Friburguense leva prejuízo em jogo contra o Flamengo

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Friburguense leva prejuízo em jogo contra  o Flamengo
Friburguense leva prejuízo em jogo contra o Flamengo

Vinicius Gastin

Ainda no final de 2013, o Friburguense iniciou uma série de reformas no estádio Eduardo Guinle, com o objetivo de adequá-lo para receber os grandes jogos do Campeonato Carioca. O clube investiu na ampliação e instalação de novos portões de entrada e saída para torcedores, construiu um novo estacionamento para o time visitante e duas novas cabines para a imprensa nas sociais – cada uma custou, em média, R$ 15 mil. Outros reparos, como manutenção de alambrados e refletores, pinturas diversas e numeração das cadeiras, também fazem parte da conta que totaliza pouco mais de R$ 50 mil.

Com os laudos em mãos, o Tricolor da Serra conquistou, enfim, o direito de receber um time de maior investimento da capital em seu estádio. No dia 29 de janeiro, o Flamengo esteve em Nova Friburgo e a partida transcorreu normalmente na questão operacional. Entretanto, ao analisar o lado financeiro, é possível constatar que o esforço não correspondeu às expectativas. "Realmente, hoje o jogo de futebol custa muito caro. As pessoas não fazem ideia e quando analisam a receita, às vezes pensam que o clube lucra, mas a realidade não é essa”, explica o gerente de futebol José Eduardo Siqueira.

Ao todo, foram vendidos 3.975 ingressos para o duelo com o rubro-negro carioca, gerando uma receita de R$ 148.100. Contudo, esse valor foi utilizado no pagamento de despesas variadas e o saldo final foi de R$ 56.196,79. O Flamengo, vencedor da partida, levou 60% do valor e o Friburguense ficou com o restante, pouco mais de R$ 22 mil. Mandante da partida, o Frizão arcou com os custos de arbitragem – quase R$ 10 mil, somando também a categoria de juniores –, transporte (pasmem, R$ 660 por cada van), credenciamento, dentre outras. O aluguel das grades, por exemplo, custou mais de R$ 4 mil, enquanto a confecção de ingressos não saiu por menos de R$ 8.500. Já a Federação de Futebol do Rio de Janeiro embolsou 10% do valor da renda, R$ 14.810, como acontece em todas as partidas do campeonato.

Considerando os gastos com as reformas do Eduardo Guinle (em valores aproximados), o Tricolor da Serra contabilizaria prejuízo de R$ 28 mil com a partida. Desta forma, o duelo entre e Friburguense e Flamengo valeu mais pela questão técnica e pelo prestígio de receber um grande clube. "Investimos, ao menos, em patrimônio para o clube. São obras que tornam o nosso estádio apto e que não precisarão ser feitas novamente para os próximos anos”, analisa Siqueira.


Receita - Ingressos:

Arquibancadas descobertas (A, B e F): R$ 77.600 (1.940 vendidos)

Arquibancadas meia-entrada (A, B e F): R$ 6.000 (300 vendidos)

Arquibancadas descobertas (C, D e E): R$ 39.050 (781 vendidos)

Arquibancadas meia-entrada (C, D e E): R$ 2.500 (100 vendidos)

Arquibancadas cobertas (não-sócio): R$ 13.500 (270 vendidos)

Arquibancadas cobertas (sócio): R$ 7.590 (253 vendidos)

Cadeira Especial: R$ 1.860 (31 vendidos)

Receita total: R$ 148.100


Despesas:

Taxa Ferj: R$ 14.810

INSS: R$ 7.405

NF Coopaferj (arbitragem profissional): R$ 8.058,60

NF Coopaferj (arbitragem juniores): R$ 1.892,55

INSS Coopaferj: R$ 1.492, 67

Despesa operacional: R$ 11.000

INSS Despesa operacional: R$ 2.200

Delegado/Ouvidoria: R$ 2.000

INSS Delegado/Ouvidoria: R$ 400

Transporte (van profissional): R$ 660

Transporte (van sub-20): R$ 660

INSS (vans): R$ 52,80

Seguro público pagante: R$ 596,25

Confecção, venda e pré-venda de ingressos: R$ 8.500

Material expediente: R$ 20

Taxa de Bombeiros: R$ 235,34

Credenciamento: R$ 2.810

Aluguel de grades: R$ 4.350

Posto Médico: R$ 5.980

Carro forte: R$ 1.700

Despesa do mandante: R$ 10.000

Quadro móvel do Flamengo: R$ 3.150

INSS Quadro móvel do Flamengo: R$ 630

Transporte policiamento: R$ 3.300

Total de despesas: R$ 91.903,21

Total de retenções: R$ 1.262,91


Saldo final

Saldo final: R$ 56.196,79

Montante a receber: Friburguense: R$ 22.478,72

Montante a receber: Flamengo: R$ 33.718,07 0 (sendo que, descontados R$ 11.417,71 de antidoping e penhora, o valor final ficou em: R$ 22.300,36)

