Para lançar oficialmente o FriFoto—primeiro Festival de Fotografia de Nova Friburgo—a empresa MPX Organização de Eventos, de Priscila Marques, jovem publicitária nascida e criada em Nova Friburgo, com o apoio da Kombinação, Museu Ambulante da Memória da Fotografia, de Niterói, e CTR Assessoria Empresarial e Comercial Ltda, do Rio de Janeiro, convidou o fotógrafo alemão Heiner Pflug para expor suas fotografias artísticas e inaugurar a Galeria de Arte do Teatro Municipal de Nova Friburgo. Será no próximo dia 21, às 19h, em evento aberto ao público.
O festival tem como tema central “A Reconstrução”, numa alusão à retomada do cotidiano após a tragédia climática que assolou Nova Friburgo em 12 de janeiro de 2011. A ideia é envolver alunos da rede municipal numa produção fotográfica que destaque as várias formas de recomeço encontradas pelo povo friburguense para superar obstáculos e reconstruir suas vidas. Neste sentido, o FriFoto movimentará estudantes durante dois meses consecutivos, premiando os melhores trabalhos em setembro, quando serão conhecidos os vencedores.
A exposição de Heiner Pflug vai inaugurar a Galeria de Artes do Teatro Municipal e servirá de palco para que Priscila e seus parceiros convoquem o meio artístico e empresarial de Nova Friburgo a se engajar no evento, que trará à cidade grandes nomes da fotografia nacional e um público capaz de movimentar hotéis, restaurantes e o comércio da região. “Um festival como esse que estamos organizando custa pouco se muitos colaborarem, e os benefícios para o comércio e para a cidade são incomensuráveis. Já confirmamos os nomes de Antônio Guerreiro, Luiz Garrido, Adriano Gonçalves, Patrícia Prado e Altair Hoppe, entre outros. Quem desejar fazer parte do FriFoto, para ajudar seja como patrocinador, seja como apoio, ou simplesmente como trabalho voluntário, basta nos contatar que chegaremos a um acordo”, garante Priscila.
O FriFoto tem apoio da Prefeitura de Nova Friburgo; Secretaria Municipal de Cultura; Foto Shalom–Nova Friburgo, Solução & Imagem–Distribuidor Oficial Hahnemühle FineArt, Kombinação–Museu Ambulante de Fotografia e A Voz da Serra.
A inspiradora linguagem fotográfica de Heiner Pflug
A exposição “Art in Photography”, de Heiner Pflug, é composta de 14 impressões fotográficas no tamanho 75cm x 100cm em telas de belas artes digital, fabricadas na Alemanha por Hahnemühle FineArt, uma empresa fundada em 1584 e que desde 1996 vem fabricando papéis e telas para impressão digital com tintas a base de pigmento mineral.
A fotografia de Heiner Pflug apresenta excelente composição e harmonia. Trata-se realmente de um artista que pinta com a luz, a etimologia das palavras, foto e grafia. Sua linguagem fotográfica, tanto na sua qualidade temática quanto criativa, lhe permite provocar situações surpreendentes, abrindo assim novos campos de inspiração.
O público poderá conferir este imperdível trabalho de 21 de junho a 22 de julho. Quem deseja obter mais informações sobre o fotógrafo pode acessar o site www.heinerpflug.com.
Um europeu que conhece bem o valor de reconstruir uma cidade
Heiner se disse honrado com o convite e se emocionou com o tema do festival. Afinal, o europeu de 74 anos sabe o valor da reconstrução de uma cidade, de um país. Sabe também que o envolvimento e engajamento da população é fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa dessa natureza. Concordou em ceder suas imagens e em participar do FriFoto sem qualquer custo. “Uma honra colaborar com um evento que visa trazer de volta o turista para a cidade, recuperar a autoestima da população e ainda ter a oportunidade de apresentar minha arte para os cidadãos friburguenses. Nada melhor do que reconstruir através da arte e cultura,” pontuou Heiner, que concedeu rápida entrevista sobre o seu trabalho. Confira a seguir.
O senhor é de que região da Alemanha e há quanto tempo vive no Brasil?
Heiner Pflug - Minha família é do sul da Alemanha, próximo ao Lago Constança, mas na verdade eu nasci na Tanzânia, na África. Sou um cidadão alemão, de acordo com meu passaporte, mas vivi e trabalhei em vários países de vários continentes. Tenho orgulho de ser alemão e de ter vivido lá, mas vivo no Brasil há 28 anos e me sinto um cidadão brasileiro, país que escolhi para viver e expressar minha arte.
Como começou a fotografar, ou melhor, o que o levou a fotografar com arte e técnica tão apuradas?
Heiner Pflug - Eu descobri a arte fotográfica e o prazer da fotografia ao viajar pelo mundo no dorso da minha motocicleta. Sempre tive um espírito aventureiro e já estive, sempre de moto, em países da África, América, Leste Europeu, Mongólia e outros. Na minha mais recente viagem, vim do Alaska até o Rio de Janeiro de moto. Quanto à técnica, preciso confiar no meu equipamento. Sinto-me seguro com o que há de melhor. Entenda bem, não estou falando do mais caro, e sim do mais resistente, mecânica e eletronicamente falando. Assim, uso uma moto confiável, um carro robusto e não poderia ser diferente com as máquinas fotográficas. Uso câmeras Nikon e Leica, sempre com objetivas de primeira linha.
O senhor tem vários livros escritos e participou de vários concursos fotográficos. Poderia falar sobre essas obras?
Heiner Pflug - Eu publiquei sete livros de fotografia, sempre privilegiando as imagens e algumas vezes enriquecendo as fotos com textos breves, alguns até com poemas. O livro “Sexo & Poesia” registra com um olhar poético a famosa Vila Mimosa, no Rio de Janeiro. Meu segundo livro, que considero de grande beleza pelas paisagens monumentais, registra minha viagem pela Mongólia e extremo oriente. No terceiro livro eu mudei de paisagens para detalhes e publiquei um livro onde retrato janelas de casas das planícies e montanhas da Rússia. Meu quarto livro é sobre o Brasil e apresento várias profissões em cenas originais e interessantes, assim como meu quinto livro, onde me aventuro pela primeira vez em “Street Photography” retratando pessoas em situações e momentos sem que percebessem que estavam sendo fotografadas. Meu sexto livro é mais duro, mais denso e talvez o meu maior desafio. Seu tema é sobre a Hanseníase e o título é “Quebrar Barreiras—O Estigma da Lepra”. No meu mais recente livro busquei uma temática mais leve, as flores. Procurei dar, entretanto, uma interpretação fora do lugar comum. Dei muita ênfase às texturas, onde as imagens das flores são enriquecidas por poemas de Heinrich Heine, importante poeta romântico alemão.
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