Na segunda-feira, dia 2, o prefeito Renato Bravo publicou portaria criando a Comissão Reguladora de Implantação de Integração Plena do Transporte Coletivo Municipal, sob coordenação da Secretaria municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu), constituída pela Secretaria municipal de Governo e Procuradoria Geral. Mobilidade urbana e transporte foram duas das principais promessas da campanha de Bravo.
Segundo a publicação, “a comissão deverá proceder estudo e apresentação de relatório de como viabilizar a Implantação da Integração Plena, objetivando a satisfação dos interesses comuns dos cidadãos, bem como proporcionar à população amplo deslocamento, mobilidade e segurança mediante o serviço adequado”.
Ainda de acordo com o texto, a designação dos membros da Comissão será feita por portaria, sem ônus para o município e sem prejuízo de seus vencimentos, demais vantagens e atribuições. Enquanto aguardamos o desenvolvimento da fase preparatória da comissão que fará a elaboração do relatório encomendado pelo prefeito, A VOZ DA SERRA apresenta um resumo das reportagens publicadas ao longo do ano passado, de janeiro a dezembro.
Retrospectiva do transporte coletivo público e rodoviária
Em 19 de janeiro do ano passado, A VOZ DA SERRA publicou: “A integração de passageiros em mais de uma linha dos ônibus municipais com o pagamento de uma só passagem será realizada a partir do mês que vem exclusivamente com o cartão Riocard, anunciou ontem, 18, o prefeito Rogério Cabral. No dia 5 de fevereiro, a terminal rodoviário César Guinle, na Praça Getúlio Vargas, no Centro, será fechado e cercado com tapumes para reformas na área interna e também para obras de adequação da área externa para o novo ponto de parada dos coletivos. Quando estiver pronto, o espaço não terá mais roletas.
“Hoje, os ônibus entram na rodoviária e depois precisam dar ré para sair de lá. Após as obras na área externa, os coletivos irão parar para embarque e desembarque no novo ponto, e seguirão para os seus destinos em fluxo contínuo. Os ônibus deverão ficar pouco tempo parados ali. Como isso, melhoramos o trânsito na Rua Sete de Setembro, que é o principal gargalo no centro da cidade”, previu Rogério.
O interior do terminal será reformado pela empresa de ônibus Faol. Serão retiradas as grades e as catracas. O piso também será trocado pela empresa. Segundo o prefeito, a Faol também fará a limpeza do teto e a pintura das paredes que estão pichadas. Os banheiros serão reformados. “Tudo isso está previsto no contrato de concessão do serviço de transporte público. O objetivo é dar mais conforto para os passageiros”, disse Rogério. Alguns pontos de ônibus na cidade também serão reformados.
Integração pelo cartão
Amanhã, 20, a Riocard inicia uma campanha na mídia local e nas ruas de Nova Friburgo para orientar os passageiros sobre a implantação do sistema de integração nos ônibus exclusivamente pelo cartão. Com isso, a integração poderá ser feita em qualquer ponto de parada dos ônibus no município. A coordenadora de marketing da Riocard, Melissa Sartori, disse que a medida contribuirá com a transparência nas contas do transporte público no município.
A Riocard também informou que está credenciando pontos comerciais para venda de recarga de créditos para o cartão na cidade. “Os proprietários de bancas de jornal, farmácias ou qualquer comércio varejista que tiver interesse em disponibilizar o serviço de recarga pode nos procurar”, informou Melissa Sartori.
Promessa de agilidade
Em 11 de fevereiro, publicamos: Promessa de maior agilidade e economia para os passageiros, o recém-implantado sistema de integração dos ônibus urbanos com o cartão Riocard tem gerado muitas dúvidas entre os usuários. Nos últimos dias a redação de A VOZ DA SERRA vem recebendo relatos de usuários que afirmaram não ter conseguido fazer a integração com o cartão.
De acordo com um destes usuários, para ir de Furnas ao Alto do Floresta sem sair do distrito de Conselheiro Paulino foi preciso pagar duas passagens. Isso porque o sistema RioCard, de acordo com a Cartilha do Usuário da Faol, não libera a integração entre algumas localidades de uma mesma região.
Se antes o passageiro podia sair de Furnas, ir até o Centro, desembarcar na rodoviária e embarcar em outro ônibus, rumo ao Alto do Floresta, hoje não é mais possível com o pagamento de uma só tarifa. Neste caso, o morador de Furnas deve saltar na Avenida Roberto Silveira, no ponto em frente a Faol, e ir a pé até o Floresta ou desembolsar mais R$ 3,30, atual valor da passagem, para embarcar em outra condução.
