Com 52 anos de história em Nova Friburgo e responsável pelo atendimento de 288 alunos com necessidades especiais, a Associação Friburguense de Amigos e Pais do Educando (Afape) corre o risco de encerrar suas atividades. A instituição depende de repasses para sobreviver, mas não vem sendo atendida pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e Trabalho e também têm atrasados a receber da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). Quatro profissionais já pediram demissão por conta da falta de pagamentos e os 31 que restaram fizeram protesto na manhã de ontem, 26, em frente à sede da associação, na Via Expressa.
"Nós chegamos ao nosso limite”, declarou Lindemberg Soares de Mello, vice-presidente da instituição. "O nosso convênio com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e Trabalho não é pago desde janeiro. A FIA também atrasou alguns repasses referentes aos meses de abril, maio e junho, e essa verba é justamente o que está faltando para podermos colocar nosso salário em dia. Nós estamos há mais de três meses sem condições de pagar os 31 funcionários e essa situação já nos custou o pedido de demissão por parte de quatro profissionais. Se continuarmos assim teremos que fechar as portas por falta de funcionários. E aí eu pergunto: se nós fecharmos, quem é que vai cuidar dessas crianças?”
Wellington Souza, funcionário da Afape, confirma a gravidade da situação. "Antigamente a Afape recebia o aluguel do imóvel utilizado pela delegacia, na Vila Amélia. Nós perdemos essa renda e agora não estamos recebendo alguns dos repasses firmados. Nós temos contas para pagar, temos família para sustentar. Ninguém suporta ficar mais de três meses sem receber e nós só continuamos até agora porque essas crianças não podem ficar sem atendimento. Mas não temos como continuar assim.”
Os funcionários explicam que os repasses por parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Secretaria de Educação estão em dia e têm sido utilizados para manter a associação em funcionamento. Os valores, no entanto, não cobrem o pagamento dos salários. A reportagem de A VOZ DA SERRA pediu informações ao governo municipal, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
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