Vinicius Gastin
A luta contra a dengue prossegue em todo país, e a julgar pelos primeiros meses do ano, o povo brasileiro está vencendo a batalha contra o mosquito Aedes aegypti. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de casos registrados teve queda de 80% na comparação do primeiro bimestre deste ano com o mesmo período de 2013. Ao todo foram 87 mil notificações entre janeiro e fevereiro de 2014, contra 427 mil no mesmo período de 2013. O percentual de municípios identificados em situação de risco foi de 22% em 2014. No mesmo período de 2013, o índice era de 27%. A queda também foi observada em relação às ocorrências graves (84%) e óbitos (95%).
Em Nova Friburgo, a aposta na prevenção ganhou força com algumas ações desenvolvidas no município, tais como visitas periódicas às residências, campanhas informativas e a ação do IEC (Informação, Educação e Comunicação em Saúde). No último domingo, 29, representantes do projeto "10 minutos contra a dengue” estiveram presentes ao evento Domingo de Lazer, na Via Expressa, em Olaria, realizando trabalho de orientação. O grupo visita escolas regularmente, desenvolvendo palestras e atividades lúdicas para as crianças. As visitas aos bairros são semanais, com o objetivo de esclarecer dúvidas mais frequentes da população e reforçar a importância de prevenir o nascimento de novos mosquitos. Além de um panfleto da campanha, os agentes distribuem um papel para controle dos moradores, especificando locais que devem ser vistoriados ao longo dos dias: caixas-d’água, vasos de planta, garrafas, ralo, pneus, calha, lixo, balde, geladeira piscina, cacos de vidro e vaso sanitário.
"O ciclo de vida do mosquito, que começa ainda no ovo e vai até a fase adulta, leva entre sete e dez dias. Por isso é importante a verificação e a eliminação ainda nesta fase, fiscalizando sempre durante a semana os possíveis locais de proliferação. É o que nós tentamos explicar durante as visitas”, comentou um dos agentes.
321 cidades em situação de risco
O levantamento do Ministério da Saúde revelou que 321 cidades brasileiras estão em situação de risco, 725 em situação de alerta e 413 em situação considerada satisfatória. Os primeiros números divulgados pela Secretaria de Saúde de Nova Friburgo apresentam um cenário aparentemente favorável. Se em 2013, 1734 casos foram notificados e 727 destes registrados, neste ano, nenhum caso foi confirmado na cidade. A equipe de vistoria formada por 33 técnicos realiza o trabalho de prevenção, distribuídas em duas equipes, cada uma com nove agentes e dois supervisores. A atuação se dá principalmente nos locais considerados como os de maior incidência: Bela Vista, Olaria-Roseiral, Braunes, Cordoeira, Catarcione, Jardinlândia e Floresta.
"Para fazer uma denúncia, basta entrar em contato com a Vigilância em Saúde Ambiental pelo telefone 2543-6293 de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 17h. Para efetivar a denúncia, é necessário ter em mãos dados do proprietário, endereço completo e ponto de referência”, lembra a subsecretária de Vigilância em Saúde, Thays Canto.
Goiás e São Paulo registram mais casos
Todas as regiões do país reduziram o número de casos no primeiro bimestre de 2014. A Região Sudeste obteve a maior queda, e passou de 232,5 mil notificações em 2013 para 36,9 mil este ano. Em segundo lugar está o Centro-Oeste, que passou de 122,8 mil (2013) registros para 28,2 mil (2014); o Nordeste teve queda de 29,6 mil (2013) para 7,9 mil (2014); o Norte, de 22,3 mil (2013) para 6,9 mil (2014) e Sul, de 20,3 mil (2013) para 6,9 mil (2014).
As cidades com o maior número são Goiânia (GO), 6.089; Luziânia (GO), 2.888; Aparecida de Goiânia (GO), 1.838; Campinas (SP), 1.739; Americana (SP), 1.692; Belo Horizonte (MG), 1.647; Maringá (PR), 1.540; São Paulo (SP), 1.536; Brasília (DF), 1.483; e Campo Belo (MG), 1.410. No estado do Rio, 40 municípios decretaram estágio de alerta (com índices entre 1% e 3,9) no início do ano, sendo Iguaba Grande (3,4%), Paraty (3,3%) e Miracema (3,3%) com os maiores índices.
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