Na tarde da última segunda-feira, 25, o Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp) da Petrobras decidiu elevar em 6,9%, em média, os preços do gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso residencial vendido em botijões de até 13 quilos, a partir de terça-feira, 26, segundo comunicado. Em nota, a estatal informou que, se o repasse for integral, o preço do botijão subirá 6,2% nos pontos de venda. "Este reajuste repassa a variação de preços do mercado internacional apresentada ao longo de agosto conforme política anunciada pela companhia", afirmou a Petrobras.
Este é o segundo aumento do gás em menos de um mês. No último dia 5 a Petrobras anunciou reajuste de 12,2% no valor do botijão de gás. A previsão era de que o gás de cozinha, em Nova Friburgo, fosse vendido a cerca de R$ 80. No entanto, poucas distribuidoras na cidade repassaram o aumento para o consumidor. Uma moradora de Varginha afirmou ter comprado um botijão por R$ 79, nos primeiros dias do mês. Nos último dias, o botijão tem sido vendido em domicílio entre R$ 69,90 e R$ 71, em média, e R$ 65 para retirada nos depósitos. Na manhã desta quarta-feira, 27, no entanto, um caminhão da Supergasbrás anunciava o botijão a R$ 75 pelas ruas da Chácara do Paraíso.
Apesar de a Petrobras ter autorizado os dois aumentos, as distribuidoras friburguenses consultadas pela nossa equipe afirmaram que ainda não repassaram o reajuste para o consumidor. De acordo com funcionários das empresas, “até o momento os preços seguem mantidos, mas que com o novo reajuste, provavelmente o valor do botijão de gás deve ter alguma alteração, mas sem data para a mudança.”
Investigação de cartel
No mês passado, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Nova Friburgo (Procon-NF) começou a investigar uma possível formação de cartel na cidade, após receber um abaixo-assinado com 731 assinaturas de clientes de vários bairros que protestaram contra o preço do gás de cozinha e da falta de opção para encontrar o produto com valores mais baratos e diferenciados, já que todas cobram praticamente o mesmo valor.
O coordenador do Procon-NF, o advogado André Abicalil, afirmou que já notificou as empresas para obter informações sobre o motivo do gás custar o mesmo preço em todas as distribuidoras. “Em breve vou receber as planilhas de gastos e os porquês de todas elas cobrarem esse valor”, disse Abicalil. Ainda segundo ele, a suspeita é que as empresas estejam fazendo um cartel, que é um acordo de cooperação entre empresas que buscam manter (entre elas) a cota de produção do mercado, determinando os preços e limitando a concorrência. “Existe uma chance de se ter essa cartelização por conta do valor cobrado pelo botijão. A variação é muito pouca e quase todas cobram o mesmo preço”, explicou o coordenador do Procon.
De acordo com o site da Agência Nacional de Petróleo (ANP), atualizado no último dia 23, o preço médio do botijão de gás em Nova Friburgo de R$ 65, o que o município ter um dos preços mais caros do estado para o gás de cozinha.
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