Em razão dos acontecimentos desta semana envolvendo o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em que o parlamentar chamou o juiz de ladrão, simpatizantes do ministro planejam um ato em apoio a ele e a Operação Lava-Jato. Também está na pauta, reivindicações com relação à atual crise na saúde friburguense diante das constantes denúncias no setor e à troca de titulares da pasta. O ato está marcado para este sábado, 6, às 11h, na Praça Getúlio Vargas.
Um dos organizadores do evento, Marco Kramer, através do Movimento #VemPraRua, afirma que cinco painéis de led foram espalhados pela cidade para transmitir a mensagem e convocar a população. “Temos enorme preocupação com os rumos que a nossa cidade está tomando, especialmente com a falta de comprometimento dos representantes públicos de todas as esferas. É de suma importância que debates supérfluos e partidários se encerrem e que a gente comece a olhar para os problemas reais de nossa cidade”, disse. Segundo Marco, o evento contará com a presença de membros do movimento em âmbito estadual e federal.
Na última terça-feira, 2, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, passou por uma sabatina na Câmara dos Deputados. A sessão foi encerrada por volta das 21h50 após o deputado friburguense Glauber Braga afirmar que Moro seria lembrado “como o juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”. Durante oito horas, Sérgio Moro foi ouvido pelos parlamentares para explicar as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil.
A fala do deputado causou reação de aliados do presidente Jair Bolsonaro que reagiram, aos gritos. Outros partiram para cima de Glauber. A mesa da presidência da Câmara, comandada na ocasião pela deputada Marcivânia Flexa (PCdoB), foi cercada por alguns deputados que exigiam o encerramento da sessão. Ela encerrou a sabatina após Moro deixar a audiência escoltado por seguranças.
Nas redes sociais, muitas postagens trouxeram à tona a lista de processos na Justiça relativos à gestão da ex-prefeita de Nova Friburgo Saudade Braga, mãe do deputado e de quem ele foi secretário em várias pastas.
Crise na Saúde
No dia 11 de junho, a então secretária de saúde de Nova Friburgo, Tânia Trilha, pediu exoneração após o vazamento de um áudio em que ela afirmava ao então diretor do Hospital Raul Sertã, Arthur Mattar: "Arthur, meu querido, eu preciso só que você resolva, que opere o paciente ou que ele morra, entendeu, para a gente se ver livre do problema, mas é só o que eu preciso porque eu tenho que cumprir uma decisão judicial, você me ajuda nisso, por favor?".
Emmanuele Marques, que estava à frente da Secretaria de Assistência Social, assumiu a Saúde no dia 12 de junho. Pouco tempo depois dela ocupar o cargo, A VOZ DA SERRA denunciou o caso das 7.156 doses de vacinas que foram jogadas fora por conta de um problema nos refrigeradores.
No final de junho, o Hospital Maternidade Dr. Mário Dutra de Castro teve a cozinha, a lavanderia e a despensa interditadas. No dia 21, após apenas 15 dias no cargo, Emmanuele Marques pediu para deixar a pasta e foi substituída pelo prefeito em exercício Marcelo Braune. A saída de Emmanuele foi a sexta mudança no comando da pasta.
Dois ex-secretários municipais de Saúde de Nova Friburgo na gestão de Rogério Cabral, Rafael Tavares Garcia e Dagoberto José da Silva, foram condenados pela Justiça por omitirem informações requeridas pelo Ministério Público do estado, entre junho de 2013 e dezembro de 2015. A decisão do juiz Marcelo Alberto Chaves Villas, da 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo, foi divulgada na última terça-feira, 2.
De acordo com a decisão judicial, quando ocuparam os cargos municipais, Rafael e Dagoberto, receberam ofícios do Ministério Público estadual solicitando informações sobre um contrato firmado, e posteriormente rescindido, com o Laboratório de Análises Clínicas de Queimados, na Baixada Fluminense. A Promotoria de Tutela Coletiva de Nova Friburgo pediu, à época, a Rafael e Dagoberto dados técnicos para instruir ação civil pública com o objetivo de apurar problemas na realização de exames laboratoriais a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que deveriam ser oferecidos pela Secretaria municipal de Saúde.
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