Novos talentos do Frizão podem
colaborar para retorno à elite
Neste campeonato estadual o Friburguense ainda não perdeu e, a continuar neste passo, o time continua cada vez mais próximo do acesso à primeira divisão de 2012. Até agora o Frizão faz uma grande campanha, talvez a melhor dos últimos cinco inícios de campeonato. A equipe tem sete jogos, seis vitórias e um empate, soma 19 pontos ganhos e dois perdidos. É, sem dúvida, uma campanha digna de todos os aplausos, porque o Frizão é o melhor time da chave B, e o 2° colocado, o Tigres do Brasil, tem 12 pontos.
Com uma equipe de base de idade de 21 anos, o elenco do Frizão só tem um pensamento: a elite carioca do ano que vem. O trabalho da diretoria se resume estritamente neste projeto de volta, visto que ninguém ainda digeriu a queda para a segundona, exatamente porque o tricolor fez um trabalho de bastidores pensando na permanência ano passado.
A verdade é que, se por um lado a queda foi prejudicial financeiramente e em nível de divulgação do Friburguense no cenário estadual e nacional, por outro lado serviu como lição e a união do grupo em torno do treinador e diretoria, que é uma das únicas do futebol brasileiro que mantém salários em dia, gratificações dentro do plano elaborado e outros benefícios.
A torcida também parece que tomou injeção de ânimo e tem comparecido aos jogos, aplaudindo os jogadores até mesmo nas substituições – ao contrário dos anos anteriores, quando um grupo de torcedores ia para o Estádio Eduardo Guinle criticar, vaiar e até mesmo ofender jogadores.
Todo esse sucesso se deve ao fato do trabalho da diretoria no que se refere à revelação de talentos das categorias de base que, chamados a participar, estão correspondendo satisfatoriamente. Com uma categoria de base das mais completas do interior do Estado, justamente porque a equipe de profissionais é muito competente, os juniores nos três últimos anos revelaram grandes nomes, como Renan, Davi, Rômulo Azevedo, Luiz Felipe, Rodolfo, João e Rodrigo.
Uma das sensações deste elenco é o coreano João, que tem um chute poderoso, está há quatro nos juniores do Frizão, começou nos times de escolas da Coreia e deseja seguir a carreira profissional. “Espero poder ajudar o Friburguense. Quero jogar, conquistar o Campeonato de Juniores, ser profissional, defender um grande clube, de preferência o Vasco da Gama, e quem sabe chegar à seleção da Coreia”, afirma o jogador.
Da mesma forma, Rodrigo, que começou seus estudos no Educandário Miosótis, hoje está no Colégio Modelo e tem como sonho jogar num grande clube. “É claro que todo jogador sonha, e meu sonho de consumo é despontar aqui e ir para um grande clube”, acentua.
Já o capitão do time, Davi, tem preferência pelo futebol paulista. “É claro que em primeiro lugar está o Friburguense, foi aqui que tive minhas portas abertas para o futebol, mas um dia pretendo defender as cores do São Paulo, por causa da estrutura do tricolor paulista”, destaca. Ele é seguido por Rodolfo, que pretende defender o Flamengo, seu time do coração, depois do Friburguense. Já Rodrigo espera um dia jogar no Santos, devido ao futebol moleque da equipe praiana de São Paulo.
O time profissional também tem vários destaques que fazem a diferença na hora dos jogos: o centroavante Ricardo, autor do gol da vitória de sábado passado, que começou no ArtSul. “Vamos nos enfrentar no próximo sábado, porque o ArtSul joga aqui, mas minha preocupação é o Friburguense e farei de tudo para ajudar o clube a subir de volta para a elite”, disse. O volante Leomir, 24 anos, parou seus estudos no ensino médio, começou no juvenil, e conta: “Minha maior alegria foi subir para o profissional. Tenho feito de tudo para segurar minha posição, porque se o time fizer sucesso eu também faço”, acrescenta Leomir.
Outros nomes caíram nas graças do torcedor exatamente por causa da campanha deste ano, quando o time vence e convence. O empenho dos atletas dentro e fora do gramado é o divisor de águas desta equipe, que tem como treinador Edson Souza. Nomes como Rômulo Cabral, Marquinhos, Diego Guerra, Paulo Roberto, Zé Victor e Afonso já estão na boca do torcedor friburguense pelo futebol bonito que apresentam, com toque de bola refinado e jogadas de maestria. O meia Marquinhos é o mais animado. “Comecei no mirim do Friburguense, em 2005, passei pelo infantil do Flamengo, entre 2007 e 2009, fui para o Botafogo e retornei ao Friburguense ano passado, hoje mais experiente. Quero ajudar o time a subir novamente e no futuro jogar num grande clube e ser reconhecido no futebol brasileiro”, afirma o atleta.
Tímido e cuidadoso, inclusive com o que vai dizer, Paulo Roberto, 20 anos, relata: “Iniciei minha carreira no Paduano, depois tive passagens no Internacional e Grêmio de Porto Alegre (RS), mas é o Friburguense o clube que está no meu coração. Jogar num time grande todo jogador tem este sonho, mas meu objetivo maior, além disso, é ajudar minha família”, acentua o atacante.
Zé Victor, Diego Guerra, Rômulo Cabral e o goleiro Afonso são da mesma opinião e se empenham para se unir ao grupo. “Com a competência do nosso treinador, a experiência dos mais antigos, como Cadão e Sergio Gomes, e o apoio de toda comissão técnica tenho certeza de que poderemos coroar nosso objetivo de retornar à elite carioca. Todo o trabalho está sendo feito neste sentido e nós temos que, neste momento, nos desdobrar, pois a torcida merece esse prêmio”, diz o goleiro Afonso.
Além desses nomes, o Frizão tem um grande destaque, que é o volante Lucas, artilheiro do time, futebol de primeira linha, esforçado no trabalho de preparação. É o primeiro a chegar para o treino e o último a sair, e iniciou sua trajetória em 2008, também nas categorias de base do clube.
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