Funcionários de fábrica de ferragens paralisam as atividades por um dia

Manifestação em Conselheiro Paulino teve início por conta do fim do pagamento por insalubridade
quinta-feira, 05 de julho de 2018
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Funcionários de fábrica de ferragens paralisam as atividades por um dia

 

Funcionários da empresa de ferragens União Mundial, no distrito de Conselheiro Paulino, fizeram uma paralisação nesta quinta-feira, 5, em função do fim do pagamento do adicional de insalubridade. O movimento, que segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Nova Friburgo, Anderson Ramos, reuniu cerca de 150 pessoas, começou às 5h e se estendeu até o horário de fechamento da fábrica.

Os trabalhadores se organizaram pela manhã, quando decidiram não entrar para trabalhar. Eles se posicionaram na frente e no pátio da empresa e solicitaram a presença do sindicato para mediação das negociações das demandas. Ainda de acordo com Anderson, além do adicional, os trabalhadores ainda reivindicaram reajuste de 20%, aumento de R$ 230 para R$ 350 do valor da cesta-básica, mudanças na administração e participação nos lucros da empresa (PLR).

“Ontem [quarta-feira, 4] os trabalhadores receberam a notícia de que ia ser retirada a insalubridade e decidiram fazer essa manifestação. Além disso, eles não tiveram reajuste no ano passado. Mas isso não é uma greve. É uma paralisação de advertência. Estamos aqui com a intenção de negociar a situação pontual da União Mundial. Contudo, nesse período em que estava sendo realizada a manifestação vários funcionários de outras empresas demonstraram apoio e está sendo considerada uma movimentação coletiva para garantir a convenção e o reajuste”, explicou Anderson.

Em contato telefônico o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Nova Friburgo (SindMetal), sindicato patronal da categoria, informou não ter recebido nenhuma informação sobre a paralisação e nem solicitação de envio de um representante à fábrica. Já a empresa se pronunciou por meio do advogado trabalhista, Bruno Verbicário. De acordo com a assessoria jurídica, logo no início da manifestação foram realizadas reuniões a fim de discutir a reivindicação dos funcionários, que se limitou única e exclusivamente ao pedido de reiteração do adicional de insalubridade.

“A empresa realizou um levantamento, através de uma empresa especializada, de todas as suas dependências para verificar se os ambientes eram insalubres, uma análise do mais alto padrão, que gerou laudos técnicos e todos os documentos necessários. Toda a informação foi disponibilizado ao sindicato assim que foi feita a constatação e, somente após essa ação, foi comunicado aos funcionários a retirada da insalubridade. Legalmente se não há indicativo de insalubridade a empresa não pode pagar, porque isso reflete em outras questões trabalhistas. E o interesse da empresa é que os funcionários tenham um ambiente de trabalho saudável ”, ressaltou o advogado.

O departamento jurídico ainda reforçou que, além da questão da insalubridade, nenhuma outra demanda foi levada à conhecimento da empresa: “Nenhum outro questionamento foi feito à empresa. A paralisação na União Mundial é pontual, outros pedidos, como a cesta básica, por exemplo, trata-se de uma liberalidade, concedida aos funcionários como forma de benefício pela empresa, não há obrigatoriedade, são questões a serem discutidas entre os sindicatos dos trabalhadores e patronal”, completou Verbicário.

 

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