Henrique Amorim
O Conselho de Segurança de Nova Friburgo (Conseg) já prepara a 6ª edição do Fórum de Segurança do município, que será realizado no próximo dia 30, às 19h, no auditório do Senai (Rua Prefeito José Eugênio Müller, Centro). Desta vez não se discutirá somente as implicações da violência, suas consequências e prevenções, como de costume. Por conta da tragédia climática de janeiro, o Fórum de Segurança também será utilizado como fonte de discussões sobre a necessidade da aplicação de medidas urgentes ante os riscos iminentes de novas tempestades no verão que se aproxima. Tanto é que o fórum—lançado na última quinta-feira, 3, na sede do Rotary Clube, no Centro—terá como tema “Alerta Geral—E agora o que fazer?”, com abordagens específicas sobre os desastres naturais, prevenções adotadas e a preparação psicológica da população.
“Desde o ano passado pensávamos em ter como tema as drogas que desencadeiam um outro tipo de tragédia na cidade, afetando adolescentes, jovens e suas famílias. É uma tragédia silenciosa e de efeito retardado que precisa urgentemente ser debatida. Precisamos mudar conceitos, mudar a sociedade para alterar rotinas e comportamentos”, observou o presidente do Conseg, o advogado Rodrigo Guimarães. “Precisamos urgentemente discutir o que fazer, pois a tragédia de janeiro deixou Nova Friburgo em risco permanente”, destacou o coordenador do 6º Fórum de Segurança, o também diretor de comunicação do Conseg, Zury Maurer.
Na noite de debates do 6º Fórum de Segurança, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Luíza Coelho Neto, vai abordar em palestra o resultado do estudo direcionado por ela sobre a análise da tragédia das chuvas de janeiro em Nova Friburgo e a participação dela no Centro de Monitoramento de Desastres Naturais. No discurso, a professora destacará as causas da grande tempestade e suas principais consequências que mudaram conceitos e comportamentos.
Ao comandante do 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros no município, o tenente-coronel Luiz Emmanoel Palencia Barbosa, caberá enumerar e discutir as ações de combate emergencial e as prevenções já realizadas até hoje pela corporação militar. Já a psicóloga Juliana Dantas, que coordenou recentemente uma frente de trabalhos sociais da ONG Viva Rio nos loteamentos Floresta, Alto do Floresta e Três Irmãos, no distrito de Conselheiro Paulino, será responsável por um painel que abordará a necessidade da preparação psicológica da população friburguense para enfrentar o período de chuvas que se aproxima evitando o pânico e estresse extremo. Ela irá abordar a difusão de meios para aqueles mais afetados emocionalmente com o triste episódio tentarem entender o que houve e como agir ante a possibilidade de novos temporais.
“Mais que a tragédia climática em si, o que assustou muita gente também após as chuvas do início do ano foram as tragédias éticas e morais. Vimos pessoas se apoderando de doações destinadas àqueles que ficaram vazios de tudo em completa miserabilidade. Outros se beneficiaram em detrimento daqueles que realmente necessitavam. A pior tragédia a ser vista é a tragédia humana”, destacou Juliana Dantas, ao mesmo tempo em que o presidente do Conseg, Rodrigo Guimarães, observou a necessidade de dar-se “um passo atrás”.
“Não adianta agora apenas ir para o confronto e cobrar providências. É preciso ter-se um foco central, avaliar e pensar o que realmente queremos e o que tem de ser feito”, disse Rodrigo na solenidade de lançamento do 6º Fórum de Segurança, que reuniu ainda os comandantes do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Luiz Emmanoel Palencia e do 11ºBPM, tenente-coronel Marcelo Freimann de Sousa, o diretor de comunicação do Conseg e coordenador do Fórum, Zury Maurer, além do anfitrião, o presidente do Rotary Clube Nova Friburgo, o empresário Aurelio Mury. Além dos órgãos de comunicação locais, o 6º Fórum de Segurança contará com o apoio de concessionárias e várias empresas friburguenses.
Discussão sobre drogas será pauta de uma série de reuniões
Durante o lançamento do fórum, o presidente do Conseg, Rodrigo Guimarães, anunciou que a discussão sobre drogas, tema anteriormente proposto para essa edição do Fórum de Segurança, não foi suspenso por conta da necessidade de discutir as implicações da tragédia das chuvas e o que fazer agora. O debate com a sociedade, órgãos e instituições afins será realizado através de uma série de reuniões e debates a serem programados e que integrarão um pré-fórum. A intenção é que as drogas dominem a pauta de discussões no Fórum ano que vem. “Em relação às drogas e a qualquer outro tipo de violência, o mais importante mesmo é a prevenção, mesmo ante a comemoração com a redução dos índices de criminalidade nos últimos meses em Nova Friburgo que culminou até em premiações aos policiais militares que atuam em nossa cidade”, complementou o presidente.
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