Mesmo com a integração pelo sistema RioCard funcionando desde 2012, muitos passageiros utilizavam a rodoviária urbana para trocar de linhas pagando uma só passagem. É o que conta a professora Danielle Vogas, 33 anos. “Moro em Riograndina e tenho familiares em Furnas. Sempre ia ao Centro (rodoviária) para fazer a integração. Achei que o cartão facilitaria minha vida pois, achei que poderia descer em qualquer ponto da Avenida Roberto Silveira e pegar a linha de Furnas, mas ficou pior. Fui tentar fazer isso e descobri que não é possível. Paguei duas passagens”, reclamou.
Procurado pela equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA na tarde da última quarta-feira, 10, o coordenador operacional da empresa Faol, Armando Lopes, explicou que “a integração considera grupos de linhas determinados pelo sistema. O modelo implantado na cidade foi estudado cuidadosamente e feito a partir da demanda de cada local”, pontuou.
Reabertura da rodoviária
Mais de três meses após seu fechamento, a rodoviária urbana da Praça Getúlio Vargas reabre às 6h desta quinta-feira, 19 [maio de 2016], com uma série de modificações no sistema de embarque e desembarque de passageiros. A principal delas é o livre acesso dos usuários, já que o espaço não conta mais com grades e catracas, retiradas durante as obras de revitalização iniciadas em fevereiro.
A exemplo dos demais pontos de ônibus do município, a integração pode ser feita através do cartão Riocard, que permite o embarque em mais de uma condução dentro do prazo máximo de duas horas com a cobrança de uma só passagem. Quem optar por pagar a passagem em dinheiro pode embarcar normalmente nos coletivos que vão estacionar na nova rodoviária.
A substituição das plataformas de ônibus no formato espinha de peixe por amplos calçadões nos lados sul e norte foi outra alteração realizada no projeto original. Em cada lado, há um ponto de parada que comporta até quatro coletivos simultaneamente. Segundo a Smomu, o novo sistema visa agilizar o fluxo dos ônibus, que não precisam mais dar ré ao sair do terminal, estacionando em uma fila contínua.
Movimentação diferente
Nesta segunda-feira, 12 [dezembro de 2016], quem precisou utilizar o transporte público em Nova Friburgo deve ter reparado uma movimentação diferente, pelo menos durante o embarque de passageiros. Isso porque passou a valer uma nova regra que obriga que todos os usuários dos ônibus municipais a passar pela roleta no momento do embarque — inclusive aqueles que possuem direito à gratuidade (idosos a partir de 60 anos, estudantes da rede pública, portadores de necessidades especiais e seus acompanhantes devidamente cadastrados).
A empresa Friburgo Auto Ônibus (Faol) anunciou a mudança na última quinta-feira, 8, através de cartazes colados nos pontos de ônibus no centro da cidade, na Estação Livre (antiga rodoviária urbana) e nos próprios coletivos. Nesta segunda-feira, 12, os passageiros que não possuíam o cartão Riocard tiveram que apresentar ao motorista ou cobrador do coletivo documento de identidade comprovando o direito ao benefício para poder embarcar. A planilha preenchida pelos funcionários exigia a anotação de dados como nome e número do documento de identidade do passageiro. Apesar de ter sido comunicada na última semana, a medida gerou diversas reclamações de usuários e uma enorme fila em frente à loja da Riocard, no Centro, ao longo de todo o dia.
“Andar de ônibus hoje foi uma confusão. Como o que uso para vir ao Centro não tem cobrador, o motorista precisou receber o dinheiro dos passageiros que entravam e ainda parar para anotar as informações dos idosos que não tinham Riocard. Saí de casa às 8h45 e só cheguei no centro da cidade pra lá das 10h”, contou a aposentada Neide Carreiro, moradora de Janela das Andorinhas. “Essa burocracia atrasa a vida de quem tem horário. O motorista tem que ficar fazendo dois serviços, coitado! Podiam, pelo menos, colocar um cobrador para ajudar”, acrescentou Maria de Lurdes Evaristo, moradora da mesma localidade.
De acordo com o coordenador operacional da Faol, Josimar Tardim, a medida foi tomada para dar mais segurança aos passageiros e evitar possíveis fraudes em documentos. “Os passageiros continuam tendo direito à gratuidade, quanto a isso nada mudou. A nova regra foi adotada para que, além de termos um controle mais preciso sobre o acesso de usuários ao ônibus, todos possam ter segurança e as fraudes na gratuidade sejam sanadas. O primeiro dia de mudanças costuma ser um pouco confuso para os passageiros, mas é apenas uma questão de adaptação”, afirmou Josimar.
(Colaboraram Alerrandre Barros e Dayane Emrich.)
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