 

Construção de novos portões nas arquibancadas descobertas foi uma das exigências para a realização da partida

 

Cabine de imprensa nas sociais custou ao Friburguense cerca de R$ 15 mil

 

Valeu por 1000

Bidu fala sobre a emoção de marcar o milésimo gol da história do Friburguense

Em 20 de agosto de 1980, o até então Fluminense Atlético Clube entrou em campo pela segunda vez como Friburguense, resultado da fusão com o Serrano, time de futebol amador da cidade. Após a derrota na estreia por 4x0 para o Niterói, o Frizão venceu o Olaria por 1x0 na Rua Bariri. Era o primeiro gol da história do clube recém-fundado.

À época, Marcio Guindani Soares era apenas um garoto de quatro anos de idade e sequer poderia imaginar o que o destino reservaria. Quando adolescente, trabalhou em uma loja, e desde 1999 dividiu as atividades do emprego com o sonho de jogar profissionalmente. "O Siqueira (gerente de futebol) me buscava no trabalho para treinar na categoria júnior”, recorda. Quinze anos depois dos primeiros passos na carreira de jogador, o friburguense Bidu tornou-se um dos ídolos da torcida e no último sábado, 8, entrou de vez para a história ao marcar o milésimo gol do clube.

"Pra mim, é uma sensação indescritível. Eu sou nascido em Nova Friburgo e tenho um carinho muito grande pelo Friburguense. Tudo o que eu tenho, devo a esse clube. O milésimo gol vai ficar marcado na minha vida. Foi aniversário do meu filho na última semana e ele me pediu um gol. Nem imaginava que seria tão especial, pois eu não sabia que era o de número mil”, revela.

Os dias seguintes ao feito foram intensos para o camisa cinco do Frizão. Bidu atendeu a inúmeros telefonemas de amigos, familiares e imprensa de várias partes do país. Em meio a tantos compromissos e entrevistas, o jogador encontrou tempo para comemorar com os pais, a esposa e os filhos, Marcio e Mirella – cujas tatuagens com os respectivos nomes foram beijadas durante a comemoração do gol. "O domingo e a segunda-feira foram de muitas entrevistas, telefonemas e participações em programas. Mas eu procurei curtir o momento com a minha família, que é a base de tudo.”

Aos 34 anos, Bidu é um dos líderes do elenco tricolor e lembra que sofreu nas ruas após a goleada contra o Vasco. "Eu fui parado em vários lugares, a cobrança era grande”. Aliviado com a reação do Friburguense no Campeonato Carioca, o volante destaca o retorno da confiança e a possibilidade de voltar a brigar por vaga na série D do Brasileirão.

"A importância desse gol para o nosso time valoriza ainda mais. Precisávamos dessa vitória, pois estávamos jogando bem e não conseguíamos os três pontos. Ainda quebramos o jejum de oito anos sem vencer um grande clube. Mas não fiz nada sozinho: o grupo inteiro está de parabéns. Conseguimos reagir àquela derrota para o Vasco através das conversas. Nós tínhamos que melhorar a autoestima e acho que nós conseguimos. Agora, vamos atrás do nosso objetivo, que é conquistar uma vaga na Série D.”


Números do Friburguense:

Campeonato Carioca - 312 jogos / 359 gols

Campeonato Carioca - 2ª Divisão - 335 jogos / 396 gols

Copa Rio - 121 jogos / 152 gols

Copa do Brasil - 4 jogos / 6 gols

Campeonato Brasileiro - Série C - 56 jogos / 54 gols

Campeonato Brasileiro - Série D - 18 jogos / 24 gols

Torneios - 7 jogos / 9 gols

Total - 852 jogos / 1.000 gols

 

No Friburguense há 15 anos, Bidu é um dos jogadores com quem a torcida mais se identifica

 

 

O volante vibrou com o milésimo gol, mas ressaltou que o resultado foi mais importante

 



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