Os bancários de Nova Friburgo decidiram iniciar greve a partir da próxima quinta-feira, 8. A confirmação da paralisação foi tomada durante assembleia, realizada na noite da última sexta-feira, 2, na sede do Sindicato dos Bancários. Nesta terça-feira, 6, um novo encontro será realizado para organizar o movimento e pressionar os bancos a apresentarem uma nova proposta. No âmbito nacional, a categoria cruza os braços por tempo indeterminado já a partir de hoje.
A campanha nacional de reivindicações teve início no dia 18 de agosto. Após várias rodadas de negociação, os bancários recusaram a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). “Os bancos ofereceram 6,5% de reajuste salarial, índice que não cobre sequer a inflação do período, e um abono de R$3 mil, além das mesmas regras da PLR (participação nos lucros e resultados) de 2015. Não há também nenhuma sinalização de melhorias nas condições de saúde e de trabalho e nem nos itens de segurança e igualdade de oportunidades”, destaca a nota divulgada nesta segunda, 5, pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (Seeb) de Nova Friburgo. A proposta da Fenaban foi bem menor do que o reajuste pedido pela categoria, de 14,8%, sendo 5% de aumento real.
Fazem parte das reivindicações também: o valor de um salário mínimo (R$ 880) para cada um dos vales: alimentação, refeição; para a 13ª cesta; o auxílio-creche; e piso salarial calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) — R$ 3.940,24. Há na pauta ainda questões como fim do assédio moral, das terceirizações, mais contratações, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, auxílio-educação — através do pagamento para graduação e pós-graduação. Outra solicitação é a prevenção contra assaltos e sequestros, com a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. A categoria pede a instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas.
“Além de apresentar uma proposta que representa perdas em relação à inflação do período, os bancos não demonstraram nenhum interesse em proteger os empregos, uma das questões mais importantes para a categoria diante da atual situação que é de demissões em massa e fechamento de unidades”, finalizou a nota da Seeb.
A última greve nacional dos bancários aconteceu em outubro de 2015 e durou 21 dias. Na ocasião, a categoria conseguiu um reajuste de 10%, com aumento real de 0,11%.
De acordo com a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.
Para quem está preocupado com a ausência do serviço durante a paralisação, a saída é utilizar os caixas eletrônicos ou ligar para as centrais de atendimento dos bancos. Consulta de saldo e transferências, assim como outras funções, podem ser feitas por telefone, por exemplo. Vale destacar ainda que pagamentos de contas e saques também podem ser feitos em lotéricas.
Deixe o seu comentário