A Secretaria estadual de Agricultura anunciou na sexta-feira, 9, a implantação de plano emergencial para enfrentamento dos efeitos da seca nas regiões Norte, Noroeste e parte da Serrana do estado, no próximo dia 26. Segundo o secretário Christino Áureo, em Campos dos Goytacazes, por exemplo, o déficit pluviométrico acumulado de agosto a novembro de 2014 foi de 380 milímetros em relação à média dos últimos 30 anos. No período, choveu apenas 40 milímetros, quando eram esperados 420 milímetros. Como consequência, o setor agropecuário dessas regiões contabilizam perdas que chegam a R$ 100 milhões.
Dados da secretaria apontam que aproximadamente 13 mil produtores rurais estão sendo afetados pela estiagem. A produção de hortaliças teve uma queda de 5% e a de leite sofreu perdas de 20% devido à falta de água para os pequenos produtores. A produção de cana-de-açúcar também registrou queda de 15% no último trimestre e houve perda de pelo menos duas mil cabeças de gado com a seca no interior fluminense.
O plano de contingência conta com recursos do Banco Mundial, através do Programa Rio Rural, na ordem de R$ 30 milhões. O investimento será aplicado em sistemas de nutrição para os rebanhos que sofrem com a falta de pasto e na perfuração de poços artesianos para uso coletivo.
"Serão reservatórios de água para matar a sede do gado e também irrigar lavouras. Somente o trabalho de perfuração dos poços vai utilizar R$ 12 milhões”, explicou o secretário.
Para execução do plano foi nomeada força-tarefa formada por técnicos das empresas vinculadas à Secretaria de Agricultura — Emater-Rio e Pesagro-Rio — e da Defesa Agropecuária.
As ações emergenciais serão executadas durante todo o ano de 2015. Para receber os benefícios, os proprietários deverão adotar as práticas indicadas pelo programa Rio Rural, que promove a agricultura sustentável em 350 microbacias do estado.
Implantado em 2008, o programa Rio Rural vem incentivando, com recursos do Banco Mundial, a preservação de nascentes, o replantio de matas ciliares e ações de manejo sustentável, entre outras ações, que visam especialmente a preservação das águas no ambiente rural. "Nós temos depoimentos de produtores de municípios do Norte e Noroeste fluminense que adotaram essas práticas e hoje estão sofrendo menos com a estiagem”, explicou.
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