Após uma semana marcada por muitas queimadas e bastante trabalho para o 6º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM) de Nova Friburgo, a tão esperada chuva acabou não caindo no fim de semana. Na verdade, em alguns pontos da cidade foi registrada uma instabilidade fraca, que associada à queda de temperatura e a elevação da umidade relativa do ar, contribuíram para a redução dos casos de incêndio em vegetação. Pelo menos até o fim da tarde desta segunda-feira, 23, o Corpo de Bombeiros não trabalhava em nenhuma ocorrência do tipo no município.
No entanto, a semana passada foi crítica nesse sentido. Foram inúmeros focos de queimadas em diversas partes de Nova Friburgo e de outros municípios da área de abrangência do 6º GBM, que conta com outros quatro destacamentos: Cordeiro, Cachoeiras de Macacu, Bom Jardim e Cantagalo. Desde o início do ano, já foram feitos 765 registros de fogo em vegetação na região, o equivalente a 2,8 casos por dia, com uma área queimada de 6.594.174 metros quadrados, o equivalente a 923 campos de futebol.
O Pico do Caledônia, um dos principais pontos turísticos de Nova Friburgo, que ardeu em chamas por três dias, já está com a situação controlada pelos bombeiros. No entanto, devido às proporções do incêndio naquela área, será preciso utilizar um drone para mensurar a área consumida pelo fogo. O mesmo vale para o grande incêndio registrado no distrito de Campo do Coelho, na zona rural do município.
“Até o momento, está controlado o incêndio no Pico do Caledônia. E com as chuvas previstas ao longo da semana, há uma boa probabilidade de não termos reincidência lá. Em relação ao Campo do Coelho, segue o mesmo raciocínio, mas já temos uma estimativa de que a área atingida foi superior a 500 mil metros quadrados. Mas ainda iremos fazer esse sobrevoo, pois é muito complicado medir em terra”, explicou o comandante do 6º GBM, tenente-coronel Thiago Nunes Alecrim.
2019: o ano dos incêndios
Os 765 casos de incêndio em vegetação fazem de 2019 o ano com o maior registro da história do 6º GBM, desde que a região passou a ser monitorada, em 2014. Para o comandante Alecrim, as causas dos incêndios geralmente são ações humanas: “Às vezes a pessoa acha que colocar fogo em lixo não vai gerar problema, mas um vento pode levar uma faísca, levando a proporções absurdas. Estamos na pior época do ano, com pouca chuva e baixa umidade do ar. Além de atacar a natureza, afeta também quem tem problemas respiratórios e alergias”, afirmou.
Conforme a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), os culpados podem ser multados ou presos. O grande problema, entretanto, é que praticamente não há investigação. Além disso, até os próprios afetados – no caso, os vizinhos – não costumam denunciar os infratores.
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