Fotografar para eternizar

sexta-feira, 02 de maio de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Fotografar para eternizar
Fotografar para eternizar

Karine Knust

Há quem diga que não, mas para fazer uma bela foto é preciso ter um olhar atento e sofisticado. Atualmente, com o boom das redes sociais e da tecnologia, o acesso a câmeras semiprofissionais — que fazem um bom trabalho no que diz respeito à resolução e opções de imagem — tem sido cada vez maior. Mas é preciso entender que para eternizar momentos especiais, principalmente o casamento — que é o dia tão aguardado pelos noivos — é preciso mais do que uma boa máquina. Afinal, não é uma tarefa fácil, mas um bom profissional pode dar conta do recado. 

Adriano José, 40 anos, é filho de fotógrafos mas demorou um pouco para começar a se apaixonar pela fotografia. Chegou a fazer administração e escola militar. Mas, não tinha jeito, sua aptidão era com imagens e um dia ele percebeu isso: "Uma amiga fez aniversário e resolvi fazer umas fotos do evento para presenteá-la. Foi a partir dali que começou a nascer um fotógrafo”. Há 26 anos trabalhando com fotografia, Adriano conta que começou a ajudar seus pais a fotografar casamentos quando ainda era novo, mas devido ao extremo tradicionalismo das imagens da época, a tarefa não lhe parecia nada prazerosa: "Ajudava, mas não curtia de maneira nenhuma”. A história, porém, mudou depois de fotografar o casamento de um amigo, há 14 anos. Adriano começou a ter outra visão do que poderiam ser as fotos de casamento e deu início a uma especialização na área. "Quando fotografei um casamento, há 14 anos, me vi chorando e achando tudo maravilhoso, o emocional foi sendo trabalhado. Hoje tudo o que está relacionado à fotografia eu não relaciono com trabalho, e sim, a prazer, à satisfação pessoal. Mas é claro que, como qualquer negócio, ele gera renda.”

Com mais de vinte especializações na área e depois de ter se dedicado durante anos aos editais de moda, Adriano se atém a detalhes e entende o universo feminino de forma que chama a atenção e agrada muitas noivas que têm buscado um profissional para registrar os momentos mais importantes e inesquecíveis do grande dia. "A moda tem um traço forte no meu olhar, minhas fotos estão muito relacionadas a todos os anos que me dediquei a editorial de moda. E isso fez com que eu fosse bem mais atento aos detalhes, a conhecer a alta costura, a entender o universo feminino”, explica o fotógrafo.

O casamento tem se tornado um grande mercado em todo país e em Nova Friburgo não é diferente. São muitas as novidades que rodeiam o mundo das noivas e é preciso estar atento a esse universo de informações e novidades. "O casamento tem se tornado uma caixinha de surpresas. A realidade de hoje é bem diferente daquela de quando comecei, há alguns anos. As fotos eram mais batidas e você acredita que se fotografava casamentos com doze fotos? Hoje um casamento passa de 400 imagens. Mas, para mim, a imagem está relacionada à arte, satisfação, paixão. Então, não vou para um casamento para fotografar volume e, sim, a vida daquela noiva. Acho super importante eternizar esse universo com fotos fortes, marcantes, e sem me envolver muito para não estragar a naturalidade dos momentos.” 

São raras as cerimônias que fogem do tradicionalismo religioso, segundo Adriano, mas as maiores novidades sempre caem na festa. "O que se muda é a roupagem, como eles vão estar vestidos, qual a música, o que fazer para que o seu convidado se sinta atraído e prestigiado”, explica o fotógrafo. E, para não perder nenhum desses detalhes especiais, Adriano atenta: "Nós sempre fazemos um projeto em cima do trabalho contratado, e é preciso se traçar um planejamento. Estamos em contato com os noivos constantemente até a data do grande dia. Conhecemos o local da cerimônia e festa para saber o que e como realizar as fotos. Eu brinco com os noivos que fazemos até o plano C, porque se o A e o B não derem certo, é preciso ter uma solução. Afinal, é dinheiro investido para um momento muito importante e que não volta”.

Atualmente, Adriano realiza cerca de quarenta casamentos ao ano e, nos meses de setembro e outubro — períodos em que há mais cerimônias — chega a fotografar quatro a cinco eventos por fim de semana. Trabalha com a ajuda de dois fotógrafos e mais dois assistentes e oferece até seis linhas de álbum que só diferem no tipo de papel e acabamento. E ele ainda afirma: "O grande barato é fazer com que os noivos se apaixonem pelo trabalho. O envolvimento é muito mais artístico e emocional e é isso que vende o álbum de casamento. É preciso que os noivos se identifiquem com o fotógrafo e com o estilo de suas fotos”.

 


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