Depois de ficar fora da competição no ano passado por conta de dois incêndios que atingiram o seu barracão às vésperas do Carnaval, o bloco de enredo Globo de Ouro promete voltar à avenida em 2018 para mostrar a força da comunidade do bairro Vila Amélia. Regado a muita empolgação, brilho e purpurina, a agremiação apresentará este ano o enredo “Filhos de fé: não mexe comigo que eu não ando só”. O desfile vai abordar a crença religiosa e contar a história do descobrimento do Brasil.
“Vamos falar sobre as belezas da nossa terra, a chegada dos portugueses, a figura do índio, do negro e o processo de miscigenação. E, claro, não menos importante, vamos falar da nossa cidade, que passou por uma tragédia em 2011, mas que hoje, reconstruída, celebra seus 200 anos. Será uma festa e tanto”, afirma o presidente da agremiação, Caillan da Silva Cardoso.
Com cerca de 700 componentes e 80 ritmistas, o Globo de Ouro passará pela Avenida Alberto Braune com três carros alegóricos e 18 alas. “Os trabalhos para o Carnaval 2018 começaram logo após o incêndio em fevereiro do ano passado. Perdemos tudo e tivemos que recomeçar do zero”, conta Caillan, revelando o valor dos custos do desfile: cerca de R$ 40 mil.
Mas, apesar de todo o otimismo, o presidente não esconde a preocupação. A poucos dias do desfile ele afirma que ainda há muito o que fazer. “Por conta do atraso no pagamento da subvenção, ficamos sem verba para fazer os carros alegóricos. Ao contrário do que se vê agora, barracão vazio, o que a gente espera é que as últimas horas sejam de muito trabalho por aqui. E que o pagamento saia logo”, conta ele.
Caillan explica ainda que o pouco que está pronto foi feito com a verba de eventos realizados ao longo do ano no barracão do bloco e com a ajuda da própria comunidade. “A prefeitura não fala, mas eles não têm dinheiro para pagar a gente. Estão em busca de parcerias para levantar a verba. Isso acaba nos prejudicando ainda mais, pois se o empresário ajudar a prefeitura, não temos à quem mais pedir patrocínio”, afirma.
O presidente do Globo de Ouro revela também que apenas as fantasias foram confeccionadas, mas que nada impedirá o bloco de ir à rua. “Se não terminarmos como planejamos, vamos para avenida com o que temos. O importante é desfilar, cantar nosso samba e não deixar a tradição morrer”, pontua.
Recado subliminar
No ano passado, o barracão do Globo de Ouro foi atingido por dois incêndios de grandes proporções. No primeiro as chamas queimaram fantasias, dois carros alegóricos e destruíram instrumentos musicais da bateria. No segundo, o fogo atingiu um carro alegórico, que estava do lado de fora do galpão, e parte de um caminhão.
Na época, integrantes do bloco e moradores da localidade suspeitaram que o incêndio tenha sido criminoso. A polícia também não excluiu a hipótese. Seria o enredo deste ano um recado?
Ficha Técnica:
Fundação: 30.03.1977
Cores: azul, royal, amarelo e ouro
Símbolo: Globo
Títulos: : (11) 1991, 92, 93, 94, 96, 2004, 2005, 2007, 2010, 2014 e 2015
Enredo 2018: Filhos de fé: não mexe comigo que eu não ando só”.
Presidente: Caillan da Silva Cardoso
Carnavalesco: Márcio Venâncio
Diretor de carnaval: Cristiano Wilhelmi de Moraes
Diretor de harmonia: Cristiano Wilhelmi de Moraes
Mestre de bateria: Petinho
Rainha de bateria: Pamela Jordão
Compositores: Jorginho e Pavão
Intérpretes: Diego Ribeiro, Paulo Mello, Sônia, Léo Inocência e Wagner Freitas
Carro de som: Edinho, Paulo Mello, Léo (cavaco), Diguinho (violão), Taillan e Michel (cavaco)
Diretor musical: Evandro Malandro
Ordem do desfile: 1º
Horário desfile: 21h às 22h
Carros alegóricos: 3
Alas: 18
Número de integrantes: 700
Número de ritmistas: 80
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