Friburgo sem fronteiras: mesmo fim, diferentes meios

Uma das tantas outras oportunidades de se fazer um intercâmbio
domingo, 28 de junho de 2015
por Karine Knust
Nós já contamos um pouquinho das experiências de alguns jovens que embarcaram em busca de conhecimento. Passamos pelo Japão, Canadá, Irlanda, Inglaterra e Austrália e neste fim de semana nós continuamos indo longe. Depois dos Estados Unidos, destino de Katerine Knust, para encerrar a série vamos compartilhar a história de Polyana Perrud, que está em Portugal.

Vejo grandes oportunidades no âmbito profissional, porém vejo também que meu destino não é mais viver no Brasil

Polyana Perrud, estudante

Oportunidades de se fazer um intercâmbio    

Não apenas de Ciência sem Fronteiras vivem os friburguenses que estudam fora do país. Outras iniciativas fazem com que os filhos da terrinha também tenham a oportunidade de realizar intercâmbios no exterior. Por isso, além dos seis jovens já entrevistados pelo A VOZ DA SERRA, nesta última parte da série também iremos conhecer uma friburguense que foi rumo a outro país para estudar, mas por outros meios.

Leia mais:
Onde tudo começou
Um friburguense na terra dos cangurus
Rumo à terra da Rainha
As frentes que aqui esfriam não esfriam como lá
Snowboard, aurora boreal e muita engenharia
Uma brasileira em busca da sabedoria oriental
Sete jovens friburguenses que foram estudar fora

Polyana Perrud tem 24 anos e foi através de um acordo internacional da UFRJ, a Mobilidade Acadêmica, que ela passou por um processo seletivo e está em Portugal, na Universidade do Porto. Lá, ela esmiúça o conteúdo da graduação que ela cursa por aqui, Administração. Polyana não paga a faculdade, mas precisa arcar com todas as suas despesas na Europa. A rotina no país da Península Ibérica é bem definida: “Tenho aulas de manhã e à tarde. À noite faço academia de dança, pois aqui é extremamente barato em comparação ao Rio de Janeiro. Faço quantas danças eu quiser e pago €35 mensais”, conta ela, que se mostra maravilhada com as impressões ao desembarcar no berço da colonização brasileira. “A limpeza e organização me surpreenderam muito. A cidade é toda interligada por metrô, o que no Rio de Janeiro não existe, e o mais interessante é não ter catraca: você compra o passe e valida na máquina, a única fiscalização é um senhor que às vezes aparece nos vagões e pede para verificar seu cartão. Por aqui a gente tem ajuda em tudo, você tem informações que precisa, tem apoio por ser intercambista”, ressalta.

Português de Portugal

Portugal está localizada no sudoeste da Europa e é oficialmente conhecida como República Portuguesa. Sua moeda é o euro. O país é governado por uma república constitucional unitária e tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado como muito elevado, com um dos melhores sistemas de saúde do planeta e é também uma das nações mais globalizadas e pacíficas do mundo.

Pode ser em qualquer lugar do globo, sair da terra natal e desbravar outros territórios causa um grande choque de realidade. Cenário relatado pela jovem, principalmente na graduação. “Notei diferenças absurdas, principalmente para mim que estudo em instituição pública. Aqui há bandejões em todas as faculdades e preços muito acessíveis. Com €2,50 se consome um prato principal, sopa, suco e sobremesa. Além disso, as aulas são teóricas e práticas, discutimos casos já previamente passados.” 

Polyana chegou em janeiro a Portugal e voltará ao Brasil nos próximos dias, visto que o intercâmbio é num período mais curto do que o CsF. Mesmo assim, ela já avalia as mudanças previstas ao voltar ao país, retorno que ela planeja ser curto. “Vejo grandes oportunidades no âmbito profissional, porém vejo também que meu destino não é mais viver no Brasil. Quando se vive em um país que se tem o mínimo de qualidade de vida, e que não é nem o melhor para se viver, desistimos de tentar melhorar um país em que o sistema corrompe e não dá o suporte para uma vida decente. Estou muito mais crítica quanto ao governo do meu país, e desistindo de tentar melhorar o que não tem conserto.”

  • Polyana em frente a Universidade do Porto (Arquivo pessoal)

    Polyana em frente a Universidade do Porto (Arquivo pessoal)

  • Polyana aproveitou a oportunidade para curtir o frio europeu (Arquivo pessoal)

    Polyana aproveitou a oportunidade para curtir o frio europeu (Arquivo pessoal)

  • Em frente à Praça dos Aliados, em Portugal (Arquivo pessoal)

    Em frente à Praça dos Aliados, em Portugal (Arquivo pessoal)

  • A estudante friburguense Polyana Perrud no Porto (Arquivo pessoal)

    A estudante friburguense Polyana Perrud no Porto (Arquivo pessoal)

  • As estudantes friburguenses Katerine Knust e Polyana Perrud (Infográfico de A Voz da Serra)

    As estudantes friburguenses Katerine Knust e Polyana Perrud (Infográfico de A Voz da Serra)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Friburgo sem fronteiras | estudo | intercâmbio estudantil | formação | Educação | Nova Friburgo | Ciência sem Fronteiras | UFRJ | Mobilidade Acadêmica | Portugal | Universidade do Porto
Publicidade