novo ainda sem combate total, pois é resultado de uma mutação ocorrida em suínos que atingiu os seres humanos.

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