Uma equipe de peso vem trabalhando para que o Projeto Bienal KM7 - I Bienal Internacional de Arte Pública Venda das Pedras se concretize e se habilite a realizar intervenções artísticas, valorizando os espaços públicos do Bairro Venda das Pedras, com a participação de 37 artistas, dentre eles, 10 artistas friburguenses e nove artistas internacionais. Para tanto, conta com uma equipe completa de profissionais experientes em produção e divulgação.
O artista plástico e proprietário da Galeria KM7, Marcelo Brantes tem a expectativa de contar com a parceria de um grupo que possui “um galpão enorme aqui no bairro que está desativado faz muito tempo”. Segundo Marcelo, essas pessoas aventaram a possibilidade de doá-lo para a comunidade fazer uma Escola de Arte. “Além disso, professores de mestrado e doutorado da UFRJ já demostraram interesse em ministrar cursos aqui, assim como artistas friburguenses que conheço ficaram animados com a perspectiva de se criar em Friburgo, uma Escola de Arte, nos moldes do Parque Lage, do Rio”, acrescentou.
A artista plástica Claire S. Freeman, amiga e parceira do galerista, é uma entusiasta do projeto. Ela lembra que, após um ano de realizações, a partir de recursos próprios e pequenas captações, a Galeria KM7, presidida por Marcelo Brantes, decidiu investir na criação de um projeto cultural mais audacioso. “Além de favorecer o Bairro Venda das Pedras, de Córrego Dantas, o projeto poderá inserir Nova Friburgo no círculo de Cidades Criativas que se destacam nas artes plásticas”, declarou.
Artistas em ação
A Galeria KM7 vem se fortalecendo com a parceria de artistas friburguenses e de outras cidades através de exposições, intervenções urbanas, produção de vídeos, mesas redondas, eventos interativos, e lançamentos de livros, como o "Quase todas as noites" (7letras), de Simone Brantes, vencedora do Prêmio Jabuti, na categoria poesia, a mais importante premiação literária do país. No último fim de semana, Marcelo Brantes e o produtor independente de audiovisual Luciano Santos, foram premiados pelo Festival Internacional de Cinema Socioambiental - FriCine, com o curta “Intervenções Abraço às Árvores da Praça Getúlio Vargas”.
“Com apoio dos moradores do entorno da KM7, Marcelo fotografou o bairro Venda das Pedras, enviando um desafio para artistas de sua rede e 15 artistas renomados enviaram seus projetos. A ideia se expandiu e mais artistas demonstraram interesse em abraçar a ideia, de contribuir com o renascimento do bairro mais duramente atingido pela catástrofe de 2011. Foram necessários grandes investimentos públicos para recuperação da encosta do Córrego Dantas e a Associação de Moradores segue fazendo sua parte na reconstrução da cidadania, depois de ter organizado muitos mutirões para recuperar espaços de convívio, público, comunitário e privado”, revelou Claire.
Ainda de acordo com Claire, ao reconhecer o valor dessa proposta a secretaria municipal de Cultura, o Conselho Estadual de Política Cultural, o Circuito Tere-Fri e a Associação de Bairro de Córrego D'antas, enviaram cartas de apoio institucional. “Mas para que esse sonho se realize em 2018, será necessário encontrar um ou mais patrocinadores de empresas do Rio de Janeiro. Representaria muito para os moradores do bairro se o patrocínio viesse de fontes locais, dando a certeza de que estão sendo vistos, e de que em breve a tragédia ficará apenas na lembrança, pois no lugar dos sinais de destruição, haverá apenas beleza, arte e prosperidade".
Marcelo Brantes foi premiado com bolsa de estudos do CNPQ e Fundação José Bonifácio para cursar a EBA/UFRJ e em 2003 foi convidado para participar do Workshop Internacional Braziers, na Inglaterra. Em 2004, foi selecionado para fazer residência artística no Centre de Reflexion sur L'Image et ces Contexts, na Ecole Cantonale D'Art du Valais, na Suíça. Participou de exposições no Rio de Janeiro e em Nova York, onde viveu mais de 10 anos. Atualmente, integra o cenário de artistas contemporâneos nacionais e internacionais.
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