Geografia na rede

segunda-feira, 19 de julho de 2010
por Jornal A Voz da Serra
Geografia na rede
Geografia na rede

Por Priscilla Franco

Aulas de geografia não precisam estar resumidas ao quadro negro e livros cartográficos. É o que acredita a professora Lívia Daflon, que leciona para alunos do Colégio Nossa Senhora das Mercês. Desde o início do ano, a professora mantém um website com conteúdo didático que complementa o ensinado em sala de aula. No endereço www.professoralivia.com.br, os estudantes têm acesso a exercícios da disciplina, vídeos e jogos educativos, além de indicação de outros sites que auxiliam na pesquisa escolar. O espaço oferece ainda mapas em 3D, e monitoramento das atividades globais, como o aumento da poluição em tempo em real.

Crianças e adolescentes são um público cada vez mais expressivo na internet. Dados do IBGE divulgados em 2005 apontam que, na região sudeste, cerca de 1,1 milhão de jovens entre dez e 17 anos acessavam a rede, todos os dias. Estima-se que desde então esse número já tenha dobrado. A professora Lívia observa entre seus alunos um grande interesse por essa mídia: “Acredito que na atualidade, estudantes de todas as classes sociais possuem uma relação estreita com a internet, utilizando sites de relacionamento, de busca, jogos, e conteúdo direcionado”.

Essa constatação costuma trazer aos pais e educadores a preocupação de que a internet esteja desviando os jovens do interesse pelos estudos. Lívia acredita que a solução é haver um acompanhamento conjunto de sua utilização: “Uma boa forma é aliar as novas tecnologias à educação. Porém, qualquer novidade, por mais positiva que seja, pode ser mal utilizada. Por isso, a necessidade da família, da escola e da internet andarem sempre juntas.”

O desenvolvimento do website foi a maneira encontrada pela professora de utilizar essa ferramenta a favor do aprendizado, estimulando o interesse pelo estudo da geografia: “Objetivo do site é envolver o aluno com o conteúdo de forma lúdica e envolvente, para que ele possa aprender brincando, com prazer.”, explicou. Ela observou que os resultados foram positivos principalmente entre os estudantes que costumavam ser menos participativos. “Um exemplo claro é o estudante tímido na sala de aula, no site há a possibilidade da interação e do envolvimento com a geografia.”

Dánie Marcelo de Jesus tem mestrado em educação pela Universidade Federal de Mato Grosso e explica em um de seus artigos a importância do educador estar inserido no ciberespaço: “O professor deixa de ser um mero reprodutor de conhecimento para tornar-se um intermediador das informações selecionadas pelos alunos.” Dánie justifica que a internet é um espaço rico para troca de experiências, idéias e criações: “Os inúmeros sites e seus recursos recriam, em nossas mentes, experiências mais próximas às da realidade cotidiana. A aprendizagem acontece por meio de descobertas individuais, do fazer e do refazer.”

Para a professora Lívia, as experiências on-line, porém, não substituem a rotina de sala de aula: “Não é possível manter exclusivamente a didática tradicional, mas também não devemos descartá-la por completo. Acredito que o ideal é sempre o equilíbrio”, ponderou. Por isso, o avanço tecnológico, em sua opinião, não oferece ameaça à figura do educador: “É o professor que estimula o aluno a desenvolver o senso crítico sobre a realidade, a questionar, manifestar e construir com pesquisa .”

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