Uma verdadeira batalha, como era previsto. Adversidades, pressão, expulsão de Lohan, lesão de Dedé. Jogo paralisado por 12 minutos no primeiro tempo exatamente por esse motivo. O Friburguense foi valente para, mesmo com menos um, segurar a derrota por 2x1 no tempo normal na tarde da última quarta-feira, 19, no Alzirão, e levar a decisão da vaga para as penalidades. Sem os principais batedores, o Tricolor da Serra parou em Eduardo e foi eliminado da competição.
A outra semifinal será apenas na quarta-feira que vem, dia 26, pelo fato de Americano e Audax estarem envolvidos também na semifinal da Série B1. O primeiro jogo da final está marcado para o dia 3 de outubro, uma quarta-feira, enquanto o duelo decisivo ainda terá data confirmada. Há a possibilidade de acontecer no sábado, dia 6, ou ainda na quarta-feira seguinte, 10 de outubro. Como os finalistas integram a mesma divisão do futebol estadual, os mandos de campo serão definidos através de sorteio.
A 90 minutos da final da Copa Rio, bastava ao Friburguense não sofrer gols em Itaboraí. Durante a semana, o técnico Cadão prometeu manter a postura ofensiva, adotada durante toda a temporada, mas sem descuidar da parte defensiva. E o ponto chave desse equilíbrio atende pelo nome de Vitinho, um dos líderes em desarmes e com qualidade suficiente para iniciar as ações ofensivas da equipe. Com o volante em campo, outro pilar do time, o meia Jorge Luiz ganha mais liberdade para aturar próximo a grande área adversária.
Se o Tricolor estava praticamente completo, com Jefinho e Dieguinho recuperados – Toshyia, suspenso, foi o único desfalque -, o Itaboraí não contava com o zagueiro Victor, suspenso. No entanto, o artilheiro Edu foi novamente escalado por Rafael Soriano. Como esperado, o time da casa tentou tomar a iniciativa e pressionar nos minutos iniciais, deixando de lado a tradicional catimba. As cobranças de falta, geralmente demoradas em Nova Friburgo, eram feitas de maneira rápida. Aos nove minutos, o Frizão teve o escape com Ricardo, que demorou a definir o lance. Pouco depois, o lateral participou da trama com Lohan, que parou em Eduardo. Jorge Luiz tentou de longe e levou perigo, assim como o contra ataque puxado por Edu, e afastado por Luiz Felipe.
Assim como Cadão havia prometido, o Friburguense era agressivo com a bola nos pés. Aos 25 minutos, após bate rebate na grande área, por pouco o Tricolor não abriu o placar. No lance, Dedé se envolveu em um choque contra uma moita, no muro da linha de fundo do estádio, lesionou o joelho e a ambulância foi acionada pelo árbitro Rodrigo Carvalhaes de Miranda. Após 12 minutos de paralisação, Murillo foi a escolha para substituí-lo, fechando a marcação no meio-campo e dando maior liberdade a Dieguinho.
O time da casa intensificou a pressão, e alcançou o gol com Bruno Santos, aos 47 minutos corridos, 35 de jogo, no rebote de bola dividida na grande área. Contudo, o Tricolor não se abateu, manteve a postura e poucos instantes depois, aos 52, Lohan sofreu pênalti após ser derrubado por Ronaldo na grande área. O camisa nove cobrou e deixou tudo igual no Alzirão. Ainda antes do intervalo, Luiz Felipe trabalhou bem para manter o empate.
Restavam 45 minutos. E a bola na trave de Jorge Luiz aos cinco minutos, caso tivesse a direção das redes, poderia facilitar a missão do Friburguense. Sem abrir mão do ataque, o Tricolor marcava as descidas dos laterais, e o Itaboraí passou a investir mais nos cruzamentos. Com o gramado de dimensões reduzidas, a bola permanecia viva durante todo o tempo, e exigia o máximo de atenção. De fato, o time comandado por Cadão controlava as ações, e a pressão exercida pela equipe da casa no final do primeiro tempo não existiu nos primeiros minutos. Em um lance isolado, aos 17 minutos, Edu subiu com liberdade e cabeceou para fora. Diego também conseguiu tocar na bola pelo alto pouco depois, mas sem direção. Luiz Felipe também trabalhou no melhor momento da Águia antes do tempo técnico.
Com o Itaboraí mais exposto em busca do gol, os espaços para os contra ataques começaram a surgir. O cenário explica a opção de Cadão pela velocidade de Ziquinha na vaga de Dieguinho. Contudo, a equipe da casa conseguiu marcar o segundo gol aos 26 minutos, em belo chute de Douglas. A partir de então, o contexto tornou-se delicado: um gol seria suficiente para o Frizão, mas também para o Itaboraí. Aos 40 minutos, o drama aumentou com o segundo cartão amarelo para Lohan, expulso de campo. Pouco antes, Marcão havia entrado para reforçar a marcação tricolor. Bem postada, a zaga do Friburguense cortou todas as tentativas adversárias e a vaga na grande final seria definida nos pênaltis.
Luiz Felipe é especialista em penalidades, mas o Friburguense não tinha Lohan e Dedé, cobradores oficiais, respectivamente. Ronaldo converteu o primeiro para o Itaboraí, e o próprio Luiz Felipe empatou a série. Erick Daltro acertou o travessão na segunda cobrança, mas Jefinho parou em Eduardo. Galhardo fez o terceiro a favor do time da casa e Jorge Luiz também converteu. Douglas bateu no centro da meta e marcou para o Itaboraí, e Eduardo defendeu a cobrança de Murillo. Edu teve a chance de fechar a série, mas errou a cavadinha, que parou nas mãos de Luiz Felipe.
A chance de manter o Friburguense vivo estava nos pés do capitão Sérgio Gomes. Mas a tarde era de Eduardo, que defendeu a cobrança e colocou o Itaboraí na final.
Ficha Técnica
Itaboraí 2 (3)x(2) 1 Friburguense
Copa Rio 2018
Semifinal - Jogo de volta
Estádio Alzirão, Itaboraí-RJ
19/09/2018 – 15h
Público: 372 pagantes / 432 presentes
Renda: R$ 4.590,00
Árbitro: Rodrigo Carvalhaes de Miranda
Assistentes: Diogo Silva e Thiago de Oliveira
Itaboraí: Eduardo; Ronaldo, Rodrigão, Diego e Erick Daltro; Gustavo Moura, Junior, Gabriel Galhardo e Nelio; Bruno Santos (Douglas Oliveira) e Edu.
Técnico: Rafael Soriano
Friburguense: Luiz Felipe, Dieguinho (Ziquinha), Sergio Gomes, Bidu e Ricardo; Damião (Marcão), Vitinho, Jefinho e Jorge Luiz; Dedé (Murillo) e Lohan.
Técnico: Cadão
Dedé leva 14 pontos
Além da derrota em Itaboraí, o Friburguense sofreu outra baixa durante a partida. O atacante Dedé acabou furando a perna em um galho ao se chocar com uma moita que fica na linha de fundo do Estádio Alzirão, por volta dos 27 minutos do primeiro tempo. A partida ficou paralisada por cerca de 12 minutos para atendimento ao jogador, retirado de campo pela ambulância.
Segundo testemunhas, o jogador acabou se chocando com a moita, e um galho acabou perfurando a coxa esquerda do jogador aos 27 minutos do primeiro tempo.De acordo com os relatos, o ferimento foi profundo e a cena foi muito "forte". Dedé foi encaminhado para um hospital próximo ao estádio e precisou levar 14 pontos, mas passa "bem".
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