GLEISI HELENA HOFFMANN

terça-feira, 08 de maio de 2012
por Jornal A Voz da Serra
GLEISI HELENA HOFFMANN
GLEISI HELENA HOFFMANN

“Estamos protegendo a nossa indústria e os nossos empregos”

Meu compromisso é com a missão que a presidenta Dilma me confiou

Formada em Direito e com especialização em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira, ela é braço direito da presidenta Dilma Rousseff e tida como “mulher forte” no governo. Apesar do peso da função que exerce, a Casa Civil da Presidência da República, a ministra Gleisi Hoffmann mantém como marca o sorriso pronto e a cordialidade, sem deixar para trás o vigor e a determinação típicos dos grêmios estudantis de Curitiba (PR), onde começou sua caminhada política. Nessa entrevista exclusiva, faz uma avaliação do país, da crise econômica mundial e revela um pouco sobre seu trabalho: “Não é nada fácil”.

A avaliação do governo federal vai muito bem e o olhar do mundo em relação ao Brasil teve uma mudança positiva. Que fatores contribuíram para isso?

Gleisi Hoffmann - Atribuo à forma como a presidenta Dilma [Rousseff] vem conduzindo as ações de governo, com a preocupação de manter o país na rota do crescimento, formar mão de obra especializada, melhorar a infraestrutura, crescer de forma sustentável. As políticas adotadas pelo governo federal estão proporcionando ganhos econômicos e sociais, que renovaram a confiança do povo brasileiro. Temos emprego, inflação baixa, crescimento econômico, tiramos milhões de pessoas da miséria e cuidamos do nosso meio ambiente. A maioria dos países não tem essa situação. Muitos, os europeus principalmente, estão em crise econômica profunda.

Os escândalos recentes envolvendo ministros não prejudicam as mudanças pretendidas pela presidenta Dilma Rousseff?

GH - A presidenta Dilma tem conseguido dar continuidade ao seu plano de governo, com êxito, como as várias ações já implantadas a exemplo do Plano Brasil Sem Miséria, o Plano Brasil Maior, de incentivo à indústria, o Minha Casa Minha Vida, o Programa Ciência Sem Fronteiras, o PAC, o Viver sem Limite—Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. As pessoas estão sentindo, na vida diária, a ação do governo.

No momento, quais são as principais preocupações da Casa Civil? Garantir que as obras da Copa do Mundo fiquem prontas? A realização da Rio+20? Ou ainda fiscalizar ações e obras contínuas?

GH - Todos estes temas têm importância e estão na pauta das ações conduzidas pela Casa Civil que, juntamente com outros órgãos e ministérios, atua para fortalecer as ações de governo. Em termos de calendário, a Rio+20 está sendo a grande prioridade, mas não nos descuidamos dos outros programas e responsabilidades.

A senhora pretende ser candidata ao governo do Paraná em 2014?

GH - Meu compromisso é com a missão que a presidenta Dilma me confiou: gerenciar e auxiliar na coordenação e condução do governo. Eleições não fazem parte da minha agenda.

E considera trilhar o mesmo caminho que a presidenta Dilma—da Casa Civil à Presidência?

GH - É uma situação que não cogito.

Aliás, quais lições aprendidas com a presidenta?

GH - Estar ao lado dela me impõe um desafio diário de trabalhar na busca das melhores práticas para as políticas públicas e ações do nosso país. A referência da presidenta é de grande excelência na gestão. A dedicação aqui é muito grande, para podermos dar conta de todas as coisas que a Casa Civil fazia na época em que a presidenta Dilma era ministra. Não é nada fácil.

Os deputados federais dizem que 2011 foi o pior ano para obter liberação de recursos para os municípios, sejam de emendas individuais ou de bancada. O que mudou, nesse sentido, do governo Lula para o governo Dilma?

GH - O ano de 2011 foi difícil, com forte crise econômica mundial que também afetou o Brasil. Precisamos tomar medidas duras, entre elas cortes no orçamento, que afetaram várias programações, inclusive as emendas parlamentares.

Na sua posse, a presidenta Dilma avisou: “Oposição não irá inibir o governo”. Se não inibe, cria dificuldades. Exemplo é a votação da Lei Geral da Copa, que não sai. Como tem sido a atuação do governo nesta “costura política”?

GH - Acredito que, para o desenvolvimento do Brasil, governistas e oposição sempre devem se pautar pelo que é melhor para o crescimento da nossa economia e a consequente geração de emprego e distribuição de renda. O papel da oposição é questionar, fiscalizar, discordar, mas nunca parar o país por questões políticas. Vivemos uma relação de normalidade entre governo e oposição. Cada um no seu papel. A Lei Geral da Copa já tem data para ser votada pelo Senado—dia 10 de maio.

A Casa Civil tem um cronograma de liberação, por parte do governo, dos recursos previstos em emendas parlamentares ao orçamento da União?

GH - Primeiro é preciso esclarecer que a Casa Civil não é responsável por autorizar ou vetar pedidos de emendas de parlamentares. Isso cabe às pastas responsáveis pelos recursos, dentro dos limites orçamentários disponíveis. As emendas fazem parte do direito legítimo dos parlamentares de deliberar sobre o orçamento da União. A liberação depende de recursos disponíveis.

O fim da chamada “Guerra dos Portos” é mesmo a solução para a desindustrialização do país?

GH - Só estamos enfrentando a crise, que hoje abala a Europa, porque estamos protegendo a nossa indústria e os nossos empregos. O estímulo à importação que alguns estados fazem compromete o nosso desenvolvimento e a nossa indústria. A aprovação da Resolução [PRS 72] foi importante neste sentido.

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