Uma adolescente de 16 anos foi encaminhada sexta-feira, 14, à Promotoria da Infância e Juventude de Nova Friburgo pelo delegado titular da 151ª DP, Flávio Narcizo, após ter sido flagrada com 578 sacolés de cocaína num ônibus da linha urbana Centro-Floresta, na tarde de quinta-feira, 13.
Ela foi interceptada por policiais da Agência de Inteligência (P2) do 11ºBPM quando o coletivo passava pela Rua Aureliano Barbosa Faria, no acesso ao Alto do Floresta, o Morro do Dedé. Toda a droga era transportada em cinco pacotes plásticos, com 150 sacolés cada, dentro de uma bolsa de couro preta a tiracolo. A carga abasteceria uma boca de fumo do bairro neste fim de semana e a jovem confessou que ao desembarcar do ônibus, no ponto final, seria abordada por um membro do tráfico no Floresta, que lhe daria R$ 150 pelo transporte.
Ela contou ainda ao delegado que uma amiga a encontrou no início da tarde, próximo ao ponto final do ônibus Centro-Olaria, na Rua São Roque, e a convenceu a transportar a cocaína de Olaria para o Dedé, de ônibus, acreditando que uma jovem como ela não levantaria suspeita. A transação ilícita, porém, foi informada anonimamente ao disque denúncia do 11º BPM—2523-4590. Sabedores que a adolescente levaria a carga de pó e já informados de suas características físicas, os agentes da P2, em carros descaracterizados, ficaram em tocaia na Rua Aureliano Barbosa Faria e revistaram os ônibus da linha Centro-Floresta, flagrando a garota que, ao ser surpreendida, não esboçou reação.
A mãe da menor foi convocada a comparecer à delegacia, onde a jovem confirmou ser viciada em cocaína. Ela sustentou em depoimento que não sabia a quem entregaria a droga no Alto do Floresta. Apenas confiou na proposta feita pela amiga em Olaria e aceitou fazer o transporte em troca do dinheiro prometido.
Alto de Olaria: casal preso em
flagrante com maconha e cocaína.
Crack também foi recolhido na operação
Policiais do 11º BPM prenderam em flagrante na noite da última quarta-feira, 12, Willian Cardinot, 38 anos, e a costureira Tatiane Monteiro de Souza, 35 anos, durante uma operação de repressão ao tráfico de drogas no Alto de Olaria. Ambos foram abordados pelos PMs Marcos Gonçalves e Rodrigo Marchon, que suspeitaram da dupla na Caravan placa BQC 0295, abordando ambos na Rua Francisco Nicolau. Tatiana foi surpreendida com uma sacola plástica na mão, com 13 trouxinhas de maconha e quatro cápsulas plásticas de cocaína, além de R$ 17. Os policiais militares já haviam avistado Tatiana antes da abordagem sentada na calçada próximo a um beco, na Rua Xingu, num local já conhecido pela polícia como ponto de venda de entorpecentes. Os PMs voltaram ao local e numa revista apreenderam três pedras de crack envoltas num saco plástico, camuflado no buraco de um muro.
Conduzidos à 151ª DP, Willian e Tatiana se recusaram a prestar depoimento ao delegado titular, Flávio Narcizo, alegando que só farão declarações à Justiça. Mesmo não tendo sido flagrado com nenhuma droga, o homem também ficou detido e foi encaminhado na sexta-feira, 14, à unidade prisional da Polinter, no bairro Grajaú, Zona Norte da capital carioca, enquanto a costureira foi encaminhada à carceragem feminina de Magé.
Dois homens feridos em
capotagem de caminhão
O motorista e o ajudante de um caminhão de placa não informada foram internados na manhã dessa sexta-feira, 14, no Hospital Municipal Raul Sertã, vítimas de ferimentos diversos. O caminhoneiro se desgovernou na altura do quilômetro 89 da RJ-116, próximo a uma metalúrgica, no distrito de Conselheiro Paulino, pista de sentido a Bom Jardim, e capotou.
