O friburguense Lucas Calil, de 29 anos, pesquisador da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV/DAPP), é o único brasileiro a participar, entre mais de cem convidados da Europa, Ásia, África, Oceania e América do Sul, do seminário “Innovative Citizen Participation in Restrictive Environments”, que está acontecendo esta semana em Kuala Lumpur, na Malásia. Na última terça-feira, 25, ele apresentou a ferramenta Sala de Democracia Digital – #observa2018, uma iniciativa da FGV DAPP para monitorar o debate público e o impacto de robôs e fake news como práticas de desinformação nas redes sociais durante as eleições de 2018.
O seminário, que termina nesta sexta, 28, é organizado pelo Supporting Democracy, um projeto de apoio à democracia financiado pela União Europeia com o objetivo de promover exemplos de respostas inovadoras a ambientes políticos restritivos. O evento tem o apoio também da rede Asian Network for Free Elections (Anfrel), que advoga eleições democráticas em 17 países asiáticos.
Ex-aluno do Colégio Nossa Senhora das Dores, Lucas morou em Nova Friburgo até começar a fazer faculdade, na UFF. Formado em jornalismo, trabalhou nos jornais "Extra" e "O Dia", fez mestrado e doutorado em Linguística e se especializou em Semiótica e Teorias Narrativas. Em 2013, ganhou o Prêmio Petrobras de Jornalismo na categoria Jornalismo Esportivo, por reportagens sobre o legado financeiro e esportivo dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Poliglota, morou na França, onde fez intercâmbio, e também se destacou no futebol friburguense, atuando na categoria Sub-12.
Na FGV/DAPP, dirigida por Marco Aurelio Ruediger, Lucas trabalha com metodologia de pesquisa em redes sociais e big data, análise de políticas públicas e categorização linguística para o monitoramento do debate público online. Há cinco anos ele estuda eleições e debates políticos nas mídias sociais, no Brasil e no mundo.
Segundo a FGV, Lucas participou em Kuala Lumpur de um painel sobre ideias inovadoras para a participação democrática, incluindo ferramentas digitais de observação eleitoral como a Sala de Democracia Digital. Isenta e apartidária, a ferramenta disponibiliza de forma pública e acessível análises diárias sobre as discussões sobre políticas públicas, temas eleitorais e ações de manipulação do processo político, como a presença de perfis automatizados (robôs) e a difusão de notícias falsas (fake news).
Também foram debatidos métodos de monitoramento de redes sociais, que foi o principal escopo das análises feitas pela Sala de Democracia. A vivência diária de análises das redes trouxe um entendimento da disseminação de conteúdos e da influência que as mídias digitais vêm exercendo sobre as eleições no mundo todo.
Deixe o seu comentário