Gerson, um cidadão friburguense

Canhotinha de Ouro analisa a Seleção Brasileira e a convocação de Dunga
segunda-feira, 28 de julho de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Gerson, um cidadão friburguense
Gerson, um cidadão friburguense

Quem viu Gerson atuar nas décadas de 60 e 70 — e quem não viu, não deixe de procurar pelos vídeos no YouTube, por exemplo — assistiu a um dos melhores meias do mundo, dono de uma visão de jogo espetacular e passes de longa distância com precisão incrível. Com passagens pelo Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense, além de seleção brasileira, o Canhotinha de Ouro, como é chamado, jogou em duas Copas do Mundo, a de 1966 e de 1970. Para se ter uma ideia do talento de Gerson, vale a pena assistir ao vídeo sobre a Copa em que o Brasil se consagrou tricampeão. Na primeira partida, contra a Tchecoslováquia, por exemplo, Gerson foi fundamental na vitória sobre 4 a 1, sendo o autor de dois passes fantásticos, que resultaram nos segundo e terceiro gols, feitos por Pelé e Jairzinho, respectivamente. Pena que, quatro anos depois, o Canhotinha pendurou as chuteiras. Atualmente, é comentarista esportivo e preside o Instituto Canhotinha de Ouro.

Nesta entrevista exclusiva para A VOZ DA SERRA, o niteroiense Gerson fala sobre sua antiga relação com Nova Friburgo, além da decepcionante equipe brasileira que perdeu a Copa no próprio país, da convocação de Dunga e do futuro da seleção. Confira.

A VOZ DA SERRA – Gerson, fale um pouco sobre seu envolvimento com Nova Friburgo.

Gerson - Minha história com Nova Friburgo começou em 1964, quando meu sogro tinha uma casa no bairro do Sans Souci e era sócio do Clube Xadrez. Eu, minha mulher e minhas filhas passávamos o período das férias de janeiro na cidade.

Hoje você é um cidadão friburguense?

Sim. Inclusive já recebi o Título de Cidadão Friburguense.

Com que frequência vem a nossa cidade? É sócio do Country Clube desde quando?

Costumo passar minhas férias de janeiro em Nova Friburgo, pois possuo residência no Sans Souci. Frequento e sou sócio do Country Clube desde a década de 70.

Você foi da Seleção de Ouro do Brasil e um dos melhores meios de campo do mundo, sendo responsável por passes espetaculares. Como está o meio de campo das equipes atualmente? E qual (ou quais) o melhor jogador de hoje nesta posição?

O meio de campo das equipes na atualidade está muito ruim. Todos sentem saudades dos tempos passados, onde praticávamos um futebol mais inteligente. Sinceramente, não vejo no Brasil nenhum jogador com as minhas características.

Como vê a seleção que atuou na Copa de 2014? 

A seleção que atuou na Copa de 2014 era ruim e sem talento. O que vimos foi um bando de chorões em uma equipe sem esquema, sem jogadas objetivas e mal treinada.

O futebol brasileiro, hoje, necessita de quê?

O futebol brasileiro necessita de organização e transparência fora de campo, bons treinadores, padrão de jogo e bons dirigentes.

Essa renovação que precisamos virá com a contratação de Dunga?

A contratação do Dunga não passa nem perto de uma possível renovação. Os dois que entraram — Dunga e Gilmar Rinaldi — são mais empresários de futebol do que treinador e dirigente.

Quais as principais diferenças entre a seleção de 70 e as formadas atualmente? Em sua opinião, a seleção tricampeã teria o mesmo sucesso nos dias de hoje?

A seleção de 70 e as formadas atualmente não possuem nada de semelhante. Os jogadores da seleção atual não carregariam as nossas chuteiras sujas de treinamento.

Fale um pouco do Instituto Canhotinha de Ouro, fundado e presidido por você. 

O Instituto Canhotinha de Ouro foi fundado há 16 anos e é sediado em Niterói. O instituto possui núcleos de escolinha de futebol em diversas cidades do estado, realizando um trabalho social através de convênios com prefeituras e empresas, onde passam mais de 3.000 crianças e adolescentes por ano.

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TAGS: futebol | entrevista
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