Frente a frente, a futura e atual geração de mágicos de Friburgo

Em apresentações de ilusionismo, “menos é mais”, ensinam o craque Gabriel Mattos e o aprendiz Guilherme de Azevedo
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)

Trinta e um de janeiro é o Dia do Mágico. Em Nova Friburgo, os profissionais do ilusionismo despontam por todas as partes, divertindo festas, animando confraternizações e “enganando” as pessoas. É uma arte cujo espetáculo pode envolver grandes ou pequenas produções. O resultado geralmente é o mesmo: surpreender. O Caderno Z promoveu, no ano passado, um encontro entre a nova e a atual geração de mágicos para um bate-papo divertido no estúdio de A VOZ DA SERRA. Guilherme da Silva Azevedo, de 14 anos, faz mágica desde os 6, e Gabriel Mattos, de 30 anos, está há 19 anos no mercado.

O encontro, que reeditamos para os nossos leitores, logo rendeu bons resultados. Enquanto se preparavam para a entrevista, os dois iam trocando ideias e experiências. O veterano Gabriel mostrou alguns truques que o sagaz Guilherme ainda não conhecia. Minutos antes de começarmos oficialmente a entrevista, que você confere na íntegra no site e na página do jornal no Facebook, Gabriel deu uma grande dica para Guilherme: a forma de segurar as cartas do baralho.

“As cartas de baralho são feitas para serem abertas em forma de leque, e o mágico, para mostrar essas cartas para o público, precisa  segurar com a mão esquerda: assim as pessoas visualizam o número e o naipe das cartas sem problemas”, explicou Gabriel.

Com o bate-papo iniciado, Guilherme contou como pegou o gosto pela mágica. “Eu estava no jardim de infância quando fizemos uma apresentação de circo na qual eu fui o mágico. Desde então, fiquei interessado e fui pesquisando sobre o assunto”.

Muito incentivado pela família, ele costuma treinar seus truques em casa. “Eu uso mais o meu pai para testar os números e alguns amigos como cobaia também”, conta.

Gabriel afirma que, quando se faz mágica para uma plateia, essa plateia já está desconfiada e muito atenta aos movimentos, para tentar desvendar o truque. “O conselho que eu dou a Guilherme é que, como o mágico se apresenta para leigos, para o expectador, todo movimento tem um porquê e tem que ser o mais próximo do que um leigo faria. Quando  o mágico faz muito movimento para enfeitar o número, acaba perdendo o efeito. Menos é mais”, ensina.

Para Guilherme, os números em que ele se sente mais à vontade para fazer envolvem as cartas de baralho. “Eu treino bastante com o baralho e sinto mais confiança com esse tipo de truque. São mais simples, rápidos e todo mundo se diverte”.

De acordo com Gabriel, um truque bem executado depende de muitos aspectos, e o principal deles é a forma como se apresenta o número. “O suspense, o controle da cena, a forma como você faz o suspense para apresentar o truque são fundamentais para que o resultado seja positivo. Se o meu expectador, enquanto eu apresento um número, pode ter cinco reações, eu tenho que estar preparado para essas cinco reações”.

“Tem sempre um ‘espertinho’ que quer desvendar a mágica enquanto se realiza um truque. Essa pessoa quer sempre ganhar de você. A saída que eu tenho é brincar com a pessoa ou, quando ela diz que conhece o número, você pede a ela para fazer. Isso desmonta totalmente o ‘espertinho’ e ele passa a ter um respeito por você”.

Diferença entre mágico, ilusionista e mentalista

“Não existe diferença. Mágico, ilusionista e mentalista são a mesma coisa. Existe a ideia de tentar colocar o ilusionista como maior que o mágico e o mentalista como um diferencial, mas todos são o mesmo tipo de profissional”, esclarece Gabriel.

A ordem da apresentação dos truques faz total diferença no show, afirma Guilherme. “Eu gosto de começar com alguns truques mais impactantes, depois passar por números secundários, até terminar com outro grande número. Tudo também depende do público”.

Não deixe de conferir, no vídeo, os números que Guilherme e Gabriel apresentaram um ao outro.

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