Amine Silvares
A tragédia aconteceu oito meses atrás, mas ruas ainda continuam bloqueadas. Na iminência de novos deslizamentos, diversas passagens não serão reabertas, mesmo que os moradores não deixem as áreas de risco. Enquanto esperam por ações definitivas, os friburguenses arregaçam as mangas e improvisam passagens por conta própria, às vezes pondo em risco sua própria segurança.
No Córrego Dantas, um dos bairros mais afetados pela enxurrada, os moradores molham as vias para tentar diminuir a poeira, que ainda contamina o ar. Nas ruas José Alves Teixeira e Alexandre Bachini, passagens foram criadas para os pedestres com pedaços de madeira e troncos. Uma ponte em São Geraldo, na Rua Dr. Renato Arnaldo Silveira Lopes, foi arrastada com a força das águas durante a tragédia de janeiro. Apesar de ter saído do lugar e estar rachada, continua sendo utilizada normalmente—até mesmo por veículos pesados, como contaram os moradores do local.
Em Duas Pedras, as ruas João Belório e Deolinda da Silva estão em péssimas condições, caindo e com o calçamento irregular. Há risco de novos desmoronamentos, que podem bloquear acessos, impedindo a passagem de veículos, até mesmo soterrando imóveis. Na Rua Alexandre Risso, uma galeria de esgoto segue aberta, enquanto na Rua São Pedro o entulho se acumula nas calçadas. A Rua Alberto Rangel, na subida para a Uerj, também está cedendo. Um caminho foi improvisado, mas apenas pedestres podem usar a passagem. Veículos precisam passar por um desvio de um quilômetro na Rua Gabriel Rastrelli.
Não só as ruas estão em péssimas condições, mas as calçadas em várias localidades continuam dificultando a passagem de pedestres. Na Vila Amélia, um dos lados da Rua Teresópolis está sem calçadas. Alguns dos moradores ficaram ilhados após a tragédia e tiveram que construir pontes mambembes para poder sair de casa. No mesmo bairro, a Rua Bonfim continua bloqueada.
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