Firjan: "São várias as pedras no caminho dos pequenos empresários"

Em artigo, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira defende ambiente de negócios mais favorável ao empreendedorismo
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
por Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira*
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Um importante motor de desenvolvimento e geração de renda são as micro e pequenas empresas (MPEs). No Brasil, respondem por 98% do total de estabelecimentos. No Rio, 97% se enquadram nessa classificação e empregam 39% da população fluminense. Por isso, é fundamental lutar por um ambiente de negócios mais favorável ao empreendedorismo. Do âmbito nacional ao municipal, derrubar entraves aos empreendedores é uma tarefa primordial. 

São várias as pedras no caminho dos pequenos empresários. Aqui na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, investimos na interlocução com os tomadores de decisão na esfera pública. Colocamos esses atores cara a cara com os empresários para que conheçam, em carne, osso e suor, o problema que muitas vezes só enxergam em tabelas.

No início deste mês de outubro, trouxemos para um conselho empresarial João Manuel Pinho de Melo, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central. Advogamos maior facilidade de acesso ao crédito para os MPEs, um problema que aflige nossos industriais, criando um freio de mão para investimentos.

Em agosto, o governador Wilson Witzel e seus secretários de estado de governo, Cleiton Rodrigues; de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda, Lucas Tristão; de Fazenda, Luiz Cláudio Carvalho; e o procurador-geral do estado, Marcelo Lopes ficaram reunidos por mais de três horas com empresários de 70 sindicatos da indústria. As autoridades ouviram de cada setor, separadamente, suas reivindicações.  Foram mais de 30 pleitos diferentes.

Especialistas da Firjan se debruçam sobre o big data da administração pública para produzir estudos que chamem a atenção para dramas como o da alta carga tributária. Hoje, a indústria de transformação paga 44,6% de sua receita em impostos. Ou seja, quase metade do valor final de um produto industrial é só imposto. Sem falar nas 1.958 horas por ano que as empresas precisam gastar para pagar seus tributos no Brasil, tamanho é o labirinto burocrático. 

Estudo divulgado pela Firjan mês passado apontou que com algumas alterações no Projeto de Emenda Constitucional 45/2019 (que trata da Reforma Tributária), é possível que o aumento da renda disponível para o consumo atinja R$ 135,8 bilhões e cerca de 300 mil empregos sejam gerados por ano.

Propomos, debatemos, lutamos por mudanças estruturais. E também buscamos outros caminhos para fazer a roda do empreendedorismo girar. Por isso, juntamos esforços com nossos sindicatos para criar oportunidades para nossas empresas.
De braços dados com o Sindvest (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo e região), somos apoiadores da Fevest desde a sua primeira edição. A feira tradicional de Nova Friburgo já se tornou a principal vitrine de moda íntima, praia, fitness e matéria-prima do País. Neste fim de semana, estamos no Veste Rio. Para este evento, a Federação das Indústrias levou 38 micro e pequenas empresas de diversas cidades fluminenses, em parceria com os sindicatos Sindvest, ModaRio, Ajorio, Sincronerj, Sindcon, Sindiconf e Sindicalçados.

E também no Festival Pão e Sabores, do Sindanf (Sindicato das Indústrias de Alimentação de Nova Friburgo), que movimenta Nova Friburgo neste fim de semana com o melhor da produção de panificação da região aliada a palestras e oficinas gratuitas, além de aulas de chefs renomados internacionalmente. 

Com criatividade, perseverança e união os empreendedores fluminenses seguem fazendo a diferença.

*Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira é presidente da Firjan

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