DIVULGADO NA última sexta-feira, 22, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostrou números preocupantes para a população brasileira. Na Região Serrana, os números acompanham a tendência nacional em função da forte crise econômica. O mês de março apresentou saldo negativo na relação entre vagas abertas e fechadas.
NOVA FRIBURGO registrou 25 demissões em março, acumulando 425 demissões no primeiro trimestre. Em Petrópolis, 389 trabalhadores perderam o emprego com um saldo negativo de 195 vagas nos três primeiros meses do ano. E Teresópolis conseguiu um resultado positivo: apesar de perder 81 vagas em março, fechou o balanço trimestral com 94 vagas positivas. No estado do Rio de Janeiro, foram demitidos 13.741 trabalhadores em março de 2016. Entre janeiro de março, o saldo acumula baixa de 63.719 vagas.
O PAÍS FECHOU o trimestre encerrado em fevereiro superando a barreira simbólica de dois dígitos na taxa de desocupação, que alcançou a taxa inédita de 10,2% e vai continuar avançando ao longo do ano, avaliam economistas que estudam o mercado de trabalho. Pelo percentual, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 10,4 milhões de desempregados,
EM RELAÇÃO ao período anterior de três meses, fechado em novembro de 2015, foram 1,3 milhão de pessoas a mais que perderam o emprego ou começaram a procurar colocação para tentar recompor a renda familiar. É como se, no trimestre encerrado em fevereiro, surgissem a cada dia, em média, 14,8 mil desocupados no Brasil.
O CÍRCULO VICIOSO do desemprego, que agora pune mais de 10 milhões de brasileiros, equivalente à população cumulativa dos municípios do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória. É trágico, pois inviabiliza o consumo, desorganiza a mão de obra nas empresas e gera problemas sociais nefastos para todos, a começar pela desesperança entre as famílias. Aí está o grande desafio para o governo, que é sobreviver nesta disputa pelo poder criada pelo processo de impeachment.
AINDA QUE O início de ano costume registrar aumento na taxa de desocupação devido à dispensa habitual de trabalhadores temporários, o fato concreto é que a elevação foi bem acima da esperada. No período de apenas um ano, quase três milhões de brasileiros ficaram sem trabalho, o equivalente a toda a população de uma capital como Salvador ou Brasília. Além disso, a renda caiu, e aumentou o nível de informalidade, indicando uma deterioração preocupante do mercado de trabalho.
ATÉ AGORA, O nível de emprego, registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vinha resistindo ao aprofundamento da crise, até mesmo, entre outras razões, pelos altos custos das dispensas e, também, pelo fato de as empresas preferirem apostar numa recuperação mais à frente. O país precisa recuperar a expectativa de uma reação na economia para deter logo a aceleração do desemprego, que não pode continuar de forma desenfreada.
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