Gastronomia - 28/07/2012

Chico Figueiredo - chicop.figueiredo@gmail.com
sexta-feira, 27 de julho de 2012
por Jornal A Voz da Serra

perfil

DANIELA DE FIGUEIREDO

MACHADO VELHO

ADVOGADA

NÃO COME: Dobradinha. De jeito nenhum!

COME DE JOELHOS: Frutos do mar. Difícil desagradar.

GOSTA DE COZINHAR: Gosto mais de comer.

SOBREMESA: Qualquer coisa que tenha o sobrenome “de chocolate”.

BEBIDA QUE APRECIA: Esse climinha frio merece um Manhattan.

BOTECO PREDILETO: Bolero, pela tradição.

RESTAURANTE PREDILETO: Sushi Ban.

PARA ALMOÇAR: Casa da vovó. Imbatível!

CIDADE PARA TURISMO E LAZER: Adoro viajar, então é difícil escolher uma. Nova York estava no topo da lista, mas, há algum tempo, o friozinho na barriga pertence a Barcelona.

SERRA OU MAR: Mar

UM JANTAR INESQUECÍVEL: Um risoto de pera com gorgonzola, preparado especialmente para mim, servido com um vinho espanhol e uma baita companhia.

O QUE É SER BEM SERVIDO: Interessa menos o que é servido, mais importando como é servido. Quando a intenção de quem serve é boa, normalmente vale a experiência. Não suporto ser mal tratada.

O QUE É SERVIR BEM: Conheça sua plateia! Ser atencioso é indispensável.

TRÊS COISAS AGRADÁVEIS EM NOVA FRIBURGO: Sou suspeita para falar, porque Friburgo tem cheiro de infância para mim. Amo o ar da cidade, o aconchego e as belas paisagens. Só de chegar aqui, já fico feliz.

TRÊS COISAS DESAGRADÁVEIS EM NOVA FRIBURGO: Nova Friburgo investe pouco no seu potencial turístico. Para isso, a cidade merece ser mais bem cuidada. Ah, e ninguém merece trânsito desorganizado, muito menos em cidade pequena.

UMA SAUDADE UM SONHO: Saudade de andar de cavalinho aos domingos de manhã no Suspiro.

O QUE PODERIA SER FEITO PARA ALAVANCAR A RICA GASTRONOMIA DE NOVA FRIBURGO? Propaganda é a alma do negócio. Friburgo tem tudo para ser o principal destino da região serrana e, no entanto, vem sendo preterida. Mas, antes de tudo, arrumar a casa é essencial.

UM PENSAMENTO PARA NOVA FRIBURGO: “Esqueci um ramo de flores no sobretudo”, de Carlos Drummond de Andrade.

minutas

- Minha querida sobrinha e afilhada, Daniela, que atualmente mora no Rio de Janeiro, nasceu em Macaé, morou por muitos anos em Guarapari, de onde escrevo essa coluna. Aproveitei e fui ver de perto uma linda cidade na serra capixaba, Domingo Martins, onde estava acontecendo um belo festival de inverno. Daniela é filha de minha irmã, Mariéne, e de José Roberto Machado Velho. Ela é formada em direito pela UFF e trabalha numa empresa de petróleo. Um viva bem grande para a minha “mima” Daniela! Um viva bem grande para a minha linda família!

dicionário

PANELA DE BARRO - A argila foi o primeiro material utilizado pelo homem para confeccionar utensílios domésticos. Quando saiu das cavernas e se tornou um agricultor, ele necessitava não apenas de um abrigo, como de vasilhas para armazenar água, os alimentos colhidos e as sementes para a próxima safra. Tais vasilhas tinham que ser resistentes ao uso, impermeáveis à umidade e de fácil fabricação e essas características foram encontradas na argila, elemento abundante na natureza. Inicialmente, as peças eram modeladas à mão em barro cru, tal qual era extraído da terra, e secos ao sol e ao vento. Com o tempo, o homem descobriu que se cozidas no fogo, as peças se tornariam mais rijas e duradouras. Surgiam as panelas de barro, que se perpetuariam junto a todos os povos, tanto no uso, como na própria tecnologia de fabricação que, fora o uso do torno, em nada se alterou até os nossos dias.

CUIDADOS NECESSÁRIOS - Para melhor durabilidade e rendimento, e para que não haja interferência dos produtos usados na feitura da panela no sabor da comida, como acontece com a panela de pedra-sabão, a panela de barro também precisa ser curada antes do seu primeiro uso. As Paneleiras de Goiabeiras aconselham o que chamam de segunda queima, que deve obedecer ao seguinte procedimento:

1- Colocar dentro da panela 2 colheres de sopa de óleo de cozinha, de preferência oliva, levando-a ao fogo.

2- Deixe o óleo queimar até a fumaça começar a ficar preta e apague o fogo.

Alguns aficionados desse utensílio especial sugerem, ainda, que depois dessa queima, antes de usar a panela pela primeira vez, ela seja colocada em banho-maria com água fervente por cerca de 20 minutos, para eliminar qualquer resquício de cheiro ou gosto indesejado. Depois, com o uso, assim que aquecida prepara rápido os alimentos e tem a vantagem de mantê-los quentes, borbulhando na mesa.

receitas

MOQUECA CAPIXABA

Ingredientes: 1,5 kg de peixe fresco (robalo, badejo, papa-terra ou namorado), 3 maços de coentro, 3 maços de cebolinha verde, 2 cebolas pequenas, 3 dentes de alho, 4 tomates, 3 limões, azeite de oliva, sementes de urucum, pimenta-malagueta, óleo de soja e sal fino.

Modo de preparo:

1. Limpe bem o peixe, corte-o em postas de 5 cm de largura, lave-o com limão e deixe-o em uma vasilha com água de sal fraca. Separe a cabeça para preparo do pirão.

2. Soque juntos o alho e o sal.

3. Em uma panela de barro (grande), coloque um pouco de óleo de soja ou de algodão (2 colheres) e azeite de oliva (1 colher) e adicione a massa obtida no socador, passando-a no fundo do recipiente.

4. Retire as postas de peixe da vasilha com água e sal. Vire as postas de um lado para outro na panela, arrumando de modo que não fiquem umas por cima das outras.

5. Corte o coentro, o tomate e a cebola e os coloquem, nesta ordem, por cima das postas de peixe que estão na panela. Regue com azeite e suco de limão.

6. À parte, frite, em um pouco de óleo quente, uma colher (sopa) de sementes de urucum. Depois de fritas, retire-as. Na hora de levar ao fogo para cozinhar, despeje um pouco desse óleo por cima do peixe para dar cor. Quando começar a abrir a fervura, verifique o sal. Não ponha água, não vire as postas e cozinhe com a panela bem tampada.

7. Verifique o paladar do sal e do limão. Deixe no fogo forte por 20 a 25 minutos. Balance de vez em quando a panela com o auxílio de um pedaço de pano grosso para que as postas de peixe não agarrem no fundo. Quando for à mesa, salpique coentro picadinho.

8. Como complementos da moqueca capixaba são indispensáveis o arroz branco, o pirão e o molho.

PIRÃO

1. Use os mesmos temperos da moqueca, reduzindo-os à metade. Aproveite a cabeça do peixe ou uma das postas, previamente separada para esse fim. Proceda da mesma forma, desta vez adicionando de três a quatro copos de água ao peixe.

2. Quando estiver cozido, escorra e o desfie. Junte o peixe ao caldo novamente, deixe ferver e, quando estiver no ponto máximo de fervura, vá jogando a farinha de mandioca lentamente para não embolar, mexendo aos poucos com um garfo. Pronto o pirão, corte o coentro e o espalhe por cima antes de servir.

MOLHO

1. Amasse seis pimentas malaguetas no suco de dois limões e três colheres de vinagre de boa qualidade.

2. Corte uma cebola em fatias bem finas, fazendo o mesmo com o coentro e as cebolinhas. Misture tudo à medida que for regando com o azeite. Se o molho ficar muito picante, coloque um pouco de água.

Rendimento: 6 porções

BOM APETITE!!!

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