Granja Mimosa: infraestrutura não acompanha crescimento populacional

Loteamento é bastante tranquilo, mas reúne problemas urbanos comuns como falta de pavimentação
sexta-feira, 12 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Moradores da Granja Mimosa querem atenção (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)
Moradores da Granja Mimosa querem atenção (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

Ao chegar ao loteamento Granja Mimosa, em Conselheiro Paulino, é normal termos a sensação de que estamos entrando em um condomínio, já que existem portais nas duas vias de acesso à localidade. A falta de manutenção destes dois pórticos, no entanto, já reflete um pouco a sua realidade. O loteamento é motivo de elogios no que diz respeito a tranquilidade, à vista privilegiada do 6º distrito e às belas moradias, principalmente na parte mais alta, mas ele precisa de mais atenção do poder público — a infraestrutura parece ainda não acompanhar o número cada vez maior de novas construções.

Zuleica Carvalho, de 52 anos, mora na Granja Mimosa desde 2008 e diz que o serviço de capina no loteamento sempre foi uma questão problemática. Nossa equipe chegou a presenciar funcionários realizando o trabalho na parte baixa da localidade, mas a moradora alega que a atividade demora a acontecer e nem todos os locais recebem a manutenção necessária.  “Quando a capina chega aqui na parte de cima do loteamento a vegetação já está muito alta. Sem contar que algumas ruas nem chegam a receber o serviço. Enquanto uma via está limpa, outras ficam tomadas pelo mato”, afirma Zuleica.

Na Rua Antônio Ruiz Galvez o problema está bem embaixo dos pés de quem precisa caminhar pela via todos os dias. O asfalto já desgastado apresenta diversos buracos e já que, segundo os moradores, o material empregado para a pavimentação tem curto prazo de validade, a alternativa é fazer como o morador Elmir Grassini Tavares, de 53 anos, que encontramos tapando buracos com areia e pedras. “Estou fazendo esse paliativo porque os buracos já estão muito grandes. Já reclamamos algumas vezes e a prefeitura até chegou a mandar equipes para realizar o trabalho há um tempo atrás, mas é aquele tipo de tapa-buraco que não dura nem seis meses, principalmente na época das chuvas. A boca de lobo da rua de cima não dá vazão à quantidade de água e aí isso aqui vira um córrego”, relata Elmir.

Quem depende de ônibus para se locomover pelo loteamento também enfrenta problemas, isso porque, de acordo com os moradores, os coletivos que passam pelas ruas do Granja Mimosa tem um intervalo de horários que chega a quase quatro horas e, por vezes, quando o número de passageiros com destino à localidade é pequeno, os motoristas não chegam a cumprir todo o itinerário. A moradora Maria da Piedade, de 61 anos, afirma que caminha cerca de 30 minutos diariamente só para chegar ao ponto de ônibus mais próximo, onde o transporte público passa mais frequentemente. “São pouquíssimos ônibus, por isso se perder um deles, nem adianta esperar por outro. É melhor descer a pé, atravessar e pegar o transporte do outro lado da Avenida Governador Roberto Silveira. Gasto pelo menos 30 minutos para fazer isso, mas o que não dá é ficar esperando mais de três horas pelo próximo, que às vezes, quando tem poucos passageiros, nem chega a passar nessa parte mais alta do loteamento”, reclama Maria, que também aponta outro problema ainda sem solução.

“A iluminação pública deixa a desejar. Alguns postes estão com lâmpadas queimadas há meses. Também já reclamamos e nada foi feito. Como subo frequentemente a pé tenho muito medo. Aqui ainda é um lugar bem deserto, principalmente à noite, por conta disso, às vezes até pego um pedaço de pau pelo caminho para me proteger caso alguém suspeito apareça.”

Prefeitura e Faol se manifestam em relação às queixas de moradores

Nossa equipe entrou em contato com a prefeitura de Nova Friburgo através da Secretaria de Comunicação Social em busca de respostas. Em relação à iluminação pública a Secretaria de Serviços Públicos afirmou através de nota que o serviço passará a ser executado por uma nova empresa, que assumiu neste dia 10 de junho, e a troca de lâmpadas queimadas na Rua Alberto Ceccon Ceccon será realizada. O órgão também esclareceu que as dúvidas e queixas dos moradores podem ser apresentadas através dos telefones 2525-9125 e 2525-9118.

Já sobre as reclamações referentes à capina do loteamento a Subprefeitura de Conselheiro Paulino informou que o serviço teve início na localidade na última segunda-feira, 8. O trabalho começou pela rua principal e se estenderá por toda a Granja Mimosa. Quanto aos buracos, o subsecretário Wilson Tavares informou que uma operação tapa-buracos, com asfalto, começará na próxima segunda-feira, 15.

Em relação às reclamações sobre o serviço de transporte público na localidade, até o fechamento desta edição não obtivemos uma resposta da Faol.

  • Quem precisa passar pela Rua Antônio Ruiz Galvez sofre com os buracos ao longo do asfalto (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Quem precisa passar pela Rua Antônio Ruiz Galvez sofre com os buracos ao longo do asfalto (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Cansado de reclamar, o morador Elmir Tavares resolveu improvisar e tapar buracos em frente a sua residência (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Cansado de reclamar, o morador Elmir Tavares resolveu improvisar e tapar buracos em frente a sua residência (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Pórticos de acesso à Granja Mimosa evidenciam a falta de manutenção do local (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Pórticos de acesso à Granja Mimosa evidenciam a falta de manutenção do local (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Tranquilidade e vista privilegiada do 6º distrito chamam a atenção de quem passa pela Granja Mimosa (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Tranquilidade e vista privilegiada do 6º distrito chamam a atenção de quem passa pela Granja Mimosa (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

  • Moradores alegam que intervalo de horários entre ônibus com destino ao loteamento chega a quase quatro horas e nem sempre o itinerário é cumprido por completo (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

    Moradores alegam que intervalo de horários entre ônibus com destino ao loteamento chega a quase quatro horas e nem sempre o itinerário é cumprido por completo (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)

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