Friburgo voltou a gerar empregos com carteira assinada em abril

Nos quatro primeiros meses do ano, porém, a criação de vagas no município foi menor do que no mesmo período de 2018
sábado, 08 de junho de 2019
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
Friburgo voltou a gerar empregos com carteira assinada em abril

Nova Friburgo voltou a gerar empregos com carteira assinada em abril, segundo o último balanço mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia. O saldo positivo de 331 vagas decorre de 1.446 contratações contra 1.115 demissões no quarto mês de 2019.

As vagas foram abertas, sobretudo, pela indústria (211 novas oportunidades), comércio (113) e pelo setor de serviços (26). A construção civil, assim como em março passado, continuou fechando oportunidades: seis a menos. A administração pública e a agricultura também, com sete e duas vagas a menos, respectivamente.

O saldo positivo de empregos formais em abril veio depois de um mês com mais demissões do que contratações. Em março, o município fechou 100 empregos formais. A balança das vagas com carteira assinada, contudo, segue oscilando nos quatro primeiros meses do ano: em janeiro (-61 vagas), fevereiro (+491), em março (-100) e abril (+331).  

Quadrimestre foi melhor em 2018

No acumulado do ano, até abril, segundo o Caged, Nova Friburgo tem este ano um saldo positivo de 661 empregos. Esse número, porém, é pior do que o registrado no mesmo período do ano anterior. Em 2018, de janeiro a abril, a cidade gerou 936 oportunidades com carteira assinada, 29% a mais do que este ano.  

Estado e país têm resultado positivo

O estado do Rio de Janeiro também teve saldo positivo na geração de empregos em abril. Foram abertos 5.709 novos postos de trabalho, decorrentes de 94.226 admissões contra 88.517 demissões, uma variação de 0,17% em relação ao mês de março.

Ainda de acordo com o Caged, a geração de empregos na economia fluminense foi impulsionada pelos setores de serviços, com a abertura de 3,3 mil novos postos e comércio, com 1,7 mil. Também foram destaques no estado a agropecuária (+639 vagas) e administração pública (+193). A indústria, porém, fechou 357 vagas.

Já o país registrou 129.601 novos postos formais de trabalho, a maior a criação de empregos com carteira assinada para o mês de abril nos últimos seis anos. A última vez em que o quarto mês do ano superou esse nível foi em 2013, quando houve mais admissões que dispensas: 196.913 novas vagas. A criação de empregos totaliza 313.835 de janeiro a abril e 477.896 nos últimos 12 meses em todo o Brasil.

Na divisão por ramos de atividade, todos os oito setores pesquisados criaram empregos formais em abril. O campeão foi o setor de serviços, com a abertura de 66.290 postos, seguido pela indústria de transformação (20.470 postos). Em terceiro lugar, vem a construção civil (14.067 postos).

O nível de emprego aumentou na agropecuária (13.907 postos); no comércio (12.291 postos), na administração pública (1.241 postos); nos serviços industriais de utilidade pública, categoria que engloba energia e saneamento (867 postos) e extrativismo mineral (454 postos).

Tradicionalmente, a geração de empregos é alta em abril, por causa do início das safras e do aquecimento da indústria e dos serviços. Nas redes sociais, contudo, o presidente Jair Bolsonaro comemorou o resultado: "Ainda estamos longe do ideal, mas seguimos no caminho certo!", disse ele.

Indústria do Centro-Norte se destaca

De acordo com a Sondagem Industrial Regional, levantamento elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o Centro-Norte fluminense foi a região que mais gerou vagas na indústria em todo o estado no quadrimestre (+314 vagas). Neste setor, apenas quatro das dez regiões do Rio de Janeiro registraram saldo positivo (Centro-Norte, Sul, Centro-Sul e Serrana).  

Entre os setores, de janeiro a abril, destaque para confecção de artigos do vestuário e acessórios (+114 vagas) e fabricação de produtos de metal (+109 vagas). Entre as 12 cidades, nove abriram vagas na indústria de transformação, com destaque para Nova Friburgo (277 vagas).

“Nossa região tradicionalmente demanda muita mão de obra por conta dos setores do vestuário e metalomecânico”, analisa Carlos Eduardo de Lima (foto), presidente da representação regional da Firjan no Centro-Norte fluminense. De acordo com o empresário, com a reforma previdenciária proposta pelo governo federal, a economia será ainda mais destravada, aumentando os postos de trabalho.

A empresária do ramo do vestuário em Nova Friburgo, Ana Amélia Rabello, conta que para driblar as variações econômicas investe em novas coleções e novos produtos. Ela diz que no ano passado entrou no mercado da moda praia e este ano o projeto é atuar também no fitness. Além disso, outra aposta é nas exportações. “Já estamos produzindo uma coleção personalizada para um cliente em Marrakech, no Marrocos, e negociando com clientes na Bélgica e na Argentina”, revela.

A indústria fluminense, no geral, apresentou resultados aquém do esperado no primeiro trimestre de 2019. Conforme o levantamento da Firjan, todas as regiões apontaram recuo no volume de produção em março e seguiram com o indicador de utilização da capacidade instalada abaixo da média histórica.

Além disso, a maioria das indústrias do estado aumentou o nível de estoques. Ainda assim, a maioria dos empresários seguiu confiante e otimista em relação aos próximos seis meses e um dos destaques desse otimismo é o Centro-Norte fluminense, onde os empresários esperam aumento da demanda por produtos industriais (60,3 pontos) e de compra de matérias-primas (61,2 pontos).

A região Centro-Norte fluminense é composta pelos municípios de Nova Friburgo, Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de Moraes.

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