Friburguenses preocupados com parentes no Japão

segunda-feira, 28 de março de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Eloir Perdigão

Até o último terremoto seguido de tsunami e vazamento de radioatividade em usinas nucleares, as cidades do Japão eram praticamente desconhecidas dos brasileiros. A partir do sinistro, a grande imprensa começou a citar nomes das cidades mais atingidas, principalmente Fukushima, onde estão situadas as usinas nucleares problemáticas. E isto tem deixado alguns friburguenses preocupados com seus parentes por lá.

NÃO SABEM O TAMANHO DA TRAGÉDIA - É o caso de Akiê Watanabe, que tem uma irmã na cidade de Ibaraki, a 200 quilômetros de Fukushima. Akiê conta que, no último contato, a irmã não estava tão preocupada com os problemas de lá, e sim com os de cá, perguntando como estava a situação em Nova Friburgo, em função da tragédia climática de janeiro passado.

A irmã de Akiê contou que por ocasião do último terremoto, ficou em um abrigo próximo à sua casa. A comunicação com ela ainda está um pouco complicada, o que dificulta o recebimento de notícias. Akiê julga que os japoneses ainda não sabem exatamente o tamanho da tragédia em seu país. Ainda há o detalhe de que eles não gostam de dar notícias ruins. É uma questão cultural, já que prezam muito o bem-estar da comunidade.

DAQUI PARA LÁ, DE LÁ PARA CÁ – Outro exemplo de friburguenses preocupados com parentes no Japão é Yoiti Deguchi e sua mulher Ana Cristina. A mãe, uma irmã e dois irmãos de Yoiti, todos friburguenses, estão estabelecidos justamente em Fukushima. E isto deixa os parentes em Nova Friburgo preocupados, embora os parentes de lá transmitam tranquilidade — conforme informações do governo japonês, não há perigo de radiação onde eles estão.

Yoiti conseguiu falar coma mãe da última vez no fim de semana passado, quando ela disse que os familiares estão longe da área de perigo. Ana Cristina, por sua vez, tem se comunicado com o cunhado Yudi quase todo dia e ele sempre cita que está tudo bem, mas ela sempre fica preocupada. “É uma situação igual da época da tragédia aqui em Nova Friburgo. De lá ligavam preocupados e aqui a gente dizia que estava tudo bem”, comparou a esposa de Yoiti.

A preocupação, segundo Ana Cristina, não é por causa do terremoto ou do tsunami, mas por causa da radiação que vazou das usinas nucleares. Mas, pelo menos por enquanto, Yudi, mesmo estando em Fukushima, não está em área de risco. Tanto que ele e a mulher estão atuando como voluntários no socorro às vítimas nas proximidades. (Colaborou Amine Silvares).

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