No momento do acidente chovia e a pista estava bastante escorregadia. Ambas as vítimas, cujas identidades não foram reveladas, foram socorridas por uma equipe de salvamento da concessionária que administra o trecho privatizado da rodovia e levadas para o hospital, onde permaneceram internadas em observação, de acordo com a equipe médica, sem risco de morte.
Um mês da Deam: cem
ocorrências e quatro presos
Henrique Amorim
Na última quinta-feira, 13, completou um mês que as mulheres vítimas de qualquer tipo de violência em Nova Friburgo e região ganharam um importante aliado na luta por justiça: um órgão especializado da Polícia Civil na defesa de seus direitos constitucionais. A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) é fruto de conquista de mais de uma década implementada por organizações não governamentais regionais, movimentos feministas e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e já registrou nos primeiros 30 dias de funcionamento cem ocorrências, a maioria casos de violência doméstica, familiar, patrimonial e de gênero. Neste período foram efetuadas quatro prisões de agressores e homens que descumpriram determinações judiciais.
A titular da Deam, delegada Grace Arruda, comemora a instalação do órgão no município, situado no terceiro piso da nova sede da 151ª DP, na Avenida Presidente Costa e Silva, ao lado do Sesc, ao mesmo tempo lamenta a soma de ocorrências acima do quantitativo esperado. “Isso é um reflexo da sociedade atual, sustentada lamentavelmente por famílias desestruturadas. É triste ver em pleno século XXI mulheres ainda serem agredidas pelos maridos, filhos que abandonam suas mães e parentes que se desencontram”, observa a delegada, lembrando que a grande procura da Deam por vítimas desse tipo de violência naturalmente já era previsível com a inauguração da delegacia especializada.
“Antes essas vítimas procuravam timidamente a 151ª DP e os policiais de lá não conseguiam dar conta da demanda, pois tinham que investigar, além de todos os casos policiais, os de violência contra a mulher também. A Deam tirou esse peso da delegacia de polícia e oferece às mulheres um tratamento diferenciado. Aqui as vítimas de qualquer violência são atendidas por psicólogas e policiais mulheres. E o melhor: ao vir à Deam, ninguém deixa essa unidade sem uma resposta ou um encaminhamento. Os denunciados são imediatamente convocados a prestarem depoimento”, sustenta Grace Arruda, preocupada também com a incidência de violências patrimoniais contra idosas denunciadas à Deam. São casos de filhos que tentam se apoderar dos seus rendimentos.
Acusados geralmente são
violentos em casa, mas ficam tímidos ao
conhecerem o peso da lei, diz delegada
Neste primeiro mês no cargo, a delegada Grace já se deparou também com denúncias de sequestro e até cárcere privado. A policial, contudo, se diz satisfeita com “a procura em massa” de mulheres pela Deam que congrega 16 funcionários, entre policiais civis, oficiais de cartório e psicólogas, nem todas mulheres. “Temos policiais homens aqui também. São eles que vão buscar os agressores, a maioria deles muito valentes, mas que se tornam tímidos quando chegam aqui e sentem o peso da lei. Alguns se arrependem, outros negam veementemente as acusações como se tivessem fazendo teatro. Há casos também de homens prestes a perder a paciência com suas mulheres e que nos procuram para aconselhar-se antes de chegarem às vias de fato”, complementa a delegada.
Ao comparecerem a Deam, os agressores ou denunciados são informados do alcance da lei Maria da Penha que garante proteção às vítimas de violência doméstica e a concessão de medidas protetivas às vítimas que geralmente solicitam o afastamento dos acusados do lar, suspensão do porte de arma e proibição de aproximar-se das denunciantes, com intuito de evitar-se perseguições, ameaças e pressões psicológicas.
A Deam de Nova Friburgo tem ainda um diferencial: é a única do estado que funciona anexa a uma delegacia de polícia legal. Além da capital, só Volta Redonda possui uma unidade da Deam no interior fluminense. A Deam Nova Friburgo, inclusive, já tem telefone fixo desde a semana passada, o 2533 1694, e costuma encaminhar ainda as vítimas de violência a atendimentos psicológicos ou de assistência social quando necessário, através do Centro de Referência da Mulher (Crem) e órgãos da Prefeitura.
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