Governo municipal e Emater-Rio promovem Seminário Ater para a Juventude Rural de Nova Friburgo

segunda-feira, 08 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Governo municipal e Emater-Rio promovem Seminário Ater para a Juventude Rural de Nova Friburgo
Governo municipal e Emater-Rio promovem Seminário Ater para a Juventude Rural de Nova Friburgo

(SECOM) O governo municipal, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Emater-Rio, Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio de Janeiro, Programa Rio Rural e Associação Serra Nova dos Trabalhadores Rurais de Nova Friburgo, realizou no dia 4 de outubro o Seminário Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) para a Juventude Rural de Nova Friburgo, no Hotel Vila Verde, em Córrego Dantas. 
O prefeito de Nova Friburgo, Sérgio Xavier, revelou que se sente muito preocupado com o êxodo do campo, principalmente dos jovens. “Precisamos sempre promover e criar condições para que os jovens fiquem no campo, mas isso com qualidade e potencial de desenvolvimento e sustento”, enfatizou o prefeito. Ele destacou ainda a importância da parceria entre instituições para se discutir e promover melhores possibilidades no campo, colocando em pauta temas como política para jovens, mulheres e idosos no campo, acesso à terra, emprego e renda, fomento financeiro e formação.
Para o secretário de Agricultura, José Carlos Siqueira, “essa é uma das campanhas fundamentais para motivar o jovem a se estabelecer no campo, tirar dele seu sustento e ter seu lazer”. Segundo Siqueira, a Emater tem uma parceria com o governo municipal muito importante pois é ela quem conduz e é disseminadora de opinião, incentivando o jovem a viver no campo como produtor. “Então, nos aperfeiçoando nesse sistema, mais na parte social. Na nossa gestão, a Emater é indispensável e tem funcionado muito bem. Nós esperamos que essas palestras revertam em mais tecnologia, menos serviço braçal, além de mais verba, que é a finalidade de todo jovem empreendedor rural e, num programa dessa magnitude, os créditos rurais são sempre lançados e destinados a esse público, para que ele comece sua vida”, diz Siqueira.
O consultor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), João Batista Begnami, veio ao seminário falar de “Políticas Públicas para a Juventude Rural”, que, segundo ele, “durante muitos anos ficou invisível para aqueles que tratam desse tema”. De acordo com Begnami, há hoje tramitando no Congresso Nacional, o Estatuto da Juventude e também a lei a PEC 65, que possibilitará ao governo criar políticas públicas específicas. A mudança de visão do jovem rural em relação ao campo demora muito tempo, diz Begnami, “porque a visão do campo vem sendo construída há mais de quinhentos anos e a modernidade veio contra ele trazendo um olhar de cidade e o futuro da humanidade não é a cidade e sim a terra”. Então, diz João Batista, “uma das políticas públicas mais importantes é a terra e a extensão rural, que é um processo educativo contínuo e a construção de uma nova visão de campo, que não um lugar só de produzir, mas também de viver e, para isso, nós temos que juntar escolas, transporte, estradas, lazer, possibilidade de ganhar dinheiro e de viver no campo não só com enxada, mas com outras coisas como uma pousada, turismo rural, com comércio. Programas como Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico); Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar); Pronacampo (Programa Nacional de Educação no Campo) e o Crédito Fundiário serão implantados em Nova Friburgo, diz Begnami, se a população da região entrar neles. Há uma lista de cursos que são ministrados por instituições federais ou uma escola técnica e, para os jovens rurais não serem atraídos para cursos profissionalizantes das cidades, é preciso que a formação profissional deles seja dirigida e o torne capaz de viver no campo, que não seja, necessariamente, na área de produção agrícola. O Pronaf, então, é importante para que ele consiga crédito, conclui.
O presidente da Emater-Rio, Justino Antônio da Silva, disse que a empresa já existe há 50 anos e tem vínculos com a Secretaria de Agricultura. A Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) atua em Nova Friburgo há muitos anos e tem colhido bons resultados. Para ele, “o jovem é um segmento da categoria dos produtores importante, que atua dentro das propriedades rurais e, através de políticas públicas já estabelecidas pelo governo federal, a prática é trazida até ele e são mostradas as opções, para que ele possa ter acesso à terra, ter as suas necessidade atendidas e para que ele participe da vida de seu município. O IBelga, por exemplo, traz um tipo de ensino ideal para que o jovem se mantenha na escola e auxilie na lida do campo. Para isso precisamos ouvir o jovem rural e suas reivindicações”, conclui.
Para o supervisor local da Emater-Rio, Affonso Henrique, “o que se espera é que o jovem rural indique a eles como a extensão rural deve trabalhar, porque já há uma transição agroecológica acontecendo, que significa passar da agricultura tradicional, com o uso de agrotóxico e outros antigos manejos, para uma agricultura orgânica e nós temos essa expectativa de ter uma agricultura em bases mais sustentáveis”. “A Emater”, diz, Affonso, “espera que o convênio com o governo municipal continue, para dar seguimento aos projetos de bacias hidrográficas e de horticultura, por exemplo, onde tivemos uma evolução muito grande com o morango e temos também outras propostas de agroindústria, para o atendimento da alimentação escolar.”
Com relação às microbracias hidrográficas, Adriano Martins Carneiro Lopes, assessor técnico do Programa Rio Rural, responsável pela área de organização comunitária e planejamento local, disse que “o maior desafio é conseguir a compreensão de todos os que vivem nas microbacias, dentro do desenvolvimento que eles conseguem alcançar a partir de sua própria integração e os maiores beneficiados nesse processo são os produtores e pescadores, que vão conseguir dentro de sua organização melhorar o processo produtivo, que seja menos degradante, sem perder renda. Segundo Adriano, na Região Serrana existem 72 microbacias hidrográficas que serão trabalhadas e, em média, 100 famílias vivem nesse entorno, variando de um lugar para outro.

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