As mãos do meu pai
- Mário Quintana -
As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...
A impressão que tenho é que sempre estamos em dívida com o nosso pai. Eu, talvez, um pouco mais por ter perdido o meu tão cedo. Fica marcado na memória o dia de sua partida, de minha despedida. Tive a sorte de ganhar outro pai, que entrou em nossas em nossas vidas, generosamente. Um substituto? Não. Mais um acalento para aquecer a alma e nos ajudar a enfrentar a vida, com alguém forte e corajoso do nosso lado. Uns têm um pai, outros, dois. Alguns, às vezes, nenhum... Tem gente que não os valoriza como deveriam, desprezando a sua existência. Muitos só se dão conta de sua importância quando se sentem abandonados. Pai é figura forte e protetora. Pai enfrenta leões para nos proteger e ao mesmo tempo, tendo que ser rígido, às vezes nos coloca frente às feras para que aprendamos a viver e crescer com coragem. Pai, esteja no céu ou na terra, nos protege de todos os males. Amém! Viva todos os pais friburguenses!
O que os pais gostam de comer e o que geralmente as famílias ‘se rendem’, por inevitável, nessas datas comemorativas? Ora, o indefectível churrasco. Churrasco, sempre ele, churrasco! Então, definido o prato principal, vamos de acompanhamentos bem simples?
GLOSSÁRIO
CHURRASCO — É um processo de cozimento sobre brasas em que o alimento tem sua superfície dourada e o interior cozido. Técnica típica dos gaúchos do sul do país, hoje se encontra difundida por todo o Brasil. Este processo já era utilizado na Europa desde os primeiros séculos da Era Cristã. O resultado é semelhante ao grelhado, com a diferença de que o alimento adquire o aroma do carvão em brasa. Para dar um sabor especial, podem ser incluídas, no braseiro, lenha ou ervas aromáticas. Carnes de gado, porco ou ovelha, sem tempero ou apenas temperadas com sal grosso, assadas ao calor da brasa, sobre grelhas ou no espeto, ficam com esse sabor característico. Além das carnes vermelhas, também podem ser cozidos desta forma frutas, vegetais, aves e peixes.
Acompanhamentos práticos para churrascos
Salada à moda do churrasqueiro:
Corte uns 12 tomates maduros, em gomos, coloque em uma travessa e tempere com 2 colheres bem cheias de maionese, orégano, um pouco de azeite e sal, misture e deixe "caldear” por uns 20 minutos na geladeira.
Cebola no espeto:
Espete algumas cebolas médias, com a casca, mas sem a raiz. Coloque na churrasqueira e vá virando sempre. Quando amaciar, retire do fogo, tire as cascas, corte em gomos e tempere com sal e pimenta-do-reino, bastante azeite e orégano.
Pão aperitivo:
Ingredientes: 1 pão tipo bengala, 100g de manteiga, 1 colher de sopa de fondor, 3 dentes de alho amassados, 2 colheres de sopa de salsa picada.
Modo de preparo: Corte o pão ao meio no sentido do comprimento. Misture a manteiga, o fondor e a salsa. Espalhe a mistura no pão e una as duas metades. Embrulhe em papel alumínio e coloque na grelha da churrasqueira, virando de vez em quando para que o pão torre todo por igual, protegido pelo papel alumínio. Quando estiver no ponto, corte a bengala em fatias e sirva com aperitivo. Nota: Esta receita pode ser preparada com pão francês, individual.
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