O Friburguense começou o jogo da noite de quarta-feira, 13, no Estádio Eduardo Guinle, levando susto, quando tomou o gol mais inesperado do time, aos dois minutos, do CFZ, feito por Jeferson. Numa bobeada da defesa tricolor, Jeferson entrou sozinho e fez 1 x 0 CFZ do Rio. Aos quatro minutos, escanteio cobrado por Jocian nas mãos de Marcos; aos seis, o meia Ricardo colocou a mão na bola dentro da área, a torcida gritou pênalti, mas a arbitragem fingiu não ver. Empurrado pela torcida, o Fri começou a se animar com Ricardinho e Marcelo: aos dez minutos Marquinhos desceu, lançou Lucas, que deu um totozinho para Ricardinho perder o gol.
O tempo passou e o time do Fri começou a errar passes. O meio- campo prendia muito a bola, Ricardinho, no ataque precipitado, não conseguia furar o bloqueio do time carioca e a torcida das arquibancadas descobertas se irritava e começava a criticar alguns jogadores, principalmente Ricardinho e Marcelo, que não se entendiam. Numa dessas falhas, aos 19 minutos, quase que o CFZ amplia a vantagem numa batida de fora da área de Tic, que aparecera pela primeira vez na partida.
Após a parada técnica, parecia que o Fri ia se acertar, e aos 25 minutos Sergio Gomes recebeu sozinho, virou, cruzou para Zambi cabecear por cima do travessão, irritando mais uma vez os torcedores, que começaram a chamá-lo de burro. Em desvantagem no marcador, o Fri se perdia, batia cabeça, cometia faltas bobas, entrava no jogo faltoso do CFZ e o meio campo não ganhava uma bola, prejudicando o ataque. No lance mais bonito do jogo, mais um gol perdido aos 35 minutos, quando Ricardinho sofreu falta, Marquinhos cobrou dentro da área e o zagueiro Diego tirou de cabeça aquele que seria o empate do Fri. Aos 40 minutos, o pequeno Rafinha fez o maior carnaval na zaga tricolor: foi derrubado fora da área, se levantou e ainda deu passe para Tic, desequilibrado, chutar para fora. Na melhor oportunidade do Fri, aos 44 minutos, Marcelo recebeu sozinho, penetrou e, na frente do gol, chutou fraquinho nas mãos do goleiro Filipe. Enfim, o nervosismo do Friburguense e a quantidade de erros de passes, combinados com a improdutividade, acabou derrotando o Fri e o primeiro tempo terminou com a torcida vaiando o time na saída de campo.
O panorama não mudou: o Fri continuou do mesmo jeito no segundo tempo. Aos oito minutos, o técnico Edson Souza fez a primeira substituição, trocando Marcelo por Ricardo. Enquanto alguns torcedores vaiavam Marcelo, outros aplaudiam Ricardo; um minuto depois, o desespero aumentou com o gol do CFZ, em passe de Jocean, bola na frente de Tic, que chutou para o gol.
Mas o Friburguense, mesmo jogando mal, continuou insistindo, e foi Leomir quem começou a dar cara nova ao time. Uma grande oportunidade surgiu aos 15 minutos, quando Ricardo recebeu a bola na frente da grande área e quando ia chutar para o gol a arbitragem marcou impedimento do atacante tricolor; aos 25, finalmente a torcida desafogou: gol do Fri. Leomir cobrou escanteio, a bola sobrou fora da área e Marquinhos bateu para o gol, sem defesa para Filipe.
Notava-se nitidamente uma deficiência no meio-campo e imediatamente o técnico Edson Souza deu o recado para Marquinhos e Leomir colarem em Tic e Jocian, que continuavam soltos; a medida deu certo e, aos 32 minutos, mais um gol do Fri. Leomir cobrou falta, Sergio Gomes tentou de cabeça e Filipe fez a defesa e deu sobra, então Marquinhos livremente chutou para o gol. Foi o empate tricolor, para alegria da torcida das descobertas, que vaiava o time.
Entrou em campo a garra e a velocidade e saiu a técnica, peculiar ao Friburguense, dentro de casa. Ricardinho, desesperado para marcar o seu, nada fez, continuou correndo sem rumo. Ricardo também tentou, mas foi Zambi que fez a alegria da galera, aos 44 minutos do segundo tempo, em cruzamento de Flavinho, que Zambi, sozinho, empurrou para o gol, marcando a vitória e a liderança isolada do Frizão.
Na verdade, foi um péssimo primeiro tempo para o Fri, que terminou em desvantagem por 1 x 0, deixou o CFZ fazer o segundo, desesperou a torcida, esteve meio atabalhoado em campo, mas se recuperou e conquistou a vitória — sofrida, sim, mas verdadeira —, fez os três pontos, ratificou sua liderança isolada e neste sábado, 16, ao lado do Cardoso Moreira, terá folga, ficando na torcida por uma derrota do Ceres, que joga com o Quissamã. O Fri agora soma 32 pontos, contra 29 do Ceres.
Por ironia do destino, o CFZ, que tem um galo como mascote, numa alusão a Zico, seu patrono, conhecido como “Galinho de Quintino”, viu o Friburguense cantar de galo, numa virada sensacional.
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