Friburgo tem apenas três ambulâncias para atender a emergências

Duas são do Samu, que não está 100% implantado, e outra pertence ao Corpo de Bombeiros, fora as hospitalares
sábado, 11 de agosto de 2018
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Friburgo tem apenas três ambulâncias para atender a emergências

Nova Friburgo continua sem previsão para implantação do Atendimento Móvel de Urgência, o Samu (192). Procurada para se pronunciar sobre os motivos, a Secretaria municipal de Saúde informou que Christiano Huguenin, titular da pasta há oito meses, está empreendendo todos os esforços para a implantação do serviço em sua íntegra. Enquanto isso, a atual administração conseguiu que as ambulâncias sejam utilizadas pelo município.

“As ambulâncias estão sendo usadas para o atendimento aos munícipes, tendo em vista que uma das cláusulas do convênio que tem como objeto a implantação do Samu  permite que, mediante autorização do gestor do estado, as ambulâncias sejam incluídas nos atendimentos na jurisdição de Nova Friburgo”, informou a secretaria.

No momento, segundo a Saúde, duas ambulâncias estão em circulação para atendimento de emergência, administradas por profissionais do setor do próprio município. A população pode contar ainda com o atendimento prestado pelo Corpo de Bombeiros: “Quanto ao atendimento móvel de urgência, a população pode contar com o poder público municipal e os honrados profissionais do Corpo de Bombeiros”, afirmam os responsáveis pela pasta.

Desde 2011, quando as ambulâncias foram entregues para o município, Nova Friburgo vem tentando efetivar o serviço do Samu. Missão esta que, de acordo com a secretaria, está sendo executada pela nova gestão.

“A Secretaria de Saúde está providenciando os devidos credenciamentos, delimitação de espaços físicos na cidade, objetivando a implantação plena do Samu. Os recursos financeiros advindos do credenciamento e habilitação do Samu serão geridos pelos técnicos da contabilidade e Departamento Financeiro Municipal, não havendo uma pessoa específica para gerir tais recursos”, explicou.

E a base operacional de Lumiar também está na proposta da secretaria. De acordo com o órgão, o Samu de Lumiar está sendo elaborado: “As despesas estão sendo sopesadas para aquisição de imóveis e etc.”. O distrito, conforme projeto anterior, funcionaria como uma unidade descentralizada do serviço, com uma base na RJ-142, que chegou até a passar por obras, mas nunca funcionou.

Quase sete anos de espera

O Samu, ou pelo menos as ambulâncias do serviço, chegaram em Nova Friburgo em 2011. No começo, os veículos ficaram estacionados no quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Vila Nova, depois foram transferidos para a área reservada ao serviço no pátio próximo ao Hospital Municipal Raul Sertã.

O serviço pré-hospitalar, que tem como objetivo agilizar os atendimentos de urgência e emergência, desafogando com isso o Corpo de Bombeiros e as ambulâncias hospitalares, é gratuito e funciona 24 horas por dia, através do número 192. Os veículos tripulados contam com uma equipe que reúne médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores socorristas.

E são esses profissionais que precisarão ser contratados para que o serviço comece a funcionar no município. Segundo a Secretaria de Saúde, isso será feito por meio de processo seletivo, pelo setor de Recursos Humanos, mas ainda não há prazo para a publicação do edital.

Bombeiros auxiliam nas emergências prioritárias

Uma vez que o município ainda não possui o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu - 192), o Corpo de Bombeiros auxilia nos atendimentos emergenciais, chegando inclusive a prestar socorro dentro de residências. Mas essa ação não é de competência do órgão, que possui apenas uma ambulância para atender a cidade.

Sendo assim, de acordo com as Normas Gerais de Ação (NGA), explicadas pelo médico bombeiro-militar, tenente-coronel Leonard Eyer, a prioridade é o atendimento de casos emergenciais em vias públicas, tais como acidentes de trânsito, vítimas de trauma, vítimas de perfuração por arma de fogo (PAF), e emergências clínicas, como infarto, mal súbito, etc.

 “De acordo com a NGA, os atendimentos no interior de residências privadas constitui excepcionalidades também muito relacionadas a traumatismo, queda de altura, acidente por eletricidade, etc. A elevada demanda em via pública nos impossibilita o atendimento sistematizado nas residências, missão desenvolvida pelo Samu, mas toda regra tem exceções e procuramos atender sempre que possível, sendo o socorro avaliado por um oficial-médico de serviço”, diz o oficial.

Apesar das exceções, não é possível para a corporação abraçar toda a demanda: “Possuímos uma só ambulância, destinada ao socorro de emergência, e quando a demanda nos impõe somos também apoiados por outros órgão públicos e hospitais privados, isto  em caso de grandes eventos”, explica Eyer.

Sendo assim, o Corpo de Bombeiros orienta que a população busque atendimento, no caso de chamadas para residências, apenas em casos de caráter emergenciais: “Que as chamadas em residências sejam aquelas com caráter de emergência, estritamente relacionadas com as atividades dos bombeiros, como incêndio com vítima, lesões por arma branca ou de fogo, acidentes com eletricidade, afogamento. Caso contrário seria difícil atender as ocorrências em via pública e em todas as residências. Este é um trabalho que geralmente é executado pelos hospitais, por meio do Samu, apesar de, sempre que possível, procurarmos atender toda a demanda”, diz o médico.

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade