Granja Spinelli:
um lugar aprazível, mas ainda carente de serviços
Leonardo Lima
cerca de 15 minutos do Centro e com população estimada em 700 moradores, a Granja Spinelli é um bairro tranquilo e cercado de muito verde. Entretanto, segundo os moradores, nem tudo está em ordem na localidade. Falta de iluminação pública em algumas vias, poucos horários de transporte urbano, escassez no fornecimento de água e buracos na principal rua que dá acesso ao bairro são algumas das reclamações.
Segundo o morador Hélio Gomes, a Rua Alzemir Fernandes Coelho (que faz ligação com a Estrada Nova Friburgo-Teresópolis), assim como a quadra poliesportiva, não possui iluminação. “Tem muitas casas que sofrem com os postes sem luz. Já a quadra, embora esteja bem conservada, também passa pelo mesmo problema e o local à noite se torna deserto”, afirma.
Outro fato que vem gerando reivindicações por parte da comunidade se encontra na Rua Sabina Aguilera Campos, que dá acesso à Granja Spinelli. “O alinhamento caiu e os carros só passam em meia pista. Essa situação está perigosa e pode gerar grandes transtornos”, diz Hélio. Quem compartilha sua opinião é o presidente da associação de moradores, Antônio Frossard. “Além da cratera que se formou nessa rua, em muitos pontos ela é estreita, só permitindo a passagem de um veículo. Outro problema é que não há muros de contenção na sua margem. Há verdadeiros precipícios e, se o motorista não estiver atento, pode sofrer um grave acidente”, pondera.
A dor de cabeça comum de anos atrás, causada pelos serviços dos correios, a coleta de lixo e o abastecimento de água, no entanto, vem se regularizando. “A Águas de Nova Friburgo traz diariamente caminhões-pipa para fornecer água, embora algumas pessoas ainda utilizem nascentes e poços. Felizmente, não temos o que reclamar do sistema postal e da coleta de lixo, que funcionam normalmente”, informa o presidente da associação de moradores.
A principal queixa da comunidade se refere ao sistema de transporte urbano. Segundo os moradores, a Friburgo Auto Ônibus (Faol) disponibiliza ônibus somente a partir das 14h30, e daí de hora em hora. Entretanto, até este horário só há transporte comum num intervalo mínimo de duas horas. “Depois do ônibus de 5h30, só há outro às 7h30 e depois só às 10h30. Com isso, muitas pessoas têm encontrado dificuldades em ir para o trabalho e se veem obrigadas a encontrar outras saídas, como ir em veículo próprio ou até mesmo a pé”, revela uma moradora.
De acordo com Antônio Frossard, quando ele entrou na associação, em 1982, não havia nem sistema de ônibus no bairro e o atual horário não sofre alterações há vários anos. Ele ainda completa dizendo que várias requisições junto à empresa já foram feitas. “Por várias vezes tentamos passar à Faol essa situação, na busca de melhorias. Entretanto, no ano passado eles nos enviaram um levantamento com um balanço da quantidade de passageiros em cada horário, afirmando que por essa quantidade não seria preciso aumentar o número de veículos ao longo do dia”, explicou Frossard.
Já a Escola Municipal Alberto Meyer, que possui classes até o 8º ano do ensino fundamental, não apresenta reclamações. Reformada em 2009, suas instalações estão em bom estado de conservação. O maior questionamento novamente foi em relação ao transporte. “A maioria dos alunos é daqui, mas há também os que moram em outros bairros, isso sem falar nos profissionais, que também são de fora. Quem não tem um veículo próprio, sofre com o pouco horário de ônibus pela manhã”, queixou-se a mãe de uma estudante.
A escola, inclusive, abriga um dos dois orelhões que a localidade possui. Nos fins de semana, quando a instituição está fechada, os moradores só têm acesso a um aparelho.
Há queixas da comunidade também quanto à falta de policiamento e de um posto de saúde (o mais próximo é o Sylvio Henrique Braune, no Suspiro). Segundo os moradores, raramente passa uma viatura policial no local e eles sentem falta da presença de pelo menos guardas municipais. Entretanto, de acordo com eles, o bairro não possui muitos registros de violência e os casos que ocorrem costumam ser particulares.
O que mais chama a atenção na Granja Spinelli é, sem dúvida, os dois lagos na antiga Praça Luiz Spinelli. Mas Antônio Frossard diz que o mau estado de conservação de ambos afasta as pessoas. “Embora nos tempos de calor o ponto receba banhistas e pescadores, é necessário uma revitalização. Atualmente a praça está se tornando um pasto, que infelizmente atrai a presença de outros animais, como carrapatos”, afirma.
Até o fechamento desta edição, a Prefeitura não havia respondido à reportagem de A VOZ DA SERRA quanto às queixas dos moradores do bairro.
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