Governador admite ter errado
e sanciona anistia dos bombeiros
A parte que cabia aos deputados estaduais foi cumprida na terça-feira, 28, quando a Assembleia Legislativa aprovou a anistia administrativa dos 439 bombeiros — dentre os quais 28 lotados em Nova Friburgo. O projeto aprovado na Alerj por 60 deputados estaduais foi encaminhado para sanção do governador Sérgio Cabral (PMDB) livrando os militares do risco de serem excluídos da tropa pela participação direta no movimento reivindicatório por melhores salários — que culminou na invasão do quartel central dos bombeiros no Rio de Janeiro e a consequente prisão dos manifestantes por uma semana, até serem colocados em liberdade por decisão liminar da Justiça.
Um dia após a anistia ter sido aprovada pela Alerj, o governador fez um mea-culpa durante entrevista concedida à Rádio CBN, na manhã desta quarta-feira, 29. Ele admitiu ter errado ao chamar de vândalos os bombeiros que invadiram o Quartel Central da corporação no último dia 3. Cabral, entretanto, fez uma ressalva: a outra parte também errou. Na opinião dele, a crise foi gerada por falta de diálogo.
“Faltou diálogo com o movimento, e eles erraram com a invasão. Eu errei quando os chamei de vândalos. Alguns líderes erraram com a ação abrupta de levar mulheres e crianças para a manifestação. Estou fazendo meu mea-culpa. Acho que a anistia vai ao encontro desse desarmamento de espírito”, disse, referindo-se ao projeto de lei 644/2011, aprovado por unanimidade pela Alerj.
Sérgio Cabral ressaltou que, antes da deflagração dos protestos, já vinha construindo um projeto de antecipação salarial através de um projeto de lei que ele mandou para Alerj em meados 2010 atendendo não só os bombeiros, como também aos policiais militares e civis, agentes penitenciários e funcionários do Degase.
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