Depois da tragédia que devastou Nova Friburgo, uma onda de solidariedade invadiu a cidade e doações de todo o país chegam para amparar os afetados pela enxurrada. Alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, roupas e calçados atenuam a dor daqueles que tiveram perdas materiais. Agora chega uma nova etapa da superação das dificuldades. Após a limpeza é preciso angariar e organizar recursos para amparar, de forma eficaz, os sobreviventes da tragédia.
Uma das pessoas mais tocadas pela tragédia foi D. Leia Klabin, esposa do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Israel Klabin. Dona Leia, sensibilizada com a situação do povo friburguense, procurou, através de Juir Forenhein e Rui Silva, uma forma de ajudar a comunidade. Em busca de uma instituição séria e confiável, que pudesse receber e administrar competentemente as doações, chegaram até o Grupo de Promoção Humana (GPH). A organização chamou a atenção dos olhos atentos de Rui por sua transparência, eficiência e preparação para lidar com situações de crise, como a deixada pela enxurrada do dia 12.
Pensando no futuro, em como serão os próximos tempos após a catástrofe e como o povo friburguense se reerguerá para reconstruir a cidade, D. Leia fez uma generosa doação de US$ 25 mil dólares ao GPH, para que este dinheiro fosse usado para necessidades emergenciais dos amparados pela instituição. Médicos, terapeutas, remédios, água, gás e luz são extremamente onerosos, e a doação em dinheiro serve para compreender gastos que, muitas vezes, acabam esquecidos pelo próprio governo.
A escolha do GPH não aconteceu de uma hora para a outra. Ela se deu após um incessante trabalho de pesquisa de Rui e Juir, que procuraram entidades responsáveis em todas as cidades da região serrana afetadas pelas chuvas. Com o apoio de D. Leia, também foram doados dois caminhões com mantimentos, que chegaram nos primeiros dias após o desastre. Com a ajuda de jipeiros, equipe de rapel, voluntários de todo o Brasil e, principalmente da comunidade do Cônego e Cascatinha, as doações foram levadas àqueles que mais precisavam.
Ano letivo no GPH começa com mais vagas
O GPH abriu cem vagas, que já estão preenchidas, numa parceria com a Prefeitura. O convênio ainda não foi assinado e as crianças dependem da liberação de recursos para começar a frequentar as aulas, que têm início no dia 7 de fevereiro. De acordo com o secretário de Educação, Marcelo Verly, a assinatura do convênio depende da aprovação de uma lei complementar na Câmara de Vereadores de Nova Friburgo e ainda não tem data definida para sair do papel. Como o calendário municipal de aulas está marcado para começar somente no dia 21 de fevereiro, é possível que os recursos para o GPH demorem mais algumas semanas para sair. Apesar da demora, o governo federal já liberou R$ 100 milhões para a Prefeitura, sendo que metade deste valor foi repassado na segunda, 17.
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