Gastronomia - 15/06/2013

Chico Figueiredo · chicop.figueiredo@gmail.com
sexta-feira, 14 de junho de 2013
por Jornal A Voz da Serra

Pimentas, amem ou odeiem!

 

Alguns antropólogos defendem a tese de que o homem iniciou o consumo de pimenta devido às suas propriedades antibacterianas. Foi observado que a maioria das pessoas que consome pimenta vive na faixa equatoriana terrestre, onde os micróbios e bactérias reproduzem-se com muita facilidade causando uma série de doenças intestinais. Outros acreditam que o início do consumo ocorreu devido ao sabor e ardência dos frutos. 

Atualmente, a pimenta marca presença na culinária de diversos países. Provavelmente, sua associação mais famosa é feita com a cozinha mexicana. Mas vários outros países e regiões possuem a pimenta como ingrediente essencial em vários pratos de sua culinária, como no caso da Índia, Coreia, Indonésia, Nepal, Tailândia, Turquia, etc. Podem ser utilizadas cruas, cozidas, secas, em saladas, fritas, entre outras. E seu extrato é utilizado na preparação de molhos picantes. 

O fato é que, aqui no Brasil, é bastante comum ouvir os clientes pedirem pimenta! Alguns chefs de cozinha não gostam muito, por achar que sua obra não deve ser maculada por outras especiarias... Mas, na minha opinião, a pimenta já virou um ingrediente cultural na mesa do brasileiro. Então, que venham pimentas de todas as cores e formas, sempre saborosas, para dar um toque ainda mais exótico a nossa mesa!

 

GLOSSÁRIO


Vamos conhecer alguns tipos de pimenta?



A malagueta original no Brasil 

A pimenta-malagueta silvestre, também conhecida no Brasil como "malaguetinha-caipira”, destaca-se pela alta concentração da capsaicina e baixíssimos teores de piperina, o que faz com que seus efeitos no organismo humano sejam predominantemente benéficos. Além disso, o sabor inconfundível e marcante deste tipo de pimenta a faz ser apreciada por muitos. Contudo, é importante salientar que as espécies de pimenta comercializadas como sendo malagueta, via de regra, são espécies híbridas, resultantes de cruzamentos realizados para desenvolver variedades mais produtivas, mais resistentes a pragas e menos atrativas aos pássaros e insetos, uma vez que a malaguetinha original é altamente suscetível a todos esses ataques.

A cultura popular no interior dos estados de Minas Gerais e de Goiás, identifica a maioria das variedades encontradas no comércio com o rótulo de pimenta-malagueta como sendo "pimenta-café”. Esta denominação decorre do aroma característico da fruta que se assemelha ao cheiro do grão de café em fase de secagem. Além disso, outra característica fundamental que difere a malaguetinha silvestre das espécies híbridas é seu tamanho e sua coloração. A variedade original apresenta um fruto menor do que as espécies mais comuns e, mesmo após estar amadurecido, a pontinha do fruto preserva um tom levemente esverdeado.


Pimenta-Caiena  

Originária da Guiana Francesa, chamada também piment-de-cayenne, é hoje o nome genérico da pimenta vermelha, seca e em pó, de sabor forte, preparada com vários tipos de pimenta vermelha tropical como a malagueta, a vermelha, a dedo-de-moça, dentre outras, é hoje aromatizada, devendo, por isso, ser empregada com moderação. Indica-se para molhos, mariscos, frutos do mar, sopas de peixe, alguns tipos de legumes, misturas de queijos, além de aves e charcutaria em geral.


Pimenta-Cumari

Pimenta verde pequena, não muito ardida, geralmente vendida fresca. Chamada na Itália de peperoncino.


Pimenta-de-cheiro

É a pimenta típica da culinária baiana e nordestina. Tem o formato de pequenas bolas vermelhas e amarelas e é muito saborosa, embora forte e picante. 


Pimenta-rosa

De cor vermelha, ardência suave e adocicada, é o bago da aroeira. Muito utilizada na França, foi bastante valorizada pela nouvelle cuisine. Não pertence oficialmente à família das pimentas.


Pimenta vermelha

Também chamada "pimentinha”. Fragmentos de diversos tipos de pimentões e pimentas foram encontrados nas ruínas do Peru e foram datados de dois mil anos atrás. Nos bordados e vestimentas andinos, aparecem até hoje os frutos da pimenteira. Olmecas, toltecas e aztecas já cultivavam pimentas e pimentões em larga escala. No século XVII, os portugueses levaram pimentões e pimentinhas ardidas para as Índias e lá se tornaram comuns. Entretanto, sua origem americana é lembrada, pois são ainda chamadas "chilis” e "caiena”. As partes mais ardidas das pimentas são as fibras internas e as sementes. E, com poucas exceções, quanto menores, mais ardidas. São encontradas frescas, secas, moídas ou em conserva. São usadas em quase todos os pratos brasileiros. 

(Nome científico: Capsicum anuum ou capsicum frutescens; em espanhol: pimiento picante; francês: piment; italiano: peperone forte; inglês: hot pepper, chilli; alemão: scharfer pfeffer).

 

 

RECEITAS

 

Receita para uma boa conserva de pimenta


Pegue um punhado de pimenta (pode ser malagueta), lave-as e seque-as bem. Em um vidro limpo, coloque a pimenta, folha de louro, dentes de alho inteiro, pedaços grandes de cebola, grãos de pimenta-do-reino e cubra tudo com uma boa cachaça branca. Tampe bem e deixe em conserva por pelo menos 20 dias. Destampe e acrescente um bom azeite. Deixe por mais 15 dias, no mínimo. Pronto! Você terá uma deliciosa pimenta!

BOM APETITE!!!









CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade