Agora já é possível aprender balé clássico em Nova Friburgo com uma ex-professora do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Trata-se de Anamaria Salazar, artista de palco, dança, tela e escultura, atualmente residindo no Cônego. Ela aproximou-se do Grupo de Promoção Humana (GPH) e iniciou há apenas um mês o seu curso, que está com inscrições abertas. Detentora de um vasto currículo, Anamaria pretende ter em breve sua academia na cidade.
BALÉ DE CORPO E ALMA - Nascida em Angra dos Reis e criada na cidade do Rio de Janeiro, Anamaria Salazar posteriormente passou sua vida em Niterói, como estudante, inclusive de balé, onde se casou e teve três filhos. Fez o concurso para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e passou em primeiro lugar. Continuou morando em Niterói e estudava balé clássico no Rio, na antiga Escola Maria Oleneuva de Danças Clássicas.
Anamaria Salazar passou boa parte de sua vida ligada ao balé. Tinha também sua academia em Icaraí, com mais de 300 alunos, além de uma filial em São Gonçalo, igualmente com muitos alunos, sem contar os professores. Eram bailarinos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro que trabalhavam com ela. Depois do falecimento de um irmão e da mãe, e estafada com a função, Anamaria pensou em deixar sua academia com a filha, Maude Salazar, mas ela preferiu o canto lírico e se revelou como soprano, com atividades no Brasil e exterior. Os dois filhos igualmente não aceitaram. Sem outra opção, a professora vendeu a academia, que inclusive, tinha sede própria.
No período em que manteve a academia, Anamaria Salazar chegou a lecionar balé clássico no Colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo. Ela imagina ter sido por cerca de três anos. Isto devido ao contato que teve com o centenário educandário em função de a sogra ter propriedade na cidade, onde ela passava as férias com a família, que tinha o título número 3 do Nova Friburgo Country Clube.
ARTES PLÁSTICAS COM BALÉ – Ao se desfazer da academia, Anamaria Salazar decidiu partir para as artes plásticas. Desde pequena gostava de pintar e deu asas à sua imaginação. Procurou professores da área e começou a frequentar ateliês e a viajar com exposições, o que curtia muito. Reencontrou-se, renasceu e se satisfazia nas artes plásticas. Mas não abandonou o balé. Não mais para ensinar, porém, para si própria. As aulas tinham o objetivo até mesmo de manter a saúde física e mental.
MAIS BALÉ EM SUA VIDA - Mantendo a dedicação às artes plásticas (“este final de semana não saí de casa; já não aguentava mais, mas fiz três obras maravilhosas”), mudou-se para Nova Friburgo há oito meses, passando a residir no Cônego (“Estou morrendo de frio”, risos). Seu apartamento é pequeno, obrigando-a a uma verdadeira ginástica para pintar.
Já residindo em Nova Friburgo teve contato com um desses muitos valores da cidade que nem sempre aparecem. Descobriu que estava errando as cores devido a um problema na vista. E fez uma cirurgia de catarata com o médico oculista Augusto Kassuga. “Agora que estou enxergando bem de novo, estou corrigindo alguns quadros que podem ser corrigidos. Fiquei daltônica, não enxergava mais as cores. O dr. Kassuga me salvou”, afirma.
Morando perto do GPH – que não conhecia -, aproximou-se da entidade e perguntou se havia professora de balé (“Alguém me empurrou para falar isso, acho que Deus me disse: ‘Vai lá fazer balé’, risos”) e se propôs a ensinar balé clássico naquele espaço. Nem pensou nas artes plásticas, só no balé. Foi prontamente aceita pela diretoria.
Anamaria Salazar está ministrando novamente aulas de balé clássico, no GPH, desde junho último. Ainda se adaptando à vida em Nova Friburgo, com obras em casa (é subsíndica do condomínio), conhecendo as pessoas, passou pela cirurgia (“Fiquei de molho um pouco”), reiniciou suas aulas de balé clássico. As alunas estão chegando agora, meninas, adultas, mãe e filha e rapazes também são aceitos. Agora é que a professora está providenciando o uniforme das alunas.
AS AULAS DE BALÉ NO GPH – As aulas de balé clássico da professora Anamaria Salazar no GPH são ministradas às terças e quintas-feiras, das 17h30 às 18h30. O curso não é gratuito, mas tem preços simbólicos. E a professora faz questão de frisar que é uma iniciação ao balé. O único requisito é a idade mínima de 4 anos.
Anamaria Salazar, neste primeiro mês de aulas, já está impressionada com a inteligência de suas primeiras alunas. Laís, Jennifer e Aline, três das alunas, garantem que estão gostando muito das aulas. E a professora tem planos audaciosos: quer formar sua academia –Balé Anamaria Salazar – e fazer um espetáculo, com todo o grupo vestido a caráter e tudo mais que tem direito, marcando seu retorno ao balé clássico.
As pessoas interessadas em aprender balé clássico devem fazer contato pessoalmente com Anamaria Salazar nos dias de aula, a partir das 17h, no GPH.
Deixe o seu